O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 280

O som suave de um choro interrompe o silêncio da madrugada antes mesmo que o sol comece a tingir o céu do Rio de Janeiro com as suas cores douradas. Alan Moretti desperta com os olhos ainda pesados de sono, mas o coração leve. Ele se levanta com cuidado, evitando acordar Vivian, e caminha até o berço no canto do quarto. Vítor, o pequeno milagre que agora é o centro de suas vidas, o encara com olhos brilhantes e úmidos, o rostinho franzido num pedido silencioso por conforto.

— Ei, meu campeão... já tá com saudade do papai? — murmura Alan, pegando o bebê nos braços com delicadeza.

Com gestos cuidadosos, ele troca a fralda do filho, conversa com ele em sussurros e sorri quando o pequeno segura o seu dedo com força. Alan se vê refletido naquele gesto, naquela fragilidade forte e confiante. Por longos minutos, esquece o mundo lá fora. Senta-se no tapete do quarto, com Vítor no colo, e começa a brincar, fazendo vozes engraçadas, imitando sons de animais e arrancando os primeiros sorrisos sonolentos do bebê.

Vivian acorda devagar, os olhos ainda pesados, e observa a cena. Encostada no batente da porta, com o coração aquecido, agradece em silêncio pela transformação do homem que ama. Por tudo que já suportou, pelas noites em claro quando Alan se perdia em sua dor e no álcool, pelas palavras ásperas que muitas vezes vinham no lugar do carinho. Mas agora... agora, ele é outro. E mesmo que o passado tenha deixado cicatrizes, vê-lo assim, inteiro, com o filho nos braços, é mais do que redenção. É um renascimento.

Ela caminha até os dois, toca o ombro de Alan suavemente. Ele a olha e sorri.

— Bom dia, amor — diz ele, beijando-a na testa. — Já troquei a fralda dele. Só falta o leite agora.

— Obrigada, meu amor. — Vivian pega Vítor nos braços com ternura. — Você está se saindo um pai incrível, sabia?

Alan se estica, faz um gesto de cansaço brincalhão e murmura:

— Um pai com olheiras, mas feliz da vida.

Enquanto ela prepara o leite na cozinha, Alan toma um banho rápido. Pouco depois, ele desce e encontra a mesa do café posta com cuidado. O aroma de pão fresco e café se mistura ao som baixo do rádio na estação de músicas clássicas.

Vivian senta-se à mesa com Vítor no colo, e eles partilham o café como uma pequena celebração diária da família que estão construindo.

— Você já parou para pensar, diz Vivian, depois de um gole de café.

— Por mais cansativo que seja, por mais noites sem dormir... a gente não trocaria nada disso por nada no mundo?

Alan segura sua mão por cima da mesa.

— Eu penso nisso todos os dias, meu amor. E sabe o que é louco? Eu achava que minha vida já estava decidida. Que o meu destino era seguir um caminho solitário... e hoje, esse pequeno aqui, ele toca o pé de Vítor, que repousa nos seus braços, me ensinou mais sobre amor do que qualquer outra coisa.

Vivian sorri, mas seus olhos brilham com uma sombra de emoção.

— Eu sinto o mesmo. Às vezes, me pego pensando em como tudo aconteceu... e mesmo com todas as dificuldades, todos os medos, eu nunca me senti tão completa.

Alan se levanta, beija o topo da cabeça dela e se despede com um aceno carinhoso.

Na despedida, Alan beija a mão da esposa e o topo da cabeça do filho.

— Te amo. Vocês são meu mundo.

Vivian sorri.

— Vai com Deus. A gente te espera.

No hospital, Alan reencontra o mundo da medicina, dos diagnósticos precisos e da responsabilidade afiada. Atende pacientes com a mesma dedicação com que segura o filho nos braços. Mas, entre um atendimento e outro, a imagem de Vítor não sai de sua mente.

Amanhecer Emocionante 1

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