O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 247

O silêncio de Miguel Maia diz tudo antes mesmo que Marta abra a boca. Quando ela se aproxima, o irmão fecha os olhos com força, como quem tenta conter o inevitável. Ele não precisa ouvir. Ele sente. No cheiro da manhã úmida, no som dos passos que conhece desde criança, no peso quase invisível que recai sobre o ar entre eles. Marta vai embora.

Ela para diante dele. Miguel não diz nada. Abre os olhos devagar, o olhar cansado, mas lúcido, aceitando o que precisa ser aceito. Ele percebeu, antes de todos, o quanto a irmã está conectada a Jonathan de um jeito que não tem mais volta. Amor, saudade, dor, alívio. Ele vê tudo nos olhos dela. E entende.

Marta estende a mão.

Miguel a segura.

Eles caminham, como sempre fazem quando não há palavras, apenas sentimentos que não cabem no peito. O campo se estende verde ao redor, como se também observasse em silêncio. As folhas se agitam com a brisa leve, cúmplices de uma despedida ainda não dita. Andam lado a lado por longos minutos, até que os pés os conduzem automaticamente até a árvore frondosa que guarda tantas conversas de infância. Sentam-se juntos, mas distantes o suficiente para o vento passar entre eles.

Ficam ali, sem trocar palavras. Os olhares dizem muito, mas não tudo.

Até que Marta inspira fundo, e finalmente quebra o silêncio.

— Eu preciso ir, Miguel — diz ela, a voz embargada. — Preciso ir porque... porque o amo. E neguei isso por tempo demais. Achei que tava calma, em paz, que tinha superado. Mas bastou vê-lo... ouvir a voz dele... o toque dele... e eu soube que tava só me enganando. Eu amo o Jonathan. Loucamente. E... eu também preciso dele.

Miguel a escuta com o maxilar tenso. Não olha de imediato. Apenas foca em uma folha que cai lentamente à frente deles.

— Preciso dele para buscar forças para procurar o Jeff. Preciso do amor dele pra continuar. E ele... ele também me ama, Miguel. Eu sei disso. Só que ele é quebrado. Como a gente. Como todos nós. E a gente vai aprender junto. Como reconstruir. Como viver.

Ela suspira, depois continua:

— Eu vou continuar ajudando a empresa. A fazenda é parte de mim, mas... eu tô saindo da sociedade. Não é justo você trabalhar sozinho e ter que dividir o lucro.

— Não — Miguel diz imediatamente, virando-se para ela. — Se for assim, eu largo tudo. Eu também vou embora.

O silêncio se instala, denso, e os olhares se cruzam como lâminas afiadas. Marta vê a firmeza nos olhos do irmão. Ele está irredutível.

Ela recua um pouco, depois respira fundo. Sabe que com Miguel, não se ganha na força. É preciso ceder com sabedoria.

— Então... ficamos como estamos. Mas combinamos uma coisa, por agora, toda a minha parte do lucro vai ser reinvestido. Eu não vou tirar nada. Vou continuar administrando à distância com a ajuda do Jonathan e da Islanne. Eles têm visão ampla, experiência, e me ensinaram tanto... Vou vir sempre, com a família. Mas você também tem que ir. Visitar a gente em São Paulo. Os nossos pais precisam disso. Eu preciso.

Miguel abaixa os olhos por um segundo, depois levanta e a encara de novo. Silêncio. Concorda com um aceno leve. Os dois se levantam. E como sempre fazem, como marca registrada dos irmãos Maia, se encaram por mais alguns minutos em silêncio absoluto. Olhos nos olhos, os corações transbordando.

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