Jonathan caminha pelos corredores do hospital com o coração apertado, os passos silenciosos e firmes. Chegando à recepção da UTI Neonatal, é recebido por uma enfermeira jovem, de jaleco impecável e olhos gentis.
— Senhor Jonathan, bom dia — diz ela, com um sorriso acolhedor.
— Lua está evoluindo muito bem. Ganhando peso diariamente, o que é extremamente importante para a idade dela. Ela é uma guerreirinha.
Jonathan respira fundo, tentando conter a emoção.
— Obrigado... muito obrigado por tudo.
A enfermeira o guia com cuidado. Ele segue o protocolo de sempre, higieniza as mãos com cuidado, veste o avental descartável, coloca touca e máscara. Cada movimento é reverente, quase sagrado. O ar na UTI neonatal é silencioso, delicado, repleto de esperança e tensão em igual medida.
— Por aqui, senhor — diz a enfermeira, conduzindo-o até uma incubadora transparente, onde Lua, tão pequena, tão perfeita, respira com calma.
Ela abre com cuidado o compartimento e o olha nos olhos.
— Pode segurá-la, se quiser. Eu vou te ajudar.
Jonathan engole seco, as mãos trêmulas. Com ajuda da enfermeira, ele recebe a filha nos braços mais uma vez fora da incubadora. Lua parece reconhecer o toque. Seus olhinhos se abrem devagar. E então, ela sorri.
Um sorriso mínimo. Frágil. Mas real.
Jonathan sente o peito se abrir num soluço mudo. As lágrimas descem silenciosas por baixo da máscara.
— Oi, meu amor... papai tá aqui. — Ele sussurra, aninhando-a com todo cuidado do mundo. — Você é linda... tão linda...
Lua solta um som agudo, um balbucio leve, como se tentasse conversar. Jonathan ri, completamente tomado por aquele momento.
— Sua mãe acordou hoje. A mamãe... — ele respira fundo, emocionado. — Ela está se recuperando, e logo vocês vão se ver. Eu prometo. Ela vai ficar tão feliz quando te pegar no colo...
Lua continua olhando para ele, o rostinho relaxado, como se compreendesse. Jonathan fecha os olhos, absorvendo o instante como se o mundo parasse ali, entre ele e a filha.
A enfermeira se aproxima com delicadeza.
— Senhor Jonathan... precisamos colocá-la de volta na incubadora. A visita precisa ser breve, e a bebê ainda está em monitoramento constante. Mas... em breve, podemos tentar um encontro com a mãe, dependendo da evolução de ambas.
Ele assente, triste, mas compreendendo.
— Claro. Obrigado. De verdade.
Com cuidado, ele devolve a filha à incubadora. Lua balbucia novamente e ele encosta a mão no vidro, sorrindo.
— Até logo, meu amor. Papai te ama.
Antes de sair, ele se volta para a enfermeira.
— Eu preciso dos documentos da Lua e do Jeff. A declaração de nascido vivo. Quero registrar os dois no cartório ainda hoje e colocá-los na assistência médica do Grupo Schneider.
A enfermeira concorda e sai rapidamente. Retorna minutos depois com um envelope.
— Aqui estão os documentos da maternidade: ficha médica da Lua, declaração de nascido vivo dos dois e a documentação da mãe. O cartório mais próximo fica a duas quadras daqui.
— Perfeito. Obrigado.
Com o envelope em mãos, Jonathan deixa o hospital, determinado a dar aos filhos o reconhecimento e a proteção que merecem, mesmo com a dor de só ter um deles em seus braços.
Dois Nomes, Duas Promessas
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