O sol ainda não aquece por completo as janelas da casa quando Alan Moretti abre os olhos. Pela primeira vez em semanas, ele acorda sem despertador, sem plantão, sem pressa. Mas seu coração desperta antes dele, puxado pelo som doce da risada de Vítor no quarto ao lado. Não é um choro, não é um pedido, é um riso. E aquilo, tão simples, o arranca da cama com um sorriso. Hoje é o seu dia de folga. Hoje, o mundo inteiro cabe dentro daquela casa. Só ele, Vivian e o filho.
— Bom dia, campeão! — diz Alan, entrando no quarto e sendo recebido com os bracinhos agitados do bebê.
Vivian, ainda de camisola, já está ali. Com os cabelos presos num coque bagunçado e o olhar apaixonado para o filho, ela se vira e sorri ao ver o marido.
— O pai do ano chegou — brinca ela.
Vivian o observa encostada no batente da porta, os olhos suaves. Aquele homem ali não é só o amor da vida dela, é a prova de que milagres existem.
— Cuidado, hein, Moretti... você tá ficando bom nisso — provoca, caminhando até ele.
— Eu fico bom em tudo que envolve você e ele — responde Alan, puxando-a pela cintura, roubando um beijo com gosto de café e promessa.
— O pai do ano tá de folga hoje. E vai aproveitar cada segundo disso com vocês.
Logo os três estão na cozinha, improvisando um café da manhã entre mamadeiras e torradas queimadas. Alan dança com Vítor no colo enquanto Vivian ri, tentando filmar a cena com o celular, mas tremendo de tanto rir. O amor ali não é só visto, é sentido. Preenche o ar, escorre pelos gestos simples. Um beijo na bochecha. Um olhar demorado. Uma mão pousada no ombro.
— Eu ainda não acredito que temos isso — diz Vivian, sentando-se com Vítor no colo.
— Que somos uma família de verdade.
Alan se abaixa, beija os pés do filho e depois olha nos olhos da esposa.
— Eu acredito. Porque sonhei com isso a vida toda, mesmo quando achava que não merecia.
Mais tarde, eles saem para passear com o bebê no carrinho. O sol aquece sem excessos, e a brisa traz cheiro de vida nova. Vítor adormece no caminho de volta, e o casal aproveita o silêncio raro como um presente.
De volta em casa, Alan leva o filho para o berço com todo o cuidado do mundo.
— Boa soneca, campeão. — sussurra, como se o sono do bebê fosse um segredo a ser guardado.
Vivian o espera no quarto. As janelas entreabertas deixam a luz suave tocar os lençóis brancos. Ela está sentada na beirada da cama, os olhos ainda úmidos do riso e da emoção do dia.
Alan se aproxima devagar, sem dizer nada, e a abraça por trás. Os lábios roçam seu pescoço. Ela fecha os olhos.
— Senti sua falta assim — ela sussurra.
— Estou aqui agora. Inteiro. Só teu.
Vivian ajeita os travesseiros na cama, sem saber que Alan a observa com olhos famintos. Mas não é só desejo. É adoração.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino