O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 263

O cansaço pesa nos ombros de Eduardo como se o dia inteiro tivesse sido travado contra um exército invisível. Ele entra em casa com passos lentos, o terno amarrotado, a expressão dura de quem tenta calar as vozes internas. Não acende todas as luzes. A penumbra parece combinar com o que sente. Sem dizer uma palavra, segue para o banheiro, deixando pelo caminho as peças de roupa como se pudesse se livrar, junto com elas, dos pensamentos que insiste em esconder.

A água quente cai sobre o seu corpo como um abraço que não se sustenta. Fecha os olhos. E ela vem.

Darlene.

O cheiro da pele dela, o sorriso atrevido, as mãos escorregando na água, os banhos que não terminavam em limpeza... mas em desejo. A memória o atravessa como faca. Ele fecha os punhos, irritado com a própria mente.

— Chega — resmunga, desligando o chuveiro com um movimento seco.

Seca o corpo com pressa, sem se olhar no espelho. Veste um short qualquer e se j**a na cama, tentando espantar o passado. Mas o erro mora no gesto automático, ele pega o celular. E lá está ela. A foto. A malldita foto. Darlene, deitada no peito de Miguel, no quarto dele, sorrindo como se pertencesse àquele mundo.

A raiva sobe como fogo seco. O coração b**e rápido, não de saudade, mas de ciúme. De se sentir feito de bobo. De perceber que talvez, por alguns instantes, acreditou que poderia haver algo verdadeiro entre eles.

— Idiiota... — rosna para si mesmo, apertando a tela do celular até quase trincar.

E então, como se o universo fosse um sádico, o aparelho vibra. Uma notificação. Mensagem dela. De Darlene.

"Oi, sumido... tava lembrando da gente. Saudade boba. Só isso. Boa noite, Edu."

Por alguns segundos, ele apenas encara a mensagem. O peito arde. Ele respira fundo, se recusa a cair nessa cilada emocional de novo. Os dedos digitam quase por conta própria:

"Você está lembrando agora, né? Deve estar sozinha. Não precisa fingir."

E sem esperar resposta, bloqueia a tela e j**a o celular de lado, como se ele queimasse a sua pele. Fecha os olhos, frustrado, envenenado por um ciúme que ele nem tem coragem de admitir que sente. Acha que ela lembrou dele só por solidão. Que deve ter sido só mais uma diversão. Uma distração. Nada mais.

Mas do outro lado, a dor também pulsa.

Darlene lê a resposta em silêncio. Primeiro pisca, como se não tivesse entendido. Depois sente o golpe. Frio. Rápido. Mortal. Como se todas as noites em que pensou nele tivessem sido ridículas. Ela encosta o celular no peito por um segundo, os olhos marejando não por drama, mas por desilusão.

— É isso então... — sussurra para o escuro do quarto.

Bloqueia a tela, ainda com o gosto amargo da decepção na boca. Mas se obriga a levantar. Guarda o celular na gaveta da cômoda como quem tranca um fantasma. Amanhã é dia de acordar cedo. O gado a espera. E a vida continua, mesmo quando o coração sangra. Deita-se, encara o teto por alguns minutos e fecha os olhos com força.

O som dos próprios passos ecoa alto demais na cabeça de Eduardo. A noite foi uma tortura silenciosa, e a manhã mal começa, mas ele já está de pé, vestindo a impaciência como uma segunda pele. O rosto fechado, os olhos injetados de insônia e raiva. Sai de casa sem café, sem palavras, sem olhar para trás. Está tão tomado pelo orgulho ferido que não enxerga um palmo à frente do nariz.

Quando chega à mansão Schneider, a imponência do lugar o irrita ainda mais. Tudo ali parece em ordem, bonito demais, enquanto dentro dele tudo é bagunça. Jonathan já está à porta, segurando a pasta com a elegância de sempre.

— Bom dia, Eduardo. Vou mais cedo hoje, cuidar de uns contratos antes que a semana engula tudo — diz Jonathan, com pressa, mas atento. — A casa é sua.

— Valeu. Bom trabalho — responde Eduardo, seco, sem parar.

Ele entra.

No sofá, Marta está com Lua no colo, que ainda está sonolenta, bochechas rosadas e as mãozinhas mexendo como se sonhasse. Marta olha para Eduardo de soslaio e franze o cenho.

— Que cara é essa? Dormiu com o capeta?

— Tô normal — ele resmunga, tirando a jaqueta e jogando sobre a poltrona.

Provocações e Verdades 1

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