O trânsito em São Paulo está como sempre, caótico, impaciente e barulhento. Eduardo segura o volante com uma mão enquanto a outra repousa no câmbio, os olhos atentos aos carros que se arrastam diante dele. O trânsito parece ter dado uma trégua e ele, finalmente sozinho, consegue respirar fundo. Um instante de paz. Ele ainda sente o cheiro da terra molhada da fazenda na memória, como se o corpo recusasse a se desligar daquele lugar e daquele amor.
O dia foi longo, carregado, e sua cabeça ainda gira com as últimas decisões que precisa tomar, e as novidades inesperadas na vida de Jonathan. Mas quando finalmente estaciona na frente da casa onde a irmã o espera, sente o peso começar a se dissipar.
Ele entra, jogando as chaves sobre o aparador da sala, e segue direto para o quarto, tirando os sapatos no caminho. Só então lembra de checar o celular e lá está. A mensagem dela.
Darlene.
Assim que os olhos percorrem as palavras dela, um sorriso idiota escapa sem permissão. Um daqueles sorrisos que não dá pra conter. O tipo de sorriso que denuncia saudade e desejo misturados. Eduardo ri sozinho, balança a cabeça e começa a digitar a resposta quando uma voz estridente ecoa da cozinha:
— Eeeeduardo! Tá sorrindo por quê, hein? Aposto que é ela!
Mariana aparece de repente na porta da sala, de avental e uma colher de metal na mão como se fosse uma espada.
Eduardo nem disfarça. Solta uma risada mais alta e j**a o corpo no sofá, respondendo com um tom provocador:
— Ela quem, irmã? Tá vendo espíritos agora?
— Eduardo! — Mariana cruza os braços, fingindo indignação.
— Você sorri assim só quando tá comendo ou muito feliz! E hoje você chegou antes do jantar, então...
— Vai cuidar do seu arroz que tá queimando — ele retruca, se divertindo.
— Queimando nada! Eu só vim ver o motivo do bom humor. Não inventa, você não chega em casa sorrindo sozinho, tipo adolescente com crush, após o trânsito.
Eduardo digita rapidamente a resposta para Darlene:
“Tive um dia puxado, mas agora que vi sua mensagem, tudo melhorou. Estou morrendo de saudade. A gente precisa conversar... pessoalmente. Prometo que vou aí em breve.”
E antes de guardar o celular, completa com outra mensagem:
“Tô dirigindo não, agora tô em casa. Você é um alívio depois do caos dessa cidade.”
Ele mal envia e o sorriso continua ali, preso no rosto. Mariana o observa do vão da porta, já desconfiada.
— Eu quero conhecer essa Darlene aí, hein. Tá fazendo milagre. Vai me deixar?
Eduardo ergue uma sobrancelha, desafiando:
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