O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 181

A caminhonete sacoleja pela estrada de terra enquanto o pôr do sol cobre o céu de tons alaranjados. O ar do campo invade o veículo, mas ninguém fala sobre o perfume da terra molhada. O silêncio é pesado, como se todos tivessem algo entalado na garganta.

Ao chegarem ao Sítio dos Maia, Miguel está à espera no portão, o semblante ansioso.

— E aí? — pergunta ele, indo direto a Jonathan.

— Como estão a Marta e a Lua?

Jonathan sorri, um alívio visível no rosto.

— Estão evoluindo bem. Lua tá ganhando peso, respirando sozinha... e Marta foi extubada. Ainda não acordou, mas os médicos estão otimistas.

Miguel solta um longo suspiro e apoia as mãos nos joelhos, como se seu corpo cedesse ao alívio.

— Graças a Deus... — ele diz, emocionado. — Já era hora de uma boa notícia.

Mas a paz dura pouco. O olhar de Miguel escurece.

— E o Jeff? Já pensaram como vão contar para Marta?

Jonathan engole seco. O peso da pergunta o atinge como um soco no estômago.

Ele passa a mão pelos cabelos, inquieto.

— Não sei... — confessa, a voz quase um sussurro.

— Como você diz pra uma mãe que um dos filhos sumiu depois do parto? Que ninguém viu, ninguém sabe, ninguém fala?

Ele respira fundo. — Talvez... nem seja hora de contar. Ainda não.

Miguel assente com a cabeça, mas seus olhos dizem que ele está tão perdido quanto Jonathan.

Mais tarde, no escritório de Marta, Ravi e Miguel conversam em voz baixa.

— Se quiser montar sua base aqui, pode usar à vontade — diz Miguel, mostrando o espaço.

— Esse era o canto da Marta, mas agora é seu.

Ele passa os dedos por cima da mesa com respeito. — E Ravi... tem algo que eu preciso te contar.

Ravi ergue os olhos do notebook, atento.

— Um mês atrás, um bebê desapareceu na região. Na cidade vizinha, mesma situação estranha... e até hoje, nada. Nenhuma pista. A polícia diz que investiga, mas... — ele balança a cabeça.

— Parece que caiu no esquecimento.

Ravi fica em silêncio por alguns segundos. Seus olhos mudam, se tornam mais atentos, frios, calculistas.

— Isso muda tudo — diz ele, puxando sua mochila.

— Preciso blindar essa casa. Agora.

— Vai derrubar a internet? — Miguel pergunta.

— Sim. Mas é por segurança. Vou reconfigurar tudo. Redirecionar IPs, criar camadas de segurança que até a Anatel vai achar que aqui é um bunker.

Ele olha direto nos olhos de Miguel.

— Porque vou entrar na dark web. Se Jeff foi vendido, alguém lá vai saber. E eu vou encontrar.

O aviso chega a todos os moradores do sítio: “A internet vai cair por algumas horas.”

Enquanto isso, Ravi se tranca no escritório. A tela pisca em códigos, comandos, firewalls sendo rompidos e reconstruídos. A rede da casa é criptografada com um sistema que só ele entende. Ele cria barreiras invisíveis e muda as rotas digitais, impedindo rastreamentos.

E então, começa a mergulhar nas profundezas escuras da rede. Acessa fóruns codificados, conversa com usuários de identidades obscuras, entra em grupos suspeitos, decifra postagens em russo, romeno e inglês. Busca padrões. Palavras-chave.

“Newborn available.” “Silence buyers.” “Code X21 – Northeast Brazil.”

Miguel aparece na porta, inquieto.

— Alguma coisa?

Ravi não tira os olhos da tela.

— Ainda não. Mas tem movimento estranho. Negociações ocultas. Falsas ONGs. É cedo, mas estou sentindo o cheiro podre no ar.

Miguel fecha a porta com cuidado.

Naquela noite, no silêncio frio do campo, enquanto todos dormem, Ravi continua caçando no escuro.

Mas entre as linhas de código e os acessos anônimos, algo chama sua atenção.

Um código.

Uma imagem.

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