O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 289

O dia começa como uma batalha silenciosa, mas Jonathan Schneider não sabe que, até o fim dele, será arrastado para a beira do próprio limite. O relógio marca as sete da manhã quando ele estaciona diante do Grupo Schneider, e, desde então, não há respiro. As reuniões atropelam-se como ondas furiosas, decisões surgem como lâminas que precisam ser cravadas sem hesitação, enquanto a ausência de Marta torna tudo mais instável, mais sombrio. Quando ela não está ao lado dele, é como se a estrutura do mundo ficasse torta, vacilante. Ele precisa de sua presença como um náufrago precisa da terra firme.

E hoje, o caos não dá trégua.

Primeiro, uma queda de energia paralisa parte da produção. Depois, como um golpe certeiro no que já está frágil, uma das embaladoras mais importantes quebra, e a garantia recusa cobrir o prejuízo. Jonathan chega à linha de produção com o terno amarrotado, o olhar faiscando, como se cada passo pudesse incendiar o chão.

— Autorizem a compra agora! — ordena, a voz cortante como aço.

— E retirem o equipamento reserva do depósito central. Não aceito desculpas. Resolvam hoje!

Os técnicos e engenheiros se calam, os olhares fixos naquele homem que carrega muito mais do que a responsabilidade de uma empresa. Ele assina os papéis com força demais, como se quisesse rasgar os problemas com a caneta.

— E quero um relatório completo — diz, os olhos duros, mas a alma trincada.

— Nome de cada responsável. Quem deveria prever esse tipo de falha vai responder por isso.

Mas, no fundo, ele sabe que não está irritado com máquinas ou números. Não é a falha técnica que o corrói, é a ausência do filho. Jeff. O nome que ele não pronuncia ali, mas que grita dentro dele como um trovão constante.

Horas depois, já no carro, ele dirige com os dentes cerrados e o peito esmagado por um peso que nem mesmo sabe mais como aliviar. As mãos apertam o volante como se fosse a garganta do destino, como se, com força suficiente, pudesse dobrá-lo. A saudade de Marta e Lua o consome. A ausência de Jeff o destrói. Quantas vezes ele chorou sozinho no banheiro, escondido, para não aumentar a dor nos olhos dela? Quantas vezes desejou ter desaparecido junto com o filho, só para não suportar essa angústia sufocante?

Ao chegar em casa, Eduardo o recebe com um sorriso cansado.

— Ela está lá em cima com a pequena — diz, quase como quem entrega um sagrado segredo.

Jonathan não responde. Apenas sobe.

Cada degrau é uma sentença. Cada passo, um golpe.

Quando empurra devagar a porta do quarto dos gêmeos, é como se o tempo parasse. Marta está ajoelhada ao lado do berço, acariciando suavemente os cabelinhos de Lua, que dorme serena, alheia a todo o caos. A voz de Marta é um sussurro trêmulo, carregado de promessas e de uma força que parece quase divina.

— Eu não vou desistir, minha filha… Mesmo que seja a última coisa que eu faça… Eu vou trazer o seu irmãozinho de volta. Você vai conhecer o Jeff, eu juro.

Jonathan paralisa, com a mão ainda na maçaneta. O quarto dos gêmeos está montado com perfeição: de um lado, Lua e suas pequenas roupas bordadas, os brinquedos delicados; do outro, o espaço de Jeff, intocado, como se ele pudesse entrar pela porta a qualquer instante e preencher aquele vazio que, agora, parece gritar.

E é esse grito silencioso que o despedaça. A esperança inquebrantável de Marta, a doçura de Lua e a ausência lancinante de Jeff. Tudo ali, naquele quarto meticulosamente arrumado, como um altar ao amor… e à dor.

Marta se vira e vê Jonathan parado, os olhos brilhando de umedecidos, a mandíbula travada. Ela se levanta e o envolve num abraço silencioso. Ele a beija com uma intensidade que mistura amor e desespero, como quem beija uma âncora para não ser tragado pela tempestade.

— Só vou tomar um banho… Preciso lavar esse dia de mim — sussurra ele, quase sem voz.

— Eu fiz uma janta gostosa. Do jeito que você gosta… — ela responde, passando a mão com carinho pelo peito dele, como quem tenta, com um toque, apagar um incêndio.

Jonathan apenas concorda, sem conseguir sorrir, e segue para o quarto. Fecha a porta atrás de si e vai até o banheiro, como quem entra numa câmara de exílio. Tira a gravata devagar, como se cada centímetro dela fosse um nó que o sufoca. Despe-se lentamente, até que nada mais o separa de si mesmo, de sua própria fragilidade.

Abre o chuveiro e entra. A água quente cai pesada, mas não tem força suficiente para lavar o que está dentro. Jonathan apoia as duas mãos na parede fria de mármore e fecha os olhos com força, como quem tenta impedir a mente de projetar as imagens que o assombram, Marta desacordada naquela UTI gelada, o médico com a voz quebrada anunciando o boletim médico de Lua, nenhuma notícia do desaparecimento de Jeff… e, depois disso, a busca incessante, as promessas vazias dos políticos, as investigações que nunca levam a lugar algum.

Onde Está Jeff? 1

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores
Você poderá ler este capítulo gratuitamente em:--:--:--:--

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino