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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 295

O sol ainda não nasceu quando Ravi para o carro diante do prédio de Rui. O silêncio da rua contrasta com a tormenta dentro dele. Por um instante, hesita. Sabe que não há palavra no mundo capaz de desfazer o que aconteceu. Mas precisa falar. Precisa olhar nos olhos do amigo e tentar entender a dor que viu, aquela dor que o assombra desde que deixou Islanne.

O porteiro reconhece Ravi, o libera sem perguntas. O elevador sobe lento demais para quem tem o coração afundado no peito. Quando a porta se abre, Ravi caminha até o apartamento e b**e.

Nada.

B**e de novo.

Depois de um tempo que parece eterno, a porta se abre. Rui está ali, olhos vermelhos, cabelos desgrenhados, camisa amassada. Não diz nada. Apenas encara.

— Posso entrar? — Ravi pergunta, a voz firme, mas contida.

Rui se afasta, permitindo a entrada. Não há hostilidade no gesto, mas também não há perdão. Apenas cansaço.

Ravi entra, fica de pé no meio da sala. Rui vai até o balcão da cozinha, serve uma dose de uísque, vira de uma vez. Depois encara o amigo.

— Veio dizer que ama ela? — cospe, sem rodeios.

Ravi respira fundo. Fecha os olhos por um segundo.

— Vim dizer que se soubesse que você estava tão apaixonado assim... eu nunca teria feito isso. Nunca teria te ferido assim.

Rui ri. Um som seco, sem alegria.

— Jura? — ele pergunta. — E desde quando a gente avisa quando vai se apaixonar, Ravi? Desde quando amor vem com manual de instruções?

— Não tô dizendo que você devia ter me avisado — Ravi rebate, aproximando-se. — Tô dizendo que, karalho, a gente vive junto. Boates, puteiros, leilões de mulheres. A gente sempre transou com tudo o que era putta que aparecia. Nunca, nunca imaginei que você... sentia isso, de forma tão intensa por ela.

Rui abaixa a cabeça. O copo ainda na mão, os dedos apertando com força.

— Eu senti. — A voz dele é baixa, quase um sussurro. — Eu achei que ela fosse... a chance de algo diferente. Que, com ela, eu talvez aprendesse o que era amar alguém de verdade. Mas você… — ele levanta o olhar, os olhos marejados.

— Você matou isso.

— Eu não sabia — Ravi diz, mais calmo, mas não menos sincero. — Eu juro que não sabia. E se soubesse... não teria ido até o fim. Você me conhece, porrah.

— Conheço — Rui cospe, amargo. — Conheço o suficiente para saber que você só pensa com a cabeça do pau quando tá com tesão. Que só percebe o que sente quando já é tarde.

Ravi aperta os lábios, aceita o golpe.

— É verdade. — Ele admite. — E não tô aqui para me justificar. Só pra te dizer que eu amo ela. Não sei como aconteceu, nem quando, mas aconteceu. E doeu ver você daquela forma. Porque, mesmo com tudo… você é meu irmão, Rui.

Rui se afasta, dá as costas.

— Irmão não fodeh a mulher do outro.

— Você nunca disse que ela era sua.

— Sabe o que mais me mata? — murmura.

— É que, no fundo, talvez eu sempre soubesse. Mas me apeguei à mentira. Porque doía menos do que imaginar que vocês já tinham história antes mesmo de eu tentar escrever a minha com ela.

Ravi se aproxima, devagar.

— Eu nunca quis roubar nada de você, Rui.

— Eu sei — Rui responde. — Mas mesmo assim... aconteceu.

O silêncio toma conta da sala novamente.

Dois amigos. Um amor. Três corações dilacerados pela verdade.

Ravi caminha até a porta, mas antes de sair, se vira.

— Eu espero que um dia você consiga me perdoar. Porque, mesmo ferrando tudo... eu ainda te considero meu irmão.

Rui não responde.

A porta se fecha.

E ele chora mais uma vez.

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