Marta sai rindo do quarto de Eduardo e segue para o seu quarto, não há tempo para preguiça. Seu corpo age por instinto, como se ainda estivesse nos dias em que acordava cedo para organizar o café da manhã de Jonathan e deixar a mesa impecável. O chuveiro quente desperta os seus sentidos, mas é o aroma do café que realmente a faz sentir-se viva. Ela prepara o café da manhã com dedicação, organizando cada detalhe como se fosse uma cerimônia silenciosa. O cheiro de pão torrado e café fresco preenche o espaço enquanto ela varre o chão e tira o pó dos móveis. Tudo parece em ordem. Tudo parece normal. Até Eduardo aparecer.
Ele surge na cozinha, ainda sonolento, os cabelos bagunçados e a expressão tranquila de quem dormiu bem. O short folgado cobrindo a boxe mal cobre as suas coxas definidas e ainda deixa claro um certo volume, que não passa despercebido, e o seu porte atlético é um lembrete do quanto Eduardo é, acima de tudo, um homem, e que homem. Marta abaixa o olhar instintivamente, sentindo um calor inesperado subir pelo corpo. Eduardo percebe, e um sorriso brinca em seus lábios.
— Bom dia, pequena.
— Bom dia — responde Marta, mantendo os olhos fixos na xícara de café.
Ele não recua. Em vez disso, aproxima-se dela e, com um gesto suave, mas firme, ergue seu queixo com os dedos e a obriga a encarar seus olhos.
— Marta, você tem irmão?
Ela pisca, surpresa com a pergunta.
— Sim, tenho um irmão, o Miguel.
Eduardo sorri de leve e diz:
— Então faça de conta que sou seu irmão mais velho, porque eu vou cuidar de você com o mesmo amor e carinho que tenho pela minha irmã. Eu sou homem, Marta, não vou tentar te seduzir. Fica tranquila, para mim, você ainda é uma menina, passou a noite na minha cama e te respeitei, e se fosse por força, você não teria a mínima chance comigo, já teria feito o que eu bem quisesse.
A verdade trás alívio, e a atinge com força. Ele a puxa para um abraço e, pela primeira vez em muito tempo, ela sente uma proteção genuína. Seu rosto encosta no peito despido dele, e o cheiro de Eduardo se mistura com a sensação de conforto. Um sentimento novo, estranho e reconfortante ao mesmo tempo.
Ele se afasta e pisca para ela, divertido.
— Vou me vesti para não assustar a minha freirinha.
Marta cruza os braços e revira os olhos.
— Eu não sou uma freira!
Eles riem juntos, o peso das emoções amenizado pela brincadeira.
Ele volta e se senta à mesa, tomam o café da manhã entre risos e conversas.
Eduardo, então, propõe algo inesperado.
— Vamos dar um passeio?
— Agora? — Marta ergue uma sobrancelha.
— Sim. Quero um dia de paz e você vai comigo. Se vista confortavelmente.
— Você vai me deixar curiosa assim? Não vai me dar nem uma pista de onde estamos indo?
— Posso garantir que é um lugar lindo, sei que você vai gostar, e reencontrar a sua essência, Marta. Esse passeio é o que mais precisamos hoje.
Eles trocam de roupa e, quando Marta volta para a sala, seus olhos são atraídos para a cintura de Eduardo. Ele veste uma calça jeans escura, uma camisa polo que realça seus braços fortes e um tênis esportivo. O visual casual o torna ainda mais atraente do que o habitual terno que ele sempre usa. Mas algo faz seu coração acelerar de forma diferente. Ela vê a pistola presa ao coldre em sua cintura e recua instintivamente.
Eduardo percebe o olhar dela e franze a testa, confuso.
— O que houve, Marta?
Ela engole em seco, tentando ignorar o arrepio gelado que percorre a sua espinha.
— Vo você... está armado.
Ele segue o olhar dela e entende. Com paciência, suspira e se aproxima devagar.
— Marta, eu sou um ex-militar. Tenho porte de armas e a carrego por segurança. Não precisa se assustar.
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