Eduardo chega em casa já com a noite bem avançada. O portão automático do condomínio se fecha atrás dele com um estalo familiar, o porteiro o cumprimenta discretamente, e o silêncio do bairro residencial contrasta com o turbilhão que ainda pulsa dentro do seu peito. Ao entrar, a penumbra da cozinha o recebe com familiaridade, ele acende a luz, j**a as chaves na bancada, abre a geladeira e guarda cuidadosamente as garrafas de leite e os doces caseiros que Dona Maria separou. O resto, ovos, hortaliças, os presentinhos de Lua, ele deixa encostado em um canto, decidido a entregar tudo na mansão Schneider no dia seguinte.
Ainda com o corpo pesado de saudade e prazer, tira as roupas no caminho até o quarto. O banho é rápido, morno, como um afago preguiçoso. Ao se jogar na cama, completamente nu, o corpo encontra o alívio imediato do colchão frio, mas é o pensamento em Darlene que o aquece por dentro. Um sorriso brota sem que ele perceba. O jeito que ela gemeu o nome dele, a provocação nos olhos, os beijos carregados de promessas e afeto, a forma que ela o provoca e desafia. Nunca se sentiu assim... tão completo e vulnerável ao mesmo tempo.
Ele vira para o lado, os músculos relaxando, o peito leve, e é vencido pelo cansaço. O sono chega rápido, intenso, como tudo o que Darlene provoca nele.
Na manhã seguinte, o ronco suave do motor de seu carro quebra o silêncio da entrada da mansão Schneider. Eduardo estaciona diante da escadaria e desce com passos firmes, já prevendo o deboche do amigo.
Jonathan aparece antes mesmo de Eduardo bater na porta, escorado no batente com um sorrisinho torto e uma xícara de café na mão.
— E aí? O humor tá melhor? Tirou o pau da miséria, não é? — provoca com a cara mais cínica do mundo.
— Vai se f0der, Jonathan. — Eduardo rebate, sem perder o ritmo, e os dois caem na risada, cúmplices.
Marta surge segundos depois, com Lua no colo. A menina, ao ouvir a voz de Eduardo, se remexe e começa a procurá-lo com os olhinhos espertos. Marta caminha até ele e Eduardo sorri ao ver a pequena o reconhecendo. Ele alisa o pezinho dela, dá um cheiro gostoso e murmura:
— Oi, princesa… tava com saudade do tio?
Ela faz um som feliz, e Marta sorri, observando a troca silenciosa entre os dois.
Os quatro seguem para a copa. A mesa está posta e o café da manhã tem cheiro de casa cheia. Enquanto se servem, Jonathan deixa o aviso, entre uma mordida e outra no pão de queijo:
— Por enquanto, você vai ter que ficar aqui com elas. Mas você vai precisar arrumar outro segurança para andar comigo. Você vai ficar oficialmente com a Marta. Não confio em mais ninguém com minha mulher e a minha filha.
Eduardo ergue uma sobrancelha, surpreso.
— Achei que você gostava de viver perigosamente...
— Gosto. Mas não sou burro. E sei que você daria a vida por elas. Isso basta.
Eduardo apenas concorda, já decidido. Levanta-se da mesa e segue para o carro, ainda estacionado na entrada. Começa a descarregar tudo com cuidado e leva as sacolas direto para a cozinha. Marta aparece atrás dele, curiosa, e seus olhos se iluminam ao ver os produtos.
— Isso tudo é da minha mãe? — ela pergunta, tocando os vidros de conserva, os pacotes de hortaliça, os potes com doces artesanais.
— Cada coisa que ela pôde carregar... tem até doce de leite novo. O tal que a Islanne se apaixonou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino