O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 243

O aroma do almoço se espalha por toda a sala, mas há algo mais denso que paira sobre a mesa a expectativa. Todos estão reunidos, talheres tilintando com moderação, conversas contidas. Marta segura Lua em seu colo, enquanto Jonathan, ao lado, tenta manter o semblante sereno. Mas é Heitor quem quebra o silêncio com a sua voz firme, lançando o prato de palavras bem temperadas no centro da mesa.

— Marta, precisamos conversar — começa ele, limpando a boca com o guardanapo.

— Mulher deve ficar com o marido na casa dele, minha filha. — Ele fala, sem rodeios, cruzando os braços no peito.

— Você deve voltar para São Paulo junto com o Jonathan. É o lugar de vocês. Família tem que tá debaixo do mesmo teto.

Marta aperta os lábios, olhando para o próprio colo. Suas mãos estavam inquietas, apertando uma na outra, como se quisessem arrancar dali uma resposta que ela mesma não sabia se tinha. Fica calada por alguns segundos, processando aquelas palavras que pareciam ecoar mais fundo do que gostaria.

Jonathan permanece em silêncio. Seu olhar, no entanto, não se desgrudava dela. Segura Lua com tanta ternura que até doí olhar. Havia em seu semblante uma mistura de respeito, expectativa e… medo. Medo da resposta.

. — O Jonathan está longe da empresa há dias demais. Ele tem um império para tocar, uma estrutura que depende dele. E você... precisa estar ao lado dele. Em São Paulo, terão recursos. Pessoas certas para encontrar o Jeff. Aqui, só temos terra e fé.

Por mais que seu rosto fosse a expressão da serenidade, por dentro ele estava em pedaços. Sabia que pedir para Marta deixar aquele pedaço de chão, que era o seu porto seguro, seria como pedir que ela arrancasse uma parte de si, e ele gostaria de ter a filha ao seu lado para sempre, mas sabe que ela precisa bater asas.

— Eu não posso simplesmente deixar tudo para trás, pai — responde ela, com a voz mais baixa, porém firme.

— Tem muita coisa em jogo aqui. A fazenda… as responsabilidades… tudo isso foi construído com muito sacrifício.

Heitor respira fundo. Seu olhar endurece, como de quem pesa cada palavra antes de dizê-la.

— Eu sei, Martinha. Eu sei. Mas a vida de vocês tá lá. É lá que vocês precisam estar agora. — Ele então aponta para Lua, aninhada nos braços de Jonathan. — Ela precisa crescer junto do pai. E vocês… precisam encontrar esse menino. Isso é mais importante do que qualquer pedaço de terra.

O silêncio volta a se instalar por alguns segundos, até que Miguel dá um passo à frente.

— Martinha… — começa, usando aquele tom carinhoso que só ele consegue usar com ela — … olha para mim.

Ela ergue lentamente os olhos, encontrando o olhar castanho do irmão.

— Você sabe que eu fico aqui com o pai. E fico mesmo. Não tem discussão sobre isso. — Ele dá um meio sorriso, tentando aliviar a tensão.

— Eu fico com o serviço pesado, cuido da lida, das contas, das plantações, dos animais… tudo do jeito que você me ensinar. Tudo do jeito que você determinar.

Ele se abaixou um pouco, ficando na altura dela, segurou-lhe as mãos com força e conclui:

— Você continua administrando tudo de lá, Martinha. A fazenda continua sendo sua. A gente se fala todo dia, por vídeo, por telefone, por mensagem, por sinal de fumaça, se for preciso. Mas agora… agora a sua prioridade tem outro nome. Tem um rostinho que você nunca viu e um coração que tá batendo lá fora, perdido, esperando por vocês.

As palavras de Miguel atingem Marta como uma flecha no centro do peito. Ela sente os olhos marejarem, mas respira fundo, lutando contra as lágrimas.

Marta engole seco. A frase entra como uma faca afiada. Antes que ela possa reagir, Miguel deixa os talheres de lado, a mandíbula tensa, os olhos vermelhos encaram o pai.

— Pai...

Mas Heitor o interrompe sem vacilar.

— Miguel, você está certo filho, ela tem que estar ao lado do homem que escolheu para viver, assim que esfriar a cabeça, ela vai entender. E o mesmo vai aconrecer com você, quando você encontrar a sua mulher, ela vai estar contigo, como sua mãe está comigo há tantos anos.

Decisões à Mesa 1

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