O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 270

A noite não espera. Ela arrebenta como um trovão abafado no peito, uma urgência de respirar outro ar, de ser vista, de existir além do ranço do passado. O chuveiro despeja água quente sobre os ombros de Darlene enquanto ela esfrega a pele com vontade, como se pudesse arrancar da memória os toques que não quer mais lembrar. Ao sair, ela não hesita, escolhe o vestido vermelho justo, decote certo, fenda provocante. Cabelos soltos, maquiagem impecável, batom como marca de guerra. No espelho, ela sorri com a segurança de quem escolhe recomeçar. Tira uma selfie poderosa e posta com a legenda:

Sextou! A noite é uma criança, e eu tô de babá dela. 🎉🔥

Em segundos, os likes explodem. Comentários elogiosos, piadas ousadas, emojis de fogo. Darlene não responde ninguém. Pega a chave da caminhonete, confere o perfume, encara o reflexo com firmeza e diz em voz baixa:

— Hoje, eu vivo!

Dirige com o rádio alto e o coração acelerado. Ao estacionar em frente à boate da cidade, uma onda de lembrança a atinge. Foi ali que beijou Eduardo pela primeira vez, onde riram como se o mundo não tivesse sombra. Mas ela sacode a cabeça e sussurra:

— Já passou.

No celular, a enxurrada de curtidas continua. E lá está: Eduardo visualizou, mas não curtiu, não comentou. Darlene solta uma risada amarga. Que veja. Que engula.

Ela entra na boate decidida, o salto firme cortando a calçada como navalha.

Enquanto isso, Eduardo descobre que o ciúme tem cheiro. Um cheiro ácido, quente, que sobe pelas narinas e arde nos olhos como fumaça. Eduardo ainda está deitado no sofá, o corpo cansado, mas a mente inquieta, tentando encontrar algo que anestesie a saudade, ou ao menos o orgulho ferido. Quando destrava o celular, o golpe vem seco: a imagem de Darlene explode na tela, linda, poderosa, com a legenda provocante.

“Sextou! A noite é uma criança, e eu tô de babá dela.”

Os comentários são ainda piores e erigosos, emojis, cantadas, elogios escancarados de homens que nem disfarçam o interesse. Ele sente o sangue subir, o estômago revirar.

— Mas que droga... — resmunga, jogando o celular longe.

Ele se levanta num pulo, como se a foto tivesse cravado fogo em sua pele. Vai até o banheiro, lava o rosto e tenta se acalmar. Em vão. A notificação vibra de novo. Outra foto. Darlene, suada, dançando, com os olhos fechados e um sorriso livre no rosto. Ele reconhece o lugar imediatamente. A boate. A mesma onde dançaram, riram, e se beijaram pela primeira vez, quando a busca por Jeff ainda os unia como cúmplices.

— É sério isso? — ele fala sozinho, a raiva atravessando o peito como uma lança.

Sem pensar, pega a mochila, j**a duas roupas dentro, enfia a chave no bolso e entra no carro com uma urgência que nem ele entende. A estrada é um borrão. A raiva é o combustível. A decepção, o volante. Ele atravessa a madrugada com o coração em guerra, os pensamentos embaralhados. Ela não podia. Não assim. Não ali. Será que está com alguém?

Na pista de dança, a música vibra no chão e no peito. Darlene se solta, gira, canta, dança. Sente o corpo leve, sente a alma em festa. Depois de alguns drinks, uma voz conhecida surge às costas.

— Darlene? Você por aqui?

É Bruna, amiga da época da escola. O reencontro é um abraço apertado e uma sequência de memórias. Em minutos, outros rostos conhecidos surgem, mais dois ex colegas, uma professora aposentada que virou DJ local. E então, como se o destino resolvesse jogar lenha na fogueira, Caio aparece. Bonito, mais maduro, o mesmo sorriso que um dia fez o coração de Darlene tropeçar.

— Até que enfim te encontro de novo, Darlene — diz ele, e o jeito como a cumprimenta tem um toque a mais do que o habitual.

Entre risadas e drinks, eles dançam. E quando a música suaviza, Caio se inclina, os olhos atentos:

— Se você não fosse comprometida, juro que eu ia investir em você agora.

Darlene sorri com dor e verdade.

— Eu te amei a vida toda, Caio. Mas você só via a Marta. E agora que minha cabeça tá em outro lugar, você fala assim comigo? Isso é covardia.

Caio empalidece. O peso das palavras o atinge com honestidade. Ele respira fundo.

— Eu não fazia ideia... Me perdoa?

— Tá tudo bem — responde Darlene, com um abraço que sela a confissão.

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