A campainha toca com insistência, seguida de batidas apressadas na porta. Jonathan nem precisa perguntar quem é. Ele segura Lua com um braço e vai abrir.
Do lado de fora, Islanne entra quase tropeçando, com os olhos arregalados e a respiração descompassada. Atrás dela, Dante, o segurança pessoal e sombra fiel, surge com o cenho franzido e a mão ainda no coldre sob o paletó.
— Onde ela tá?! — Islanne pergunta sem respirar direito, olhando em todas as direções até que seus olhos encontram Lua… serena, aninhada no peito do pai, dormindo profundamente.
Ela trava. O corpo perde a tensão. E então, sem conter, ela chora.
— Meu Deus… — murmura, cobrindo o rosto com as mãos. — Eu larguei tudo. Eu só finalizei a sua reunião porque precisava dar uma desculpa. Saí direto. Eu achei que...
— Tá tudo bem agora, Islanne — diz Jonathan, com um tom mais brando, acolhedor.
— Meu Deus, eu senti uma angústia… — ela não termina a frase. Apenas se aproxima e acaricia de leve a cabecinha de Lua. — Ela está bem?
Jonathan assente, sem conseguir falar de imediato. A emoção aperta a sua garganta.
— Agora está — ele diz, baixo.
Dante, o segurança que a acompanhava, entra logo atrás, discreto, lançando um olhar atento para todos os cantos da casa. Seus olhos se encontram com os de Eduardo, que se aproxima e o cumprimenta com um aceno silencioso. Entre eles, um entendimento velado de quem compartilha a mesma missão: proteger.
Marta aparece na sala, visivelmente cansada, mas aliviada ao ver Islanne. Ela a abraça com força.
— Obrigada por vir. De verdade.
— Claro, vocês são minha família — responde Islanne, retribuindo o abraço com sinceridade. — Como você tá?
— Desmontada. Mas… ela acalmou. E isso basta por hoje.
Jonathan sorri, exausto, mas grato. Ainda com Lua no colo, ele balança devagar. O silêncio agora é outro, é de alívio, não mais de desespero.
— Fiquem para o jantar — oferece Marta, sem cerimônia. — Está tudo pronto e... acho que precisamos sentar, respirar juntos. Processar tudo isso.
— Aceito — diz Islanne, se sentando no sofá.
Dnte hesita, mas ao ver que o clima é de acolhimento, também se permite relaxar. Ele se mantém discreto, mas presente. A tensão do início da noite vai se diluindo, como se o simples fato de estarem todos ali fosse suficiente para manter a tempestade do lado de fora.
A mesa posta ainda exala os aromas do jantar. Jonathan entrega Lua a Marta por um instante e ajuda a organizar os pratos. Todos se sentam. A comida é servida. Há um silêncio reconfortante entre os goles de suco e os talheres batendo de leve. O caos da tarde parece ter se dissipado.
— A gente precisa entender os sinais dela — diz Jonathan, olhando para Marta e depois para Islanne.
— Não é só fome ou sono. Hoje ela estava... desesperada.
— Foi o tempo longe de você — responde Islanne.
— Ela sentiu, Jonathan. E doeu nela.
— É por isso que amanhã só trabalho pela manhã. De tarde, sou delas. Inteiramente.
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