O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 27

Jonathan aperta os punhos sob a mesa de mármore enquanto assiste, com tédio e irritação, ao desfile de promessas vazias e palavras envenenadas que saem das bocas dos políticos à sua frente. O governador fala com pompa, os assessores assentem como marionetes bem treinadas, e alguns empresários cochicham entre si, claramente mais interessados em vantagens do que em desenvolvimento real. Mas Jonathan já conhece esse jogo. Sabe muito bem o que está por trás de cada aperto de mão suado e sorriso ensaiado. E ele está farto.

— Chega. — Sua voz ressoa pela sala, cortando o burburinho como uma lâmina afiada. Todos se calam e o encaram, surpresos com sua interrupção. Jonathan se recosta na cadeira, encarando cada um dos presentes com olhos de aço.

— Se essa reunião continuar nesse tom ridículo, vou encerrar a operação dessa filial agora mesmo.

O governador pigarreia, tentando manter a compostura.

— Ora, senhor Schneider, não precisa ser tão radical…

— Preciso, sim. — Ele se inclina para frente, a expressão sombria.

— Se acham que minha empresa vai se submeter a propinas ou vantagens ilícitas, estão muito enganados. Eu fecho essa filial hoje, demito cada funcionário e levo minha produção para onde eu bem entender, o senhor governador escolhe, ressaltando que estamos em ano político, isso não seria nada bom para a sua imagem. Posso transferi-la para Goiás, o centro do Brasil, o que facilitaria toda a minha logística, ou simplesmente concentrar tudo em São Paulo. Mas uma coisa é certa, eu Jonathan Schneider, não vou jogar esse jogo sujo.

O silêncio que se segue é pesado. Jonathan vê os rostos tensos, o desconforto estampado em cada olhar. Ele não está blefando, e todos ali sabem disso.

O governador força um sorriso e levanta as mãos num gesto pacificador.

— Não há necessidade de medidas tão extremas, senhor Schneider. Sua empresa é fundamental para a economia do nosso estado. Podemos garantir que tudo será resolvido ainda hoje.

Jonathan arqueia uma sobrancelha.

— Quero prazos e garantias.

— Os alvarás e licenças serão liberados imediatamente. Além disso, concederemos uma isenção fiscal de vinte anos para a sua empresa, desde que continue gerando empregos aqui.

Um murmúrio percorre a sala. Jonathan solta um riso seco. No fundo, ele sabia que bastava apertar um pouco que todos se dobrariam. O dinheiro sempre fala mais alto.

— Excelente. Espero que cumpra com a sua palavra.

O governador limpa a garganta, claramente desconfortável, e então solta um suspiro resignado.

— Schneider, essas negociações estavam travadas há três meses… Você teve que sair de São Paulo para vir pessoalmente resolver isso.

— Exato. — Jonathan cruza os braços.

— O que só prova a incompetência de alguns intermediários.

O governador desvia o olhar, constrangido. Ele se inclina para frente, pega um cartão no bolso interno do paletó e desliza sobre a mesa até Jonathan.

— Aqui está meu número pessoal. Se precisar de algo, qualquer coisa, me ligue direto. Sem burocracias.

Jonathan pega o cartão e o observa por um momento. Ele já tinha feito muito nesse dia, mas ainda havia espaço para mais.

— Ótimo. Aproveitando que estamos aqui, quero firmar outra parceria. Meu grupo pode fornecer medicamentos para a rede hospitalar do estado, garantindo qualidade e entrega sem atrasos, ainda reduzindo custos com frete.

O governador solta um riso nervoso, coça a nuca e acena positivamente.

— Fechado. O estado passa a comprar seus medicamentos para distribuição nos hospitais e postos de saúde.

Jonathan se levanta, satisfeito. O jogo virou completamente ao seu favor.

Eles selam o acordo, apertam as mãos com formalidade, assinam um contrato e, um a um, os presentes se dispersam. Jonathan sai sem olhar para trás, desejando apenas voltar para casa.

O Jogo do Poder 1

O Jogo do Poder 2

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