O som abafado da música reverbera pelo chão, misturando-se ao brilho das luzes neon. Jonathan aperta o copo de whisky entre os dedos, girando o líquido âmbar enquanto observa Ravi, na sala privada. A boate Lust, sempre repleta de figuras poderosas e mulheres irresistíveis, deveria distraí-lo, mas naquela noite, nada parece satisfazê-lo. O peso do desejo reprimido queima, e ele sabe exatamente o motivo. A moça ingênua que habita a sua casa e anda povoando os seus pensamentos a todo momento.
— Tá calado demais, cara — Ravi franze o cenho, servindo-se de mais uma dose.
— Qual é o problema?
— Esqueci que viajo amanhã. Vou sem avisar para a filial do Nordeste. O governo local quer suborno e eu vou dar um jeito nisso pessoalmente.
Ravi solta uma risada irônica.
— Você e essa sua mania de carregar o mundo nas costas. Mas sei que tem algo mais. Qual é? Mulher?
Jonathan se recosta no sofá de couro e logo muda o assunto.
— Contratei uma governanta. Está na mansão. Se você aparecer por lá, não assuste a moça.
Jonathan esboça um sorriso enviesado. Poderia contar a verdade, que sua mente está dominada pela imagem de Marta, uma mulher simples e ingênua que colocou em sua casa que vem acabando com a sua sanidade mental, mas ao invés disso, escolhe a mentira conveniente.
— Hum, sei… — Ravi estreita os olhos. — Deve ser uma velha feia e barriguda com os peitos na cintura. Vou manter distância, não se preocupe.
— Eu aqui, prestes a escolher uma bucetinha gostosa para passar a noite enfiado, g0zando gostoso e você pensando em problemas.
Jonathan ri, mas a imagem de Marta em sua mente o atormenta. Pouco depois, ele diz:
— Preciso ir, essa viagem me complicou todo e para variar, Islanne não vai, me deixou no olho do furacão, e preciso ainda arrumar a mala e separar documentos no cofre.
Os homens se despedem e ele segue para a mansão.
Jonathan entra em casa sem fazer barulho, a porta se fecha atrás dele com um clique suave, mas seu corpo inteiro congela ao ver a cena à sua frente.
Marta.
Mais uma vez ela dança, mais um golpe certeiro no seu coração ou mais embaixo..
Não há palavras que possam descrever a visão. Os fones de ouvido a isolam completamente, e ela se move sem a mínima noção de que está sendo observada. Os quadris balançam no ritmo sensual da música, os braços sobem lentamente, deixando o pequeno short de tecido subir ainda mais, revelando um vislumbre das coxas firmes. A blusa solta cola no corpo cada vez que ela gira, deixando partes de sua pele à mostra, e Jonathan sente algo primitivo crescer dentro dele.
Seu membr0 endurece de imediato. Uma rigidez quase dolorosa, latejante, sufocante.
Ele não desvia o olhar. Não consegue. As mãos dela deslizam pelos próprios quadris enquanto ela se deixa levar pela batida, alheia ao fato de que está provocando um incêndio vivo dentro dele. Jonathan engole em seco, o coração batendo forte no peito.
Quando Marta finalmente o vê, ela para abruptamente. Os olhos arregalados, a boca entreaberta em um suspiro mudo. O rosto dela se tinge de um vermelho profundo.
— Senhor Jonathan! Eu… Eu não sabia que já tinha chegado.
A voz dele sai rouca, grossa, cheia de algo que ele tenta a todo custo esconder:
— Só Jonathan.
Ela desvia o olhar, mordendo o lábio inferior, visivelmente nervosa. Jonathan finge ir até a geladeira, com as mãos crispadas ao redor da porta, tentando não permitir que ela perceba o quanto está duro.
Sobre a mesa, uma tigela de sopa ainda exala vapor. Marta parece ansiosa para preencher o silêncio constrangedor.
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