O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 269

O céu de São Paulo escurece lentamente, engolido por nuvens pesadas que anunciam mais uma noite de tempestade. Dentro do apartamento de Ravi há uma espécie de QG para as investigações mais sombrias, a luz do notebook pisca com relatórios criptografados, mapas de conexões, nomes cruzados com datas. Mas nada leva a Jeff.

Nada.

Ravi esfrega os olhos cansados e respira fundo. No canto da mesa, uma garrafa de uísque repousa intacta. Ele não toca. Não hoje. Hoje ele precisa da mente afiada. Com um gesto rápido, desbloqueia o celular e chama o único contato que pode circular entre monstros e ainda sair limpo.

Derick.

Argentino, membro da máfia de Buenos Aires, especialista em rastrear rotas clandestinas, especialmente tráfico humano e adoções ilegais. Um homem perigoso. Mas leal a Ravi.

A chamada demora quatro toques para ser atendida.

— Hermano... — a voz rouca de Derick ecoa pelo viva voz, abafada por música ao fundo. — Já estava achando que você tinha me esquecido.

— Queria esquecer, mas não dá. — Ravi se encosta na cadeira. — Nenhum sinal do bebê até agora. Estou ficando irritado, Derick. Esse sumiço... é limpo demais. Silencioso demais. Ou foi alguém grande, ou foi alguém que sabia exatamente o que estava fazendo.

— Seguro. E rápido. Já revisei as bases clandestinas de dados por aqui. Partos forjados, documentos falsos, registros apagados... Mas nenhum bebê compatível com a descrição do seu Jeff. Nenhum recém nascido com características que se encaixem. Nada.

— Mas você está olhando nos lugares certos?

— Vos sabés que sí. Estou nos fóruns fechados, nos grupos da darknet, nas listas de “adoção privada” onde ninguém deveria estar. Só tem um detalhe, Ravi...

— Fala.

— Alguém anda pagando muito para certos arquivos não aparecerem. Muito. E rápido. Qualquer tentativa de busca mais profunda, cai. Ou trava. Isso não é só tráfico. Isso é controle. Isso é proteção de alto nível.

Ravi fecha os olhos, o cérebro processando em ritmo acelerado.

— Então quem quer que tenha levado Jeff... tem alguém grande protegendo. Um cliente? Um comprador? Ou... alguém infiltrado?

— Pode ser tudo isso. Ou pior. — Derick abaixa o tom. — Preciso de mais tempo. E talvez... de sangue. Você quer que eu pressione alguém?

— Não ainda. — Ravi se levanta, caminha até a janela, observa os primeiros pingos de chuva descerem sobre os prédios. — Mas me mantenha atualizado. Se alguém respirou perto de um bebê roubado, eu quero saber. E se surgir qualquer pista sobre venda de recém-nascido com data próxima de 30 dias atrás... me liga na hora.

— Entendido. Mas, Ravi...

— O quê?

— Se for o que eu estou imaginando... talvez o bebê já esteja fora do país.

O silêncio entre os dois é pesado como a noite lá fora. Ravi fecha os olhos por um segundo, o maxilar tenso.

— Então é bom você começar a procurar no mundo inteiro. Porque eu vou até o inferno se for preciso. Mas eu vou encontrar esse menino.

A ligação termina. O quarto escurece, exceto pela tela do computador ainda pulsando dados inúteis. Mas Ravi sabe: o caminho está prestes a mudar. Alguém com muito poder está envolvido. Alguém disposto a calar qualquer um.

Mas... quem está por trás de tudo isso?

E o mais inquietante, Jeff foi levado para ser vendido… ou para algo ainda mais sombrio?

A noite se rasga como um véu espesso sobre a cidade, e o som da chuva tamborilando nos vidros se mistura ao zumbido do monitor ligado. Ravi permanece parado, o olhar fixo na tela que há horas não traz nada de útil. Ele já conversou com oficiais, com contatos obscuros, consultou registros públicos, privados e ilegais… e mesmo assim, nada. Jeff segue desaparecido. Um recém nascido engolido por um mundo que Ravi conhece bem demais, o submundo onde vidas são negociadas como cifras, onde inocência tem preço.

Ele leva as mãos à cabeça, os dedos se entrelaçando no cabelo curto. E se estiver olhando para o problema da forma errada? E se a resposta estiver na simplicidade, naquilo que a lógica fria da experiência ignora?

É quando o nome dela surge em sua mente.

Darlene.

A menina simples, de raciocínio leve, mas com olhos atentos e instintos que não falham. Ravi pega o celular sem hesitar e procura o contato. A ligação chama algumas vezes, e por um momento ele teme que ela não atenda. Mas então…

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