O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 311

O cheiro do café recém passado se mistura ao silêncio tênue da manhã, mas é o som da xícara sendo colocada sobre a mesa que rompe, de vez, a calmaria. Eduardo está acordado antes mesmo do despertador, como se algo dentro dele estivesse em ebulição. Quando entra na cozinha, Mariana já está de pé, cabelos presos em um coque improvisado e olhos atentos, como se lesse os pensamentos do irmão apenas com um olhar. Eles se encaram por um segundo que diz tudo, o peso do passado, a tensão do presente e a urgência de mudar alguma coisa.

— Dormiu? — ela questiona, sentando-se à mesa com um sorriso debochado.

— O suficiente para lembrar que ainda tô em São Paulo — ele responde, com um suspiro contido.

— E com saudade de Darlene, pelo visto.

Eduardo não rebate. Apenas sorri de canto, servindo-se de pão e frutas enquanto observa a irmã. Mariana sempre teve essa mania de cutucar com elegância, mas hoje ele não se incomoda. Na verdade, está grato por aquele momento, por aquela casa e por aquela cumplicidade que resistiu a tudo, inclusive ao abandono de Cici.

— Tô pensando em conversar com o Jonathan hoje — diz, entre uma mordida e outra.

— Preciso tirar uns dias. Quero te levar pra conhecer a fazenda, a Darlene. Acho que a gente precisa sair um pouco dessa loucura.

— Você leu meus pensamentos — Mariana diz, empolgada.

— Ia começar a procurar lugares para montar meu consultório, mas vou deixar isso para quando a gente voltar. Acho que também preciso de ar puro. E de silêncio, se é que isso existe.

A conversa é leve, quase terapêutica. Eduardo sente o coração bater mais calmo por alguns instantes. Mas essa paz dura pouco. Logo ele está preso no trânsito de São Paulo, com buzinas ensurdecedoras e a cidade engolindo sua sanidade.

Quando enfim chega à mansão Schneider, o hall de entrada o recebe com um luxo moderno, e uma tensão que ele sente mesmo antes de ver Jonathan.

— Preciso conversar — diz Eduardo, direto, ao encontrar o amigo. — Agora.

— A cara já disse tudo — Jonathan suspira. — Vamos entrar?

Eles não chegam a sentar. O diálogo acontece em pé, como se não houvesse tempo, ou vontade, de se acomodar.

— Eu não sei se você ficou sabendo o que aconteceu entre a Mariana e a Cici… mas foi feio. E comigo tá sendo impossível. Eu não consigo respirar com ela por perto. E para ser sincero, tô pensando seriamente em sair.

Jonathan empalidece. Fecha os punhos por reflexo.

— Você quer se demitir?

— Não quero. Mas talvez precise. Pelo menos por um tempo. Eu tô me forçando a ficar calmo, principalmente por respeito à Marta e à Lua. Mas conviver com ela aqui… é uma tortura. E com a Mariana em casa, é questão de tempo até tudo explodir de novo.

— Você não vai sair. Pelo menos não agora. Vai tirar os dias que precisa. Vai ver sua Darlene, respirar. Mas não me deixa com um buraco do seu tamanho sem ninguém.

Eduardo sente o peito pesar. Aquilo é mais que um pedido profissional, é quase um apelo pessoal.

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