O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 246

O silêncio entre dois tiros pode parecer eterno, mas há silêncios mais cruéis, como o que se instala no peito de Eduardo enquanto caminha para fora da casa dos Maias, deixando Jonathan para trás com um aceno quase imperceptível. Seus passos são firmes, mas o coração tropeça. Por fora, é o mesmo homem centrado, calejado, pronto para qualquer missão. Por dentro, é um campo minado. Algo queimar no estômago, um nó que sobe até a garganta. Ele não entende direito o porquê, e isso o irrita. Sempre soube seguir em frente. Mas dessa vez... tem algo diferente.

Jonathan o observa partir pela janela. Estreita os olhos. Sabe ler sinais. E o brilho diferente no olhar do amigo o entrega. Eduardo está sentindo. E não é apenas culpa ou preocupação. Jonathan vê ali algo mais humano, mais raro em Eduardo do que em qualquer outro homem de seu convívio: afeto genuíno. Ele sorri de canto e volta ao que estava fazendo.

Eduardo vai descobrir sozinho. E não vai ser fácil.

No caminho para a fazenda, a noite parece mais densa do que de costume. Eduardo dirige em silêncio, os faróis rasgando o breu da estrada de terra como um facho de incerteza. Ele tenta racionalizar. Sempre foi bom nisso. Mas nada faz sentido. Poderia simplesmente ir embora e pronto. Quantas vezes já fez isso? Quantas despedidas sem explicação, quantos rastros apagados na poeira? Mas com Darlene... não. Ele sente que precisa vê-la. Precisa dizer algo. E talvez, mais do que isso... precisa ouvir algo também.

Quando chega, ela o recebe com aquele sorriso largo e descomplicado, como se a vida fosse mais leve só por ele estar ali. É como um soco no estômago. Eduardo abaixa o olhar por um instante, sem saber se respira aliviado ou mais aflito ainda.

— Oi, sumido... — ela brinca, rindo. — Pensei que só ia me mandar um tchau por mensagem.

Ele não responde de imediato. Apenas retribui o sorriso, mas sem a mesma força.

Ela nota na hora. A expressão muda. O tom do olhar também.

— Aconteceu alguma coisa? — ela pergunta, se aproximando, séria.

— Tá tudo bem... — ele responde. — Mas a gente precisa conversar.

O beijo acontece como uma trégua. Uma despedida anunciada que se disfarça de carinho. Eles se entendem no toque. No quarto, o silêncio é preenchido pela respiração de ambos, pela familiaridade dos gestos, pela sensação estranha de que algo está se encerrando sem que os dois tenham plena consciência de como começou.

Eduardo senta na beira da cama, encara o chão por um segundo e então se vira para ela, a voz firme, mas baixa:

— Darlene... não quero que você entenda errado. Eu sempre fui honesto com você. Nunca te prometi nada, justamente por saber da minha vida, do meu trabalho... E hoje eu vim aqui para me despedir. Amanhã volto para São Paulo.

Dizer isso o dilacera mais do que esperava. Se sente um crápula. Um filho da putta. Não por ir, mas por partir com a esperança de não feri-la, e ao mesmo tempo, com um desejo egoísta de que ela sinta a sua ausência. Como se só isso validasse o que viveram.

Ele espera a reação. Choro. Raiva. Reclamações. Um último pedido para ele ficar. Mas o que vem é inesperado. Um sorriso leve. Calmo. E uma mão suave acariciando o seu rosto.

— Tá tudo bem, Eduardo — ela diz, com ternura.

— Você nunca mentiu para mim. Sempre jogamos limpo. Foi bom enquanto durou. A amizade permanece... e eu não tenho do que reclamar. Foi maravilhoso o que vivi com você, mas sempre soube que tínhamos um prazo de validade.

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