Entrar Via

O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 156

O som do relógio digital pisca no canto da tela, mas Jonathan não o vê. Seus olhos estão fixos em uma planilha aberta no notebook, enquanto as mãos apertam com força a caneta que gira entre os dedos. A manhã começou há horas, mas ele sequer notou. A sala envidraçada da presidência do grupo Schneider parece uma redoma de tensão: silêncio denso, café frio e documentos espalhados como vestígios de um campo de batalha corporativo.

— Você vai quebrar essa caneta se continuar assim.

A voz de Rui, seu advogado e amigo de longa data, corta o ar carregado. Jonathan nem se move, mas a caneta para de girar.

— Eu devia ter deixado aquele imbecil terminar a proposta ridícula, só para rir da cara dele. — murmura Jonathan, a voz baixa, mas cortante.

— Ele achou que eu sou o quê? Algum executivo de boutique?

Rui se senta em frente a ele, largando a pasta de couro sobre a mesa.

— Não. Ele achou que você estava distraído. E, de certa forma, ele não está errado.

Jonathan finalmente ergue o olhar. Os olhos, embora cansados, brilham com um fogo constante.

— Se vai me dar sermão, entra na fila.

— Não é sermão. É preocupação. Está claro que você não está focado. E isso não tem nada a ver com contratos, fornecedores ou fusões. Tem nome, sobrenome e estava na sua vida até alguns meses atrás.

Jonathan fecha os olhos por um instante, como se pudesse apagar a imagem de Marta da mente. Mas ela está lá. Como sempre.

— Eu tentei esquecer. — confessa, baixo. — Tentei apagar tudo. Apaguei as mensagens, escondi as fotos. Mas ela continua aqui. — leva a mão ao peito, batendo com os dedos fechados. — Não sai. E a porrah é que eu não quero que saia.

Rui suspira e se encosta na cadeira.

— Então por que você ainda está aqui, trancado nessa sala, se afundando em trabalho, virando noites? Vai atrás dela, Jonathan. O que você tem a perder?

— Dignidade? Orgulho? A certeza de que ela nunca vai me perdoar?

— Tudo isso é ilusão. Você tem medo. E aí se esconde atrás desse império.

Jonathan se levanta abruptamente. Caminha até a parede de vidro, observa a cidade abaixo. O caos organizado, os carros apressados, as pessoas que vivem sem saber quem ele é. Que sorte.

— Eu sonhei com ela, mais uma vez. — diz, quase em um sussurro. — Ela estava numa fazenda. Um vestido florido, leve. Aquele sorriso... Deus, como eu amo aquele sorriso.

— E o que você vai fazer com isso?

Jonathan vira de volta, os olhos inflamados por emoção contida.

— Nada. Por enquanto. Mas eu sinto que algo vai acontecer. Algo está para mudar. É como o cheiro da chuva antes dela cair.

Rui se levanta também. B**e levemente no ombro do amigo.

— Quando isso acontecer, esteja pronto. Porque você ainda a ama, Jonathan. E amor assim... não desaparece. Apenas espera.

— Sophie, você está com saudade de ser tratada como uma putta?

Ela engasga com a surpresa.

— O quê?

— É isso mesmo. Porque se está, posso levá-la para o banheiro e fodê-la de novo de costas. Afinal, não olho no olho de putta, apenas f0do com força. — ele cospe as palavras com tanto ódio que até os talheres da mesa vizinha parecem tremer.

Sophie fica pálida. As palavras cortam mais fundo que qualquer gesto. Tenta balbuciar algo, mas as lágrimas surgem antes.

— Jonathan... Eu... — ela tenta, mas ele já está de pé.

Sem sequer lhe dar tempo para revidar, ele se vira e segue direto para o caixa. Passa por garçons perplexos, clientes chocados. A atmosfera elegante se quebra. Ao chegar ao caixa, j**a seu cartão com raiva na bancada.

— A conta. Agora.

— Claro, senhor — responde o gerente, desconcertado.

Jonathan paga sem olhar o valor. O dinheiro, naquele momento, é irrelevante. O que lhe queima por dentro é a lembrança. A forma como Sophie olhou para Marta. O desprezo. A superioridade nojenta. Ele nunca esqueceu.

Sai do restaurante sem olhar para trás. O vento noturno b**e contra seu rosto como um tapa. Entra em seu carro e dirige pelas ruas escuras da cidade com os nós dos dedos brancos de tensão.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino