O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 176

O corredor da UTI é um templo de angústias, onde cada passo ecoa como uma sentença. O cheiro de antisséptico arde nas narinas, e a tensão no ar é tão densa que parece palpável. Ninguém ousa falar alto, ninguém sorri. Naquele espaço asséptico e frio, a vida e a morte duelam em silêncio. E hoje, naquele lugar, uma exceção será feita, uma porta será aberta, mas o que encontrarão do outro lado poderá mudar tudo.

O diretor do hospital se aproxima da família de Marta com uma expressão grave, as mãos cruzadas atrás das costas.

— Antes de qualquer coisa, peço que me acompanhem — diz ele, a voz pausada.

— Todos deverão seguir os protocolos de segurança rigorosamente. Sem exceções.

Os olhos assustados de dona Maria e seu Heitor se cruzam. Jonathan, Islanne, Ravi, Eduardo e Dante se agrupam ao redor, atentos. O diretor os conduz até uma pequena sala de orientação. Ali, uma enfermeira explica com precisão o que precisam fazer: higienizar as mãos, vestir os aventais descartáveis, máscaras, toucas.

— Hoje abriremos uma exceção — diz a enfermeira, olhando cada um nos olhos.

— Cada um de vocês poderá ver a paciente Marta Maia. Mas apenas por dez minutos. É o tempo máximo permitido.

O clima pesa ainda mais. Com as mãos trêmulas, dona Maria veste o avental. Heitor segura sua mão, tentando transmitir forças que ele mesmo mal encontra dentro de si. Atravessam o corredor lentamente, guiados pela enfermeira.

Diante da porta da UTI, os passos de dona Maria vacilam. Seu peito sobe e desce com dificuldade.

— Pode entrar junto comigo — pede em voz baixa, olhando para Heitor.

— Não sei se consigo sozinha.

O médico que acompanha a visita permite com um aceno. De mãos dadas, os dois entram no quarto onde Marta luta silenciosamente pela vida.

A imagem da filha os dilacera de imediato. Marta respira através de tubos, o corpo coberto por fios, monitores emitindo bipes contínuos e frios. A enfermeira, com um olhar compassivo, se aproxima.

— Podem tocar nela — sussurra.

Dona Maria se aproxima primeiro, passando a mão com extrema delicadeza pelos cabelos da filha.

— Filha... mamãe está aqui... — sua voz quebra no ar.

— Por favor, volta para nós...

Heitor, com os olhos marejados, segura a mão inerte da filha.

— Você é forte, Martinha. Sempre foi. Estamos esperando você acordar. Preciso ver seu sorriso de novo, ouvir sua risada...

Lágrimas silenciosas escorrem pelos rostos marcados do casal. A dor de ver uma filha tão cheia de vida agora tão frágil é algo que não há palavras que consolem.

Quando o tempo se esgota, são chamados a sair. Miguel é o próximo.

Ele entra com passos firmes, mas ao ver a irmã naquele estado, todo o controle escapa de seu corpo. Se aproxima da cama e, com todo cuidado do mundo, envolve Marta num abraço que fala mais do que qualquer palavra.

— Minha irmãzinha... — sua voz sai falha.

— Eu te amo tanto, tanto... você não pode me deixar, ouviu? Você é forte, Marta. Sempre foi a nossa rocha...

O choro de Miguel é um misto de revolta e amor, algo tão puro que até os enfermeiros desviam o olhar, respeitando aquela dor. Quando a enfermeira toca seu ombro e sussurra que o tempo acabou, Miguel hesita. Com um último beijo na testa da irmã, ele sai e, ao atravessar a porta, se lança nos braços da mãe, como um menino perdido.

A dor ali é quase física. Todos sentem. Jonathan segura Islanne com força, tentando encontrar forças onde já não restam muitas.

Ali, naquele corredor de esperança e sofrimento, todos percebem: nada jamais será como antes.

O corredor parece mais frio quando Islanne é chamada. Ela veste o avental, ajusta a máscara e, com o coração apertado, cruza a porta da UTI. Cada passo em direção à cama de Marta é um desafio para sua força interior, que poucos têm a chance de conhecer.

Diante da amiga desacordada, Islanne se aproxima devagar, como se temesse quebrá-la ainda mais.

— Martinha... — sua voz embarga de imediato. Ela acaricia com ternura o braço da cunhada.

— Por favor, volta para gente. Você é tão importante... Acaricia com cuidado o rosto de Marta, sentindo as lágrimas turvarem sua visão.

— Não pode ser assim. Não sem lutar... Você prometeu que a gente ia rir muito juntas ainda, lembra?

Islanne fecha os olhos, encostando a testa suavemente na mão de Marta.

— Eu preciso de você aqui, nós todos precisamos... E tem dois pequenos que não podem crescer sem sentir o quanto você é maravilhosa...

Num raro momento, Islanne se permite ser apenas uma mulher ferida, despida de toda a fortaleza que sempre exibe. Quando a enfermeira indica que o tempo terminou, ela beija a mão de Marta com carinho e sai, o coração em pedaços.

Logo depois, Eduardo é chamado.

Ele entra com passos pesados, o ar de segurança de sempre completamente ausente. Ao ver Marta naquele estado, algo dentro dele se quebra. Ele se aproxima, passa a mão nos cabelos dela com imensa delicadeza, como se a amiga fosse feita de vidro.

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