O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 300

O sol ainda nem roça os telhados da cidade quando o desejo contido, remendado, negado por tempo demais, explode como brasa viva sob a falsa aparência de cinzas. Na mansão silenciosa de Islanne, o mundo permanece imóvel. Mas ali, naquele quarto escondido dos julgamentos, duas almas acordam despidas de orgulho, envoltas por algo mais denso do que arrependimento, amor, talvez ou um tipo de redenção que queima, que purifica, que assusta.

Ravi a observa como se fosse a primeira vez. Ela dorme com os cabelos espalhados no travesseiro, os lábios entreabertos, a respiração ainda leve de quem descansou depois da tormenta. Pela primeira vez, ele enxerga além da força, além do escudo. Vê a mulher inteira e vê o que a fraqueza dela carrega de mais belo. Uma entrega silenciosa que jamais pediu aplausos.

Islanne desperta aos poucos, os cílios tremulando até encontrar os olhos dele, já acordados e fixos nela. Nenhum dos dois diz uma só palavra, porque o silêncio se tornou cúmplice, cúmplice das verdades que antes ambos enterravam sob sexo sem nome e desculpas vazias. Agora, o que paira no ar não é luxúria crua. É a vontade de se reconectar de um jeito que vá além da pele. De um jeito que os salve, mesmo que doa.

Ele se aproxima com dedos trêmulos, como se cada toque fosse um pedido de desculpas. Estão nus, mas pela primeira vez não é o corpo que pesa. São as memórias. As marcas invisíveis. As mágoas que nunca chegaram a ser ditas. E mesmo assim, quando ele toca seu rosto, ela fecha os olhos e se inclina, aceitando a paz que aquele gesto carrega.

Ela o puxa para perto. As pernas envolvem o quadril dele e os corpos se reencontram devagar, com uma lentidão que não tem nada de hesitação, mas tudo de reverência.

A cada movimento, o prazer não vem só do físico. É o corpo dizendo o que a boca sempre calou. É o amor pedindo passagem. É o passado sendo desfeito a cada toque mais fundo. E ele a segura como se ela fosse feita de vidro. Mas ela se entrega como quem sabe que já se quebrou antes e sobreviveu.

O silêncio continua, mas agora carrega expectativa. A tensão não é mais medo ou orgulho. É entrega. Ele se aproxima dela com uma delicadeza incomum. Como se cada gesto fosse uma prece Eles estão sem roupas, revelando não apenas o corpo, mas as marcas de quem já sofreu e sobreviveu. Ela se aproxima dele com cuidado, e suas mãos tremem. De emoção, não de insegurança.

Quando os corpos se encontram, é como se o mundo parasse. Não há pressa, apenas pressão. Os beijos são longos, famintos de ternura. Ravi acaricia suas costas com lentidão quase reverente, seus dedos traçam um caminho que ela nem sabia que existia. Os olhos dele estão nos dela quando penetra seu corpo, com um movimento que é mais declaração que impulso.

— Eu juro... — ele diz, com a voz presa no peito — ...que não vou fugir mais.

Ela responde entre gemidos, as mãos em seu rosto, os olhos cheios de verdade:

— Eu tenho medo. Mas te quero. Mesmo com medo. Mesmo errada.

A cada movimento, não é apenas prazer que se instala. É purificação. A alma exposta, vulnerável, nua. Os dois se encaram o tempo todo, como se não pudessem mais esconder nada um do outro.

E quando o clímax chega, é mais que físico. É transcendência. É como se atravessassem juntos uma porta para outra versão de si mesmos. Mais inteiros. Mais feridos. Mais reais.

Ele colapsa sobre ela, mas não a solta. O rosto no pescoço dela, sentindo sua pele, seu cheiro, sua existência.

— Foi só sexo? — ele pergunta, num sussurro quase temeroso.

Ela o olha, os olhos marejados.

— Foi tudo. Tudo o que eu escondi. Tudo o que você me tirou sem pedir.

O silêncio entre eles agora é preenchido por algo novo. Compreensão. Amor. Medo. Mas também coragem.

Eles se abraçam como quem tenta impedir que o universo os desfaça outra vez. E por um tempo, apenas respiram, nus, pele contra pele, coração contra coração. Mas mesmo essa paz traz um peso: o de saber que há alguém do lado de fora dessa história, alguém que não merece o lugar em que foi deixado.

Mais tarde, Islanne está sentada na beira da cama, usando a camisa dele. O tecido cobre pouco, mas é como um escudo temporário. Os pés descalços tocam o chão gelado. Ravi a observa da cabeceira, os lençóis emaranhados em volta da cintura, o olhar perdido.

— A gente não pode fingir que nada aconteceu — ela diz, sem rancor, apenas com uma firmeza serena.

Ele suspira, esfrega o rosto, volta a encarar o chão.

— Eu sei. Mas eu também não sei como desfazer isso. Rui... ele confiava em mim. Em nós dois.

Ela se encolhe ao ouvir o nome. Rui. O elefante na sala. O laço que apertava. O amigo que virou obstáculo. Ou vítima.

— Eu o magoei — admite, com um nó na garganta.

— Nunca prometi nada, mas ele merecia mais. Merecia clareza. E eu... eu me escondi. Fingi que o desejo não se confundia. Fingi que dava pra separar o corpo do coração.

Ravi se levanta, veste a calça devagar. Se aproxima dela e se ajoelha à sua frente.

— Eu também errei. Com ele. Com você. Comigo. Mas o que a gente viveu... ontem... — ele a encara com uma firmeza que quase dói — …não foi só prazer. Foi verdade. Foi amor. Você sabe.

Ela assente, a garganta seca.

— Então o que a gente faz com isso tudo? — sua voz falha. — Como a gente conserta o que quebrou?

Ardência e Perdão 1

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