O vapor ainda dança no ar quando os dois saem do banheiro, nus, com as toalhas penduradas de qualquer jeito nos corpos ainda molhados. Os olhos de Darlene brilham com provocação, e basta um sorriso torto dela para Eduardo perder o controle. Em segundos, ela está prensada contra a parede, arfando, com o corpo colado ao dele, sentindo cada centímetro de desejo que pulsa entre eles.
Ele já não raciocina, só sente. E o que sente é uma fome crua, primitiva, de corpo e alma. Darlene é a tentação viva, e ele não tem mais forças para resistir.
Mais tarde, ainda com os corpos saciados e os sorrisos bobos estampados nos rostos, Darlene e Eduardo saem de casa com pressa, famintos. Ela ainda ajeita os cabelos úmidos, rindo sozinha de alguma lembrança quente do banho, enquanto ele dirige com uma mão no volante e a outra no joelho dela.
— Espero que Dona Maria tenha feito comida para um batalhão, estou com fome de verdade hoje… — Darlene comenta, esfregando a barriga, e Eduardo ri alto.
— Depois do que a gente gastou de energia, espero que tenha até sobremesa.
O carro para diante do sítio dos Maia exatamente quando o cheiro de comida quente invade o ar. Lá dentro, Seu Heitor, Miguel e Dona Maria já estão sentados à mesa, almoçando em paz… até a porta se abrir com estrondo.
— Dona Maria! Traz dois pratos, que a gente tá morrendo de fome! — Darlene entra fazendo barulho, rindo, já tirando a sandália enquanto caminha em direção a mesa.
Dona Maria ergue o rosto e abre um sorriso largo ao ver quem entra atrás de Darlene.
— Eduardo! Meu filho! — ela se levanta, abrindo os braços e o abraçando com força.
— Ah, que bom ver você por aqui de novo. Demorou, hein?
Seu Heitor, do outro lado da mesa, apenas troca um aperto de mãos firme com Eduardo, num gesto silencioso de aprovação. Mas Miguel não perde tempo e dá uma gargalhada alta, debochada, se inclinando sobre a mesa.
— Tomou vergonha na cara e veio se resolver com a sua mulher, seu otário? Ficou com ciúme da foto, não foi?
Eduardo revira os olhos e solta uma risada seca.
— Vai ter volta, seu sacana. Me aguarde.
— Tô te esperando, namorado ciumento! — Miguel provoca, e todos caem na risada, inclusive Darlene, que já está enchendo dois pratos com comida como se não comesse há dias.
Dona Maria limpa as mãos no pano de prato e volta a se sentar, olhando de um para outro, confusa.
— Mas que tal foto é essa, Miguel? Que história é essa, menino?
Miguel se estica na cadeira, com aquele sorriso malandro.
— Ah, Dona Maria… eu percebi que Darlene tava meio tristinha… aí pensei que esse idi0ta do Eduardo deve ter feito merda. A gente estava lá no meu quarto estudando, ela bem coladinha em mim, aquele perfume dela, sabe? Aí aproveitei, fiz uma selfie com cara de safado, sem que ela percebesse e postei. Mas só deixei visível para ele. Cinco minutos depois, tava bufando de raiva, visualizou e ficou calado….
— Moleque desgraçado! — Eduardo resmunga, rindo, e j**a uma bolinha de pão nele.
— Foi por uma boa causa! — Miguel se defende. — Olha só a reconciliação como rendeu!
Todos voltam a rir. A mesa agora é só gargalhadas, comida e aquele sentimento gostoso de casa cheia.
— E aí, Eduardo, quando você volta para São Paulo? — Dona Maria pergunta, cortando o frango com a habilidade de quem faz isso há décadas.
— Amanhã no final da tarde. Mas antes passo aqui. Quero me despedir e... você sabe, comer mais um pouco dessa sua comida maravilhosa.
— Ótimo! Passa sim. Quero mandar umas coisas para Marta, para Lua… e também para o Ravi.
Ao ouvir o nome do amigo, Eduardo sorri, pega o celular e já abre uma videochamada.
— Vamos ver se o malandro atende agora.
Dois toques e a tela se ilumina com o rosto de Ravi, que atende do outro lado com cara de cansado.
— Que porrah Eduardo, o que inferno você quer… — ele começa, mas ao reconhecer o cenário atrás de Eduardo, arregala os olhos.
— Tá no sítio? SEU FILHA DA MÃE!
— Tô, ué. Você queria o quê? Que eu deixasse Darlene sozinha?
— Cadê Dona Maria? — Ravi pergunta, já com outra voz, mais suave. Dona Maria se aproxima da tela, o rosto iluminado por um sorriso emocionado.
— Oi, meu filho! — ela diz, tocando o próprio coração. — Que alegria te ver! Vou mandar um monte de coisinha boa para você, tá? Um presentinho meu.
— Ah, Dona Maria… assim a senhora me mata! — Ravi ri, a voz embargada de emoção.
— Prometo que assim que as coisas acalmarem, passo aí um fim de semana com vocês, viu?
— Vamos cobrar, hein! — Miguel grita da mesa.
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