No saguão reservado do hospital, o clima é de tensão e urgência. Reunidos, os pais de Marta, dona Maria e seu Heitor, sentam-se próximos a Islanne e Ravi. Eduardo e Dante permanecem em pé, atentos a tudo. Jonathan, que há pouco conheceu a filha recém-nascida, agora busca respostas sobre o filho desaparecido.
— Precisamos de informações da investigação — diz Jonathan, firme. — O que a polícia já sabe?
Seu Heitor suspira e olha para dona Maria, que segura um lenço entre os dedos trêmulos.
— Disseram que o delegado responsável já está investigando… mas até agora nada foi dito de concreto.
Jonathan troca um olhar com Ravi, que já está digitando no celular.
— Quero uma reunião com a diretoria do hospital. E com o delegado. Agora. — Ele se volta para todos na sala. — Meu nome é Jonathan Schneider. Sou o pai dessas crianças.
O silêncio que se forma após suas palavras é cortado apenas pelo som dos celulares vibrando discretamente. Em minutos, o burburinho se espalha pelo hospital, os funcionários cochicham nos corredores, e o nome Schneider se espalha como fogo em palha seca.
Jonathan já está ao telefone.
— Governador, bom dia. Preciso da sua atenção imediata. Meu filho recém-nascido foi sequestrado neste hospital. Sim. O menino é meu. E eu quero tudo o que for necessário para encontrá-lo. Não aceito demora.
Do outro lado da linha, o governador garante atenção total ao caso. Em menos de meia hora, o delegado responsável chega, acompanhado pela diretoria do hospital. Todos são conduzidos a uma sala de reuniões ampla, no terceiro andar. Jonathan está à frente, firme, tenso. Ravi se posiciona ao lado dele. Islanne se mantém próxima de dona Maria.
Assim que todos estão acomodados, o delegado recebe uma ligação do Secretário de Segurança Pública do Estado. Ele se levanta e atende com respeito. A conversa é breve, mas incisiva. Quando desliga, o delegado olha para Jonathan com expressão séria.
— Senhor Schneider, a orientação do governador e do secretário é que tratemos este caso como prioridade máxima. E que mantenhamos o senhor informado de cada passo.
— Ótimo. Porque eu não vou descansar enquanto o meu filho não for encontrado. E quero que saibam: o que for preciso, eu vou providenciar. Não economizem recursos, tempo ou pessoal. Estamos falando de uma vida. Do meu filho.
A reunião se torna intensa. O diretor do hospital, um homem de postura rígida e olhar cansado, fala com franqueza.
— A situação foi atípica. A tempestade derrubou o sistema de energia e de backup. As câmeras pararam de funcionar. As equipes estavam focadas em uma emergência na UTI neonatal. A movimentação era intensa.
— E foi justamente nesse momento que ele desapareceu — completa Ravi, que anota tudo.
Miguel, calado até então, finalmente se pronuncia. Os olhos duros estão voltados para o delegado.
— Marta não tem inimigos. E nem a nossa família. Nunca nos envolvemos com nada. Isso não foi pessoal… alguém sabia o que estava fazendo.
O delegado respira fundo, abre um bloco de anotações e fala com firmeza:
— A investigação está em andamento. Já interrogamos parte da equipe de plantão, os vigilantes, os médicos. Cruzamos os horários e depoimentos. O hospital está cooperando. Mas, infelizmente, sem imagens, tudo se baseia em testemunhos e falhas nos protocolos.
Jonathan cerra os punhos, a raiva contida no olhar.
— Corrijam isso. Não quero ouvir “infelizmente” de novo. Estamos falando de um bebê. E ele precisa voltar para casa.
O governador liga novamente, desta vez direto para Jonathan. Ele atende de pé, olhos fixos na janela da sala.
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