Eduardo se aproxima devagar, com a cautela de quem sabe que está cruzando uma linha sem volta. E quando a beija, é com ternura e urgência. Como se a pele dela fosse o único lugar do mundo onde ele ainda pudesse existir em paz. Darlene retribui com a mesma intensidade, sem pressa, sem medo. Apenas verdade.
Se despem em silêncio, com os olhos fixos um no outro, como se cada botão aberto, cada peça de roupa ao chão, fosse também um pedaço de armadura que caía. Eduardo a deita com cuidado, os dedos mapeando o corpo dela com reverência. Ele entra nela devagar, com uma firmeza delicada, e ali se rasga, completamente. A cada estocada, uma confissão que ele não ousa colocar em palavras. Mas o corpo fala. As mãos dizem. Os olhos suplicam.
Ela geme baixo, sorri em êxtase, em completa entrega. Seus quadris se movem com os dele, num ritmo que é mais dança do que posse. E a cada vez que ele a penetra, Darlene sente como se fosse também preenchida de amor, de desejo, de despedida. Ela o segura firme, como se pudesse mantê-lo ali dentro de si por mais tempo. Como se pudesse impedi-lo de partir.
Eduardo sussurra palavras soltas, quase sem perceber. Coisas que nunca disse a ninguém. Coisas que nem sabia que sabia sentir.
— Você... é diferente. Você me marca, Darlene... Você me ferra de um jeito bom...
Ela sorri, o coração disparado.
— Eu também amo você, Eduardo... mesmo sabendo que não devia.
Ele estremece por dentro. Não esperava ouvir aquilo. Mas parte dele... ansiava.
Ele a ama com tanta delicadeza que chega a doer. Não é mais sobre desejo. É sobre deixar um pedaço dele nela. Não só no corpo, mas na alma. E ele consegue.
Depois, ainda entrelaçados, a respiração se acalmando, ele acaricia seus cabelos e murmura:
— Eu sei que você tem uma fazenda inteira pra tocar. Mas... se um dia quiser ir pra São Paulo... vou ficar feliz em te receber na minha casa. Vai ser bom... te ter por perto de novo.
Ela ergue os olhos e sorri com ternura.
— O casarão... ou o sítio dos Maia... também estão sempre abertos pra você, Eduardo. Quando quiser. Quando precisar.
Ele não consegue conter um sorrisinho cínico ao notar o corpo dela marcado, avermelhado, sensível ao toque dele. Sabe que ninguém vai encostar nela tão cedo. Mas também sente algo estranho ali, meio bobo, meio idiota: ciúme. Medo de que, mesmo sem ele, o mundo continue... e alguém tente ocupar o lugar que ele foi o primeiro a conquistar.
Ela já dorme quando ele a observa de novo. Tão linda. Tão entregue. E pela primeira vez em muito tempo, Eduardo se sente mais homem. Não pelo sexo. Mas por tê-la nos braços, por ela ter confiado nele o suficiente para se abandonar assim.
Ele fecha os olhos, com o ego inflado... mas o peito apertado.
Será que ela vai mesmo seguir em frente tão fácil?
Será que ele vai conseguir viver com esse tipo de saudade?
Ou... será que aquele foi só o começo de algo que nenhum dos dois ainda está pronto para admitir?
A madrugada avança lá fora. Mas entre os dois, o tempo simplesmente para.
A luz da manhã atravessa as frestas da janela, suave, quase tímida, como se soubesse que ali dentro há algo sagrado, frágil, prestes a se partir. Eduardo acorda antes do despertador tocar, mas não se move. Fica imóvel por longos minutos, sentindo o peso da realidade se acomodar lentamente sobre o peito.
Darlene está nos seus braços, nua, respirando tranquila, entregue, confiante. Ele sente o calor do corpo dela contra o seu, a maciez da pele, o cheiro leve do perfume que ainda paira no ar. O cabelo espalhado pelo travesseiro escapa em mechas e ele desliza os dedos devagar por entre os fios, com ternura. Cauteloso. Como quem não quer acordar um sonho.
Mas ela desperta, aos poucos, com um leve sorriso que o desmonta.
— Já vai? — pergunta, a voz rouca de sono.
Eduardo apenas assente, engolindo em seco. Não consegue mentir. Nem fingir que é fácil.
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