O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 159

O sol ainda não nasce quando Marta desperta, os olhos pesados e a alma leve por miligramas. Ela vira-se na cama vazia, pensa em Jonathan e surge um sorriso discreto, mas está ali. Por um instante, ela se esquece de tudo. Do sítio, dos galpões. Dos dias intensos. Da ausência. Depois, a memória invade, como uma onda fria.

Com um gesto lento, quase reverente, leva a mão até a barriga sob o pijama macio de algodão. Os dedos repousam ali por instinto, como se tocassem um segredo sagrado. Fecha os olhos e sente. Lembra. Do que foi. Do que viveu. Do que escreveu com o coração sangrando madrugada adentro. A carta ainda está guardada, dobrada com cuidado, como se um simples pedaço de papel pudesse conter tudo o que o seu peito não suporta mais guardar.

Ela se senta devagar. O cabelo despenteado cai pelos ombros, o rosto pálido revela noites mal dormidas, mas há algo novo em seu olhar, uma firmeza cansada, mas decidida.

Na cozinha, encontra Dona Maria mexendo o café com o mesmo gesto de sempre, aquele que embala a casa como um ritual antigo. Marta beija o rosto da mãe e se senta confortavelmente. Nenhuma das duas precisa de palavras naquele instante. O silêncio é um velho conhecido e paira por alguns instantes.

— Dormiu melhor? — pergunta a mãe, sem tirar os olhos da chaleira.

— Um pouco. — Marta responde, baixinho.

— Sonhou de novo com ele?

Ela assente com um suspiro.

— Sonhei. Mas... não foi o sonho que me acordou. Foi o que ficou depois dele. O vazio.

Dona Maria serve o café com delicadeza, senta-se à frente da filha, segura a sua mão com firmeza e carinho.

— Ele te faz muita falta.

Marta hesita, depois dá um meio sorriso triste.

— Faz. Mas não sei se sinto falta do homem... ou da ideia que construí dele. Às vezes me pergunto se fui eu quem amou... ou se fui apenas alguém querendo ser amada daquele jeito.

— E você acha que ele não te ama?

Ela fecha os olhos, e quando os abre, as lágrimas já brilham.

— Ele me ama, mãe. Eu sei disso. Com tudo o que ele tem. Mas o amor dele... às vezes é bruto demais. Impulsivo. E eu tenho medo. Medo de que ele se perca de novo na raiva, no ciúme, naquela dor que não é minha... mas que respinga em mim. Eu... eu não aguento mais viver desse jeito, mãe.

O som da porta interrompe o momento. Darlene entra, já com o sorriso costumeiro, o cabelo ainda úmido da chuva fina. Mas ao ver Marta, seu sorriso vacila.

— Você tá diferente, minha amiga — comenta, puxando uma cadeira.

— Mais leve. Sonhou?

— Sonhei. E escrevi. Não para ele, para mim. Escrevi para entender o que ainda tá aqui dentro. Porque tem muita coisa... e tudo tão confuso.

Ela leva a mão à barriga novamente, num gesto inconsciente. Darlene percebe e seus olhos se fixam ali, mais tempo do que o normal.

— Marta... — a amiga diz, num tom quase sussurrado. — Ele sabe?

Marta respira fundo. Fecha os olhos como se buscasse coragem entre as pálpebras.

O Amor que Assusta 1

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