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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 30

O envelope desliza suavemente pela mesa, interrompendo a observação cuidadosa de Marta. Ela ergue os olhos para Jonathan, que a observa com a expressão indecifrável de sempre.

— Seu salário está depositado na conta. O cartão está dentro do envelope, junto com os detalhes. Tudo conforme o contrato, incluindo as horas extras e o adicional das refeições que você prepara para mim. Profissional, direto, sem brechas. Mas o ar entre eles parece carregado por algo que vai além de um simples acerto financeiro.

Ela agradece com um sorriso tímido, mas ele já se distrai com o café e a tapioca que encontra sempre no mesmo lugar, preparados por ela. Come em silêncio, lança um olhar rápido na direção dela, depois desvia.

Marta assente, sem conseguir esconder o brilho satisfeito nos olhos. Seu primeiro salário. Uma conquista que parecia impossível há pouco tempo.

Jonathan termina o seu café da manhã, agradece a Marta. Ele se levanta, pronto para sair.

— O que o senhor gostaria de comer na janta? — Marta pergunta, ainda se acostumando com essa rotina entre eles.

Ele hesita por um segundo, os olhos escuros avaliando-a.

— Apenas uma salada crua e filé de frango grelhado.

Jonathan caminha até a porta, mas antes que possa atravessar o limiar, Marta se move de forma abrupta e tropeça. Ele reage instintivamente, segurando-a pela cintura. O impacto a pressiona contra seu peito, os rostos a meros centímetros de distância.

As respirações se misturam. O ar ao redor deles pesa. O calor que emana de seus corpos se torna uma entidade própria, consumindo qualquer rastro de razão.

Jonathan não consegue mais segurar, e falha miseravelmente na sua tentativa de controle. Num impulso, os seus lábios encontraram os dela. O beijo começa hesitante, incerto, como se ele estivesse lutando contra si mesmo. Mas logo se aprofunda, e ambos se entregam ao momento. Marta desliza as mãos pelo pescoço dele, puxando-o para mais perto, enquanto ele aperta a cintura dela, sentindo o calor do corpo feminino contra o seu.

Eduardo assiste a tudo com um sorriso satisfeito no rosto, mas se afasta para fingir que não testemunhou o momento.

Jonathan tenta encerrar o beijo com alguns selinhos, como se pudesse dar um ponto final ali. Mas não consegue. A boca dela é uma malldição e uma salvação ao mesmo tempo. Ele a beija de novo, mais intenso, mais profundo. O desejo explode dentro dele, o pau endurecendo contra o corpo dela. Marta solta um gemido suave, e isso o deixa ainda mais insano. Ele sente que tudo o que precisa está ali, nela, nesse beijo.

Mas então, a consciência o atinge como um soco. E é exatamente por isso que ele precisa parar. O que diabos ele está fazendo?

Jonathan se afasta, respirando fundo, os olhos escuros brilhando com frustração. Alisa o rosto dela com delicadeza e encosta a testa na dela, como se assim pudesse encontrar algum resquício de controle. Ficam assim por alguns instantes, sentindo o coração um do outro disparado. Então ele fecha os olhos e murmura:

— Me desculpa… Eu preciso me controlar. Não sou nenhum aproveitador.

Ele se afasta abruptamente, saindo com passos apressados. Marta permanece ali, confusa, com os lábios ainda formigando, as pernas fracas, o peito em um turbilhão. Ela já havia beijado alguns meninos antes, mas nada se comparava ao que acabara de sentir. Nada chegava perto do homem que bagunçava os seus pensamentos.

Enquanto isso, Jonathan se esquiva de Eduardo, pega um dos seus carros e dirige para a empresa, os seus músculos tensionados, os dedos apertando o volante como se pudesse descarregar toda a sua frustração ali. O gosto dela ainda está em sua boca, o calor do corpo da jovem impregnado na memória de sua pele. Ele sente raiva de si mesmo por ter cedido, por ter deixado o desejo falar mais alto. Ele não pode querer Marta. Não deve. Mas a verdade que o corrói por dentro é que ele já a quer. E mais do que isso... Será que ele conseguiria parar agora?

Ele sai de casa como um homem fugindo de seus próprios demônios. O carro rasga as ruas com velocidade controlada, mas dentro dele, o caos se espalha como um incêndio. Ele tenta se concentrar na estrada, nos semáforos, no som rítmico da seta ao virar a esquina, mas tudo o que consegue sentir é o gosto dos lábios de Marta ainda marcados nos seus.

O calor do corpo dela, a suavidade da pele, o olhar inocente e ao mesmo tempo curioso... Malldito seja, Jonathan pensa, apertando mais forte o volante. Ele não deveria ter feito aquilo. Ele não deveria desejá-la. Mas agora, que já cruzou essa linha, seria possível voltar atrás?

— Cassandra, você insiste em se portar como uma acompanhante qualquer. Se continuar assim, eu vou simplesmente te colocar de costas, te f0der e pagar pelo serviço prestado. E depois? Vou fingir que nada aconteceu.

Os olhos dela se arregalam, o choque evidente na expressão. Ela recua, tentando disfarçar o desconforto.

— Não foi isso que eu quis dizer, Jonathan… Senhor Schneider — desconversa, sua voz trêmula.

Jonathan apenas ri de lado, satisfeito com o efeito de suas palavras. O elevador se abre e ele sai sem olhar para trás. Mulheres como Cassandra nunca o impressionam. Elas o entediam. Seu interesse estava em outro lugar. Em outra mulher. Uma que ele não deveria querer.

Quando chega em casa, o ambiente está silencioso. Ele sobe as escadas e segue para o seu quarto. Mas ao passar pela porta, congela.

Marta está ali, nua, espalhando hidratante pelo corpo. A luz suave do abajur cria um brilho acetinado em sua pele. Jonathan não consegue se mover. Ele deveria se afastar, deveria sair dali. Mas tudo o que faz é observá-la, fascinado. Seu pau endurece na mesma hora, pulsando contra o tecido da calça.

Marta está distraída, concentrada nos movimentos suaves das mãos deslizando pelo próprio corpo. Ela esqueceu de fechar completamente a porta, permitindo que Jonathan testemunhasse aquela cena hipnotizante.

Ele sente o sangue ferver, a respiração ficar mais pesada. Seu corpo responde a ela de um jeito primitivo, urgente. Mas ele sabe que não pode se deixar levar. Com um suspiro pesado, vira-se abruptamente e segue direto para o banheiro, fechando a porta com força. Liga o chuveiro no máximo, deixando a água fria despencar sobre sua pele incandescente, mas nada apaga esse fogo, e suas mão iniciam um movimento lento que culmina com ele se levando pelo prazer e gemendo o nome dela.

Ele precisa se acalmar. Precisa se controlar.

Mas será que ainda há volta? Ou já passou do ponto em que poderia resistir?

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