Como sempre Marta acorda cedo, se arruma e prepara tudo, logo o cheiro de café fresco se espalha pela casa, misturando-se ao aroma do pão quentinho. Marta ajeita os últimos detalhes na cozinha, mas se vira rapidamente ao ouvir os passos. Eduardo aparece na porta, sem camisa, os cabelos ainda bagunçados do sono. Os dois se encaram por um instante, e então caem na risada.
— Bom dia, freirinha. — Eduardo provoca, já pegando uma xícara de café.
— Freirinha? — Marta arqueia a sobrancelha, fingindo indignação.
— Ora, você fica toda coradinha por nada. Até parece que nunca viu um homem sem camisa.
Marta revira os olhos, mas um sorriso brinca no canto de seus lábios. Eles se sentam à mesa, compartilham o café, conversam sobre banalidades. O clima é leve, natural. Então, Eduardo retira uma chave do bolso e a coloca sobre a mesa, empurrando-a suavemente na direção dela.
— Quero que fique com isso. É a chave dessa casa. Quando quiser, pode vir. A casa estará sempre à sua disposição.
Marta olha para a chave sobre a mesa, sentindo um nó na garganta. Nunca ninguém lhe dera um gesto de confiança e carinho tão genuíno. Ela pega a chave com cuidado, passando os dedos sobre o metal frio, como se quisesse absorver a segurança que Eduardo lhe oferece.
— Eu não sei nem como agradecer, Eduardo. — Sua voz sai baixa, carregada de emoção.
— Não precisa agradecer, Marta. — Ele sorri, pegando sua xícara de café. — Só quero que você saiba que tem um lugar para onde voltar, sempre que quiser ou precisar, independente do motivo.
Ela sente os olhos marejarem e desvia o olhar, tocada pelo gesto do amigo. Eduardo percebe e, para aliviar a emoção do momento, se levanta e bagunça os cabelos dela de brincadeira.
— Não precisa chorar, freirinha. Pelo amor de Deus, quer me fazer parecer um sentimental?
Marta solta um riso sincero, enxugando rapidamente os olhos.
— Você não engana a ninguém, Eduardo. No fundo, é um dos caras mais coração mole que eu já tive o prazer de conhecer.
— Ei, ei, menos. Eu ainda tenho uma reputação a manter, por favor.
Eles riem juntos, e Marta sente o coração aquecido. Pela primeira vez em muito tempo, sente-se segura, sentindo que tem um amigo de verdade.
Eles se abraçam e o gesto fala mais que mil palavras, um sentimento puro entre eles. Ela pega a mala e a mochila, ele fecha a porta e a ajuda a colocar tudo no carro.
No carro, a caminho da mansão, Eduardo percebe que Marta está mais tranquila. Ele lança um olhar breve para ela antes de provocar:
— Sabe… acho que vou sentir falta de você pela manhã.
— Como assim? — Marta pergunta, rindo.
— Seus cafés, claro. Agora quem vai fazer minha tapioca?
Ela revira os olhos, fingindo exasperação.
— Você parece um bebezão às vezes, sabia?
— Bebezão não. Só gosto de ser mimado por quem cozinha bem.
Eles chegam à mansão no horário previsto e seguem para a ala dos empregados. Eduardo percebe o olhar afiado de Jonathan os acompanhando da janela do escritório. O ciúme é quase palpável, e Eduardo não deixa passar a chance de provocar.
Ele sorri cinicamente ao ver Jonathan fechar os punhos ao lado do corpo.
Ao entrarem na mansão, Jonathan se mantém firme, mas Marta nota um brilho diferente no olhar dele quando ela se aproxima. Ele a encara por um momento, então fala, a voz rouca, mas firme:
— Bem-vinda de volta, Marta.
Ela sorri de leve, surpresa com a recepção.
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