O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 307

A paz da mansão Schneider é uma ilusão que se desfaz assim que Eduardo atravessa o hall, o corpo tenso, o olhar inquieto, como quem prevê a tempestade antes do trovão. A rigidez da roupa, o porte profissional, o rádio discreto preso ao cinto, tudo isso é fachada. Por dentro, ele está despedaçado. E quando sente o silêncio invadindo os corredores, um tipo de silêncio que não é calmo, mas denso, sufocante, ele sabe que Mariana finalmente explodiu.

Ele sobe rápido, cada passo mais pesado que o anterior. O coração b**e descompassado, não de medo físico, esse ele aprendeu a controlar, mas de um medo emocional que o acompanha desde a adolescência. Ao chegar à sala, ele encontra exatamente o que temia, Marta, de pé, com Lua nos braços, os olhos arregalados. Cici sentada, completamente entregue, o rosto encharcado de lágrimas. E Mariana, na porta, respirando forte, os punhos fechados.

O ar pesa. A tensão é quase palpável, como se fosse possível tocar o estrago no ambiente.

— Eduardo... — Marta quebra o silêncio com uma voz que treme.

— O que foi isso?

Ele a encara. É ela quem mais lhe importa. Ela e Lua. É por elas que ele permaneceu aqui, mesmo sufocado. Mesmo com Cici por perto. Mesmo engolindo os próprios fantasmas todos os dias. E agora, eles transbordaram. Não há mais como esconder.

— Marta... — ele engole em seco — ...é uma história que eu queria te contar em outro momento. Com calma. Não assim.

— Mas foi assim que chegou até mim — diz ela, com firmeza, mas sem agressividade.

— Eu preciso saber, Eduardo. Se vou continuar com você do meu lado... eu preciso saber o que você carrega com tanto peso.

Cici tenta se levantar, mas Mariana não permite. Os olhos da jovem ardem de verdade, de mágoa, de memórias que doem como lâminas ainda afiadas.

— Você vai ouvir dele? — Mariana dispara, encarando Marta. — Vai ouvir a história de um jeito limpo, encoberto por culpa e lealdade? Ou quer ouvir a verdade como ela foi?

— Mariana, por favor... — Eduardo tenta intervir.

— Não, Dudu. Agora não. Agora ela escuta. Porque essa casa precisa de verdades. Porque essa mulher — ela aponta para Cici, tentou apagar o que fez com lágrimas. Mas chorar não apaga a omissão.

Mariana respira fundo, como se o que estivesse prestes a dizer fosse ácido.

A mansão Schneider, geralmente acolhedora, agora parece pequena demais para tanta dor. Marta, com Lua nos braços, não sabe se senta, se fala, se chora. Eduardo permanece imóvel, os olhos fixos na irmã como se tentasse conter o inevitável. E Cici, trêmula, de pé no meio da sala, encara Mariana como quem reconhece, finalmente, o peso do que causou.

— Eu vim aqui porque achei que poderia tentar respirar, Eduardo, dispara Mariana, a voz carregada de emoção. — Mas bastou olhar para cara dela para tudo voltar.

Eduardo fecha os olhos por um segundo. Ele sabia. Mariana nunca superou e talvez nem devesse. Mas não esperava que ela desabasse assim, nem tão cedo.

— Mari... por favor... — ele começa.

— Não! Hoje não. Hoje você cala e escuta. Você e ela.

Mariana encara Cici como quem encara um abismo.

— Você se lembra do homem que levou pra nossa casa? Do seu novo companheiro, depois que o nosso pai morreu? Acha mesmo que eu não percebia o jeito que ele me olhava? Que você não via o incômodo nos nossos olhos?

Cici leva a mão ao peito, o rosto pálido.

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