São sete e meia da manhã quando Mônica Molina ajusta a lapiseira entre os dedos e revisa mais uma vez os compromissos do dia.
Cada detalhe precisa estar em seu devido lugar, cada reunião agendada no momento certo, sem falhas. Trabalhar para os irmãos Schneider não é para qualquer um. Jonathan, o presidente do Grupo Schneider, é meticuloso, impaciente e brilhante. Islanne, a vice-presidente e responsável pelo financeiro, não fica atrás. Ela tem olhos de águia para os números e uma perspicácia afiada para negócios. Manter a presidência funcionando sem deslizes é um jogo de xadrez, e Mônica se orgulha de dominar cada peça do tabuleiro.
A porta do elevador se abre e Jonathan entra, impecável como sempre. Seu olhar sério varre o ambiente, e ele caminha decidido até a sua sala. Ao passar pela secretária, solta um breve:
— Bom dia, Mônica.
— Bom dia, senhor Schneider. — ela responde prontamente, pegando o seu tablet e o seguindo.
Assim que ele se acomoda, ela inicia o repasse da agenda.
— Sua irmã está em reunião com o setor de qualidade. — informa, observando a reação dele.
Jonathan solta um sorriso discreto, mas ela percebe o traço de satisfação. Islanne é a sua melhor aliada, e ele gosta do fato de ela estar atenta ao que acontece dentro da empresa.
Mônica continua:
— Hoje o senhor tem uma reunião às nove com os investidores do setor de exportação, depois um almoço com os executivos da LS Chemical. Às quinze, há uma conferência com a filial do Nordeste e, às cinco, uma reunião estratégica com o jurídico. Ah, e a sua viagem está confirmada para amanhã.
Jonathan recosta-se na cadeira, absorvendo a informação. A viagem. Havia esquecido completamente que passaria alguns dias fora de São Paulo.
O pensamento o leva diretamente para Marta. Como ela ficará sozinha naquela casa enorme? Desde que a encontrou, sentia a necessidade de protegê-la, de tê-la perto. Mas agora teria que se ausentar, e o pior, um Eduardo irritante, ao lado dela o tempo todo. Ele suspira, empurrando os pensamentos para longe. Por um instante, sente um incômodo inesperado. Sacode a cabeça discretamente e volta a se concentrar na agenda do dia.
A manhã passa em meio a reuniões e discussões estratégicas. Jonathan é implacável em suas decisões, suas palavras cortam como lâminas afiadas. Nada escapa de seu controle. O Grupo Schneider continua a crescer, e ele se recusa a aceitar qualquer deslize.
No final do dia, a porta de sua sala se abre sem cerimônia. Islanne entra como um furacão e, sem se importar com a formalidade, beija o rosto do irmão.
— Você tem essa cara de mau, mas eu sei que você me ama. — ela brinca, sentando-se na poltrona à frente dele.
Jonathan sorri largamente. Só sua irmã tem esse efeito sobre ele.
— O que foi agora? Veio me convencer a liberar mais verba para seu novo projeto mirabolante?
— Nada disso. — Islanne cruza as pernas e pega um bombom na mesa dele.
— Só vim conversar sobre a viagem.
Ele arqueia uma sobrancelha.
— Você vai, não vai?
Ela dá uma mordida no chocolate e disfarça:
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