O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 277

O tempo parece parar quando a esperança está por um fio. E para Jonathan Schneider, cada segundo dentro da Delegacia da Criança se arrasta como uma tortura silenciosa, fria e impiedosa. O ar é pesado, não apenas pela burocracia sufocante do sistema, mas pela incerteza que morde a alma com dentes invisíveis. O tic tac do relógio de parede soa mais alto que qualquer sirene do lado de fora, não há pressa para a dor, nem alívio para quem teme a resposta.

Na sala de paredes neutras e móveis funcionais, Jonathan senta à beira da cadeira como quem tenta conter um vulcão interno, os olhos fixos na porta, esperando que alguém entre e diga que tudo aquilo é um engano, que o filho perdido foi enfim encontrado. Mas o que chega é o delegado titular Dr. Vinícius Rocha, seguido pelo delegado geral Maurício Amaral, homens experientes, cujas feições sérias não deixam margem para esperanças infundadas.

Vinícius ajusta os óculos com precisão metódica, como se cada movimento pudesse suavizar o peso do que está prestes a dizer.

— Senhor Schneider — começa ele, com tom respeitoso e firme. — A decisão foi confirmada. A juíza da Vara da Infância determinou que, até o resultado do DNA ser entregue, a criança permanece sob custódia da mulher que alega ser mãe biológica.

Jonathan cerra os punhos, a mandíbula rígida como pedra.

— Isso é... inacreditável. Vocês estão me dizendo que existe a chance de aquela criança ser meu filho, e mesmo assim ela vai embora com uma desconhecida?

— Entendo a sua dor, senhor Schneider — diz o delegado geral, calmamente. — Mas temos que cumprir a lei. A mulher não cometeu crime algum. Não houve falsidade, nem indício de sequestro. Ela afirma que o filho é dela, e enquanto o laudo não comprovar o contrário, ela tem direito legal à guarda.

Jonathan se levanta abruptamente. O corpo inteiro parece feito de tensão prestes a explodir. Ele encara os dois homens, respirando com esforço, como quem tenta manter o controle.

— Façam o que for necessário. Mas, por favor... me avisem no segundo em que o resultado sair.

A noite cai com lentidão cruel. Jonathan não prega os olhos. Vira-se de um lado para o outro, tentando escapar da imagem do bebê, da possibilidade esmagadora de que ele possa ter deixado o filho escapar por entre os dedos, outra vez.

Na manhã seguinte, a ligação que ele mais teme e deseja finalmente chega. O resultado do exame está pronto.

O trajeto até a delegacia é feito em silêncio. Jonathan está sozinho no carro, dirigindo ele mesmo, como se o controle da direção pudesse compensar a falta de controle sobre o próprio destino. Ao chegar, não há espera. É imediatamente conduzido até a sala onde tudo será revelado.

Sobre a mesa, dois envelopes lacrados aguardam como sentenças. Vinícius olha para Jonathan com um misto de compaixão e imparcialidade.

— Deseja abrir?

Jonathan apenas acena, a garganta travada demais para responder. O delegado rasga o lacre com cuidado. Tira o laudo, lê com atenção e então o entrega.

A leitura é rápida. Mas o impacto é devastador. Seus olhos percorrem a linha que sangra como uma ferida aberta:

Ausência de vínculo biológico entre o Sr. Jonathan Schneider e a criança analisada.

O segundo envelope confirma o oposto: a mulher é, de fato, a mãe biológica.

Jonathan deixa o papel cair no colo. A esperança, aquela que vinha alimentando com tanto cuidado, com tanta fé, se desfaz como cinzas ao vento. Ele passa as mãos no rosto, apertando as têmporas, tentando sufocar a dor que já escapa pelos olhos marejados.

— Sinto muito — repete Vinícius, com sinceridade contida.

A porta se abre. Rosilene entra com o bebê nos braços, acompanhada por uma assistente social. Ela percebe no semblante de Jonathan o que as palavras ainda não disseram.

— Então... não é o seu? — pergunta, a voz trêmula, já esperando a resposta.

— Não. Mas por um momento... — ele suspira — por um momento eu acreditei que fosse.

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