Entrar Via

O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 21

Como sempre Marta acorda cedo, se arruma e prepara tudo, logo o cheiro de café fresco se espalha pela casa, misturando-se ao aroma do pão quentinho. Marta ajeita os últimos detalhes na cozinha, mas se vira rapidamente ao ouvir os passos. Eduardo aparece na porta, sem camisa, os cabelos ainda bagunçados do sono. Os dois se encaram por um instante, e então caem na risada.

— Bom dia, freirinha. — Eduardo provoca, já pegando uma xícara de café.

— Freirinha? — Marta arqueia a sobrancelha, fingindo indignação.

— Ora, você fica toda coradinha por nada. Até parece que nunca viu um homem sem camisa.

Marta revira os olhos, mas um sorriso brinca no canto de seus lábios. Eles se sentam à mesa, compartilham o café, conversam sobre banalidades. O clima é leve, natural. Então, Eduardo retira uma chave do bolso e a coloca sobre a mesa, empurrando-a suavemente na direção dela.

— Quero que fique com isso. É a chave dessa casa. Quando quiser, pode vir. A casa estará sempre à sua disposição.

Marta olha para a chave sobre a mesa, sentindo um nó na garganta. Nunca ninguém lhe dera um gesto de confiança e carinho tão genuíno. Ela pega a chave com cuidado, passando os dedos sobre o metal frio, como se quisesse absorver a segurança que Eduardo lhe oferece.

— Eu não sei nem como agradecer, Eduardo. — Sua voz sai baixa, carregada de emoção.

— Não precisa agradecer, Marta. — Ele sorri, pegando sua xícara de café. — Só quero que você saiba que tem um lugar para onde voltar, sempre que quiser ou precisar, independente do motivo.

Ela sente os olhos marejarem e desvia o olhar, tocada pelo gesto do amigo. Eduardo percebe e, para aliviar a emoção do momento, se levanta e bagunça os cabelos dela de brincadeira.

— Não precisa chorar, freirinha. Pelo amor de Deus, quer me fazer parecer um sentimental?

Marta solta um riso sincero, enxugando rapidamente os olhos.

— Você não engana a ninguém, Eduardo. No fundo, é um dos caras mais coração mole que eu já tive o prazer de conhecer.

— Ei, ei, menos. Eu ainda tenho uma reputação a manter, por favor.

Eles riem juntos, e Marta sente o coração aquecido. Pela primeira vez em muito tempo, sente-se segura, sentindo que tem um amigo de verdade.

Eles se abraçam e o gesto fala mais que mil palavras, um sentimento puro entre eles. Ela pega a mala e a mochila, ele fecha a porta e a ajuda a colocar tudo no carro.

No carro, a caminho da mansão, Eduardo percebe que Marta está mais tranquila. Ele lança um olhar breve para ela antes de provocar:

— Sabe… acho que vou sentir falta de você pela manhã.

— Como assim? — Marta pergunta, rindo.

— Seus cafés, claro. Agora quem vai fazer minha tapioca?

Ela revira os olhos, fingindo exasperação.

— Você parece um bebezão às vezes, sabia?

— Bebezão não. Só gosto de ser mimado por quem cozinha bem.

Eles chegam à mansão no horário previsto e seguem para a ala dos empregados. Eduardo percebe o olhar afiado de Jonathan os acompanhando da janela do escritório. O ciúme é quase palpável, e Eduardo não deixa passar a chance de provocar.

Ele sorri cinicamente ao ver Jonathan fechar os punhos ao lado do corpo.

Ao entrarem na mansão, Jonathan se mantém firme, mas Marta nota um brilho diferente no olhar dele quando ela se aproxima. Ele a encara por um momento, então fala, a voz rouca, mas firme:

— Bem-vinda de volta, Marta.

Ela sorri de leve, surpresa com a recepção.

— Depois do café, preciso sair. Vou passar o dia inteiro na empresa.

Marta assente, esperando que ele continue.

— Quero algo leve para o jantar.

É uma ordem disfarçada de pedido. Ele não exige, não impõe, mas espera ser atendido. Marta percebe isso e, ao invés de se incomodar, apenas concorda com um aceno de cabeça.

— Tudo bem. Posso fazer um grelhado com salada crua, mais algo?

Jonathan ergue uma sobrancelha, considerando a sugestão.

— Desde que não seja algo muito pesado, está ótimo.

A conversa termina ali. Mas enquanto Marta volta à cozinha para preparar o café, sua mente ainda está presa em outro detalhe.

Desde quando Jonathan compartilha seus planos com alguém? Desde quando ele avisa que vai passar o dia fora?

E, principalmente, por que ela sente que, de alguma forma, ele quer que ela esteja ali quando ele voltar do trabalho?

O silêncio paira por um instante, carregado de significados não ditos. Eduardo observa a cena com um brilho travesso no olhar.

Ele vê a maneira como Jonathan olha para Marta, a forma como Marta, sem perceber, suaviza o olhar ao encará-lo. E sabe que, mais cedo ou mais tarde, um deles terá que admitir o que está acontecendo.

Mas até lá, Eduardo vai se divertir assistindo o jogo.

Mas o peito de Marta ainda ecoam as dúvidas: realmente sentiu sua falta ou só estava incomodado por não tê-la ali como funcionária? Ele mudaria sua forma de tratá-la? Ou aquilo era apenas uma ilusão passageira?

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino