O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 219

A madrugada desponta fria, envolta por um nevoeiro ralo que dança sobre as pastagens da fazenda de Darlene. O silêncio só é quebrado pelo som agudo e contínuo dos grilos e o barulho ritmado dos passos de Eduardo sobre o piso da varanda. Ele ajusta o tablet preso à lateral do case de controle do drone e olha para o céu escuro como breu. Ao lado dele, Darlene finaliza a checagem de bateria e sensores.

— Tudo pronto. Só esperar Ravi confirmar o link — diz ela, focada, os olhos firmes apesar do cansaço.

A tela do tablet pisca. Uma mensagem curta aparece:

"Conectado. Pode lançar. Rastreando em tempo real."

Era Ravi, diretamente do escritório improvisado no sítio dos Maia, onde acompanha tudo em tempo real.

— Está com a câmera térmica ativada? — pergunta Eduardo, já ativando os controles do primeiro drone.

— Está. Qualquer foco de calor acima de trinta graus, ele marca. A câmera convencional também está acoplada, para caso algo apareça fora do espectro.

— Boa. Vamos começar pelo trecho da estrada do Cortume e depois varremos o entorno das fazendas abandonadas. Vamos até o galpão com as marcas de pneus.

Darlene assente e, com um leve movimento do polegar, o drone se ergue no ar com um zumbido suave. Logo, o segundo drone também sobe, cortando o nevoeiro e ganhando altura. A tela de Eduardo começa a exibir os campos, matas e trilhas escuras, pontuadas ocasionalmente por manchas térmicas de animais ou motores de tratores antigos deixados ao relento.

Do outro lado da conexão, Ravi bebe um gole de café amargo, com os olhos colados na sequência de imagens que começam a chegar em tempo real. Miguel, ao lado dele, anota coordenadas, sem dizer uma palavra.

— Primeiro trecho limpo — avisa Darlene, movendo o drone como se desenhasse linhas sobre o mapa digital. — Estou varrendo o lado sul agora.

— O segundo está se aproximando de uma das fazendas abandonadas. Vejo estruturas metálicas... parece um silo derrubado — diz Eduardo.

Ravi digita algo rapidamente no teclado e responde:

— Tenho isso no mapa. Foi comprada por um fundo que nunca apareceu para cuidar da propriedade. Nada registrado em nome de pessoa física. Só CNPJ de fachada.

O drone passa por cima do silo, e Eduardo pausa.

— Espera… movimentos térmicos. Não é animal. Muito grande… mas está em movimento.

A tela exibe um quadrado vermelho fixado sobre uma das construções de madeira, quase caindo.

— Pode ser equipamento elétrico ainda com carga. Ou…

— Ou pode ser gente — completa Ravi, a voz tensa.

O drone de Darlene, mais à frente, se aproxima de outro ponto, onde há um galpão estreito. Ela franze o cenho ao notar algo.

— Gente... tem uma luz acesa lá dentro. Fraca, mas constante. E não tem rede elétrica nessa área.

— Bateria ou gerador portátil — sugere Miguel do outro lado da sala.

Ravi inclina o corpo para frente, os olhos cravados no monitor.

— Eduardo... Darlene... se confirmarmos dois pontos ativos em menos de vinte minutos de sobrevoo, então eles estão operando em células. Jeff pode não ser o único.

Eduardo respira fundo.

— Essa rede é maior do que imaginamos…

Darlene não tira os olhos da tela, mas sua voz ganha uma sombra de preocupação.

— E se eles já souberem que estamos no encalço? E se essa luz... for isca?

Ravi engole em seco. A pergunta ecoa nos três pontos da operação, calando os pensamentos por alguns segundos.

Silêncio.

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