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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 228

Nada prepara Islanne para o que sente ao abrir a porta do quarto e dar de cara com a imagem mais poderosa que poderia ver: Marta com Lua ao sei0, serena, inteira, enquanto Jonathan a observa com devoção, os dedos acariciando os fios finos da filha como quem toca a própria alma. É um instante congelado no tempo, íntimo, sagrado, que acerta Islanne em cheio, como uma flecha certeira no meio do peito.

Antes disso, a manhã começa com a mesma força imprevisível que define a mulher que ela é. Islanne acorda e o sol já está bem alto, sabe que perdeu o horário, toma um banho revigorante e se arruma com simplicidade, calça jeans justa, blusa de linho leve, maquiagem discreta e um perfume suave, mas marcante. Ao sair do quarto, é interceptada por Dona Maria na cozinha.

— Vai sair com esse estômago vazio? Senta, menina. Come alguma coisa.

Ela resmunga, tentando escapar, mas o olhar firme de Dona Maria é mais convincente que qualquer argumento. Ravi, sentado à mesa, ri ao ver a cena.

— Melhor obedecer... ou ela te amarra na cadeira — diz ele, com a boca cheia de pão.

— Traidor — Islanne revira os olhos, mas se senta, contrariada.

Só que basta uma mordida no pão caseiro ainda morno, e ela suspira.

— Meu Deus... isso é um crime — murmura, deliciada.

E como em um feitiço silencioso, acaba comendo muito mais do que planejava, bolo de milho, frutas, suco, café. Ao fim, agradece a Dona Maria com um beijo no rosto e se despede.

— Não digam nada a ninguém. Quero fazer surpresa para o Jonathan e a Marta.

Com cuidado, coloca na bolsa as caixinhas com as joias que escolheu com tanto carinho, uma pulseira com o nome de Lua gravado, brincos delicados e um colar com um pingente sutil para Marta. A caminhonete parte silenciosa, carregando mais do que presentes, leva amor e intenções.

No hospital, ela hesita diante da porta. Observa a cena pela fresta: Marta amamentando, Lua aninhada no peito, e Jonathan com aquele olhar de adoração absoluta. Algo dentro dela se quebra e se reconstrói ao mesmo tempo. Ela entra devagar, sem fazer barulho.

— Bom dia — sussurra, emocionada.

Jonathan ergue os olhos e sorri, Marta também. Lua larga o peito da mãe, Islanne vai até eles e pega Lua no colo com um cuidado quase reverente, seus olhos se enchendo d’água.

— Parece que nasceu de você — diz Marta, sorrindo.

— E se tivesse nascido... eu teria amado igual — responde Islanne, com sinceridade.

Jonathan logo pergunta:

— E o Dante? Onde está?

— Dei folga a ele. Queria fazer surpresa para vocês e vim sozinha.

O sorriso do irmão desaparece, substituído por um olhar de pura fúria.

— Você tá brincando com a sua segurança, Islanne?!

Ela gira nos calcanhares, se posiciona atrás de Marta e ergue Lua como escudo.

— Não pode me bater! Tô com a sua filha no colo!

— Islanne... — ele rosna, controlando a raiva.

— Isso podia ter dado muito errado.

Ela apenas sorri, desarmando-o com um beijo na testa da sobrinha. A seguir, pega a caixinha de veludo e coloca a pulseira dourada no bracinho de Lua, onde o nome brilha delicadamente.

— Essa é a sua primeira joia, minha princesa. Vai ter muitas mais.

Entrega os brincos e, por fim, o colar com pingente a Marta, que se emociona.

— É lindo... Islanne, obrigada.

Jonathan observa tudo em silêncio, mas ela percebe o brilho nos olhos dele. Sabe que ele entendeu: todas as peças são rastreadas. Uma segurança sutil. Silenciosa.

— Vocês são a minha família — ela diz. — Protegê-los é obrigação minha.

A conversa logo muda de rumo. Falam sobre a empresa, sobre os documentos que ela trouxe e as decisões que precisam ser tomadas antes de seu retorno a São Paulo. Jonathan assina, revisa com ela. Marta apenas observa, segurando Lua com carinho.

Quando a enfermeira entra e avisa que o horário de visita acabou, Islanne tenta protestar.

— Mas acabei de chegar!

— E onde estão seus pais agora?

Jonathan suspira mais uma vez, dessa vez mais sério.

— Estão... pelo mundo. Oficialmente passeando, mas moram mesmo nos Estados Unidos. Têm uma casa em Miami e outra em Seattle. Meu pai ainda vive investindo, acompanhando os negócios, mas de longe. E minha mãe... é aquela alma sensível de sempre.

Marta ergue os olhos, cautelosa.

— Eles já sabem da Lua?

Jonathan balança a cabeça devagar.

— Ainda não. Quero contar com calma. Preciso preparar a minha mãe... ela é muito emocional. E o caso do Jeff... — ele engole seco — vai destruí-la por dentro. Não quero dar esse choque sem cuidar do impacto. Primeiro vou falar com o meu pai. Afonso vai ficar furioso, mas vai manter a cabeça no lugar.

— E depois?

— Depois... — ele encara Marta com convicção — eles vão largar tudo. Assim que souberem, voltam para São Paulo. Meu pai vai mover céus e terra por essa neta e pela justiça. E minha mãe... vai virar o mundo do avesso para encontrar o Jeff.

Marta aperta os dedos dele e sorri, com os olhos marejados.

— Acho que Lua já nasceu cercada por amor. Mesmo sem entender ainda... ela já está protegida.

Jonathan sorri, com o coração apertado. Mas uma certeza profunda.

Porque, no fundo, sabe: a calmaria vai acabar.

A chegada dos pais... trará tempestades.

E o que Afonso Schneider descobrir... será engolido com sangue e aço.

Mas antes disso...

Quanto tempo ainda resta até que o silêncio vire grito? Até que o passado estoure como uma granada em suas mãos?

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