Entrar Via

O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 314

A chave gira na fechadura com um estalo e a porta da casa de Eduardo se abre lentamente, deixando entrar a luz suave do início da noite. Ele entra, carrega a mochila nos ombros, mas já deixa o peso cair no chão da sala junto com o cansaço que trouxe do dia de trabalho. Um silêncio confortável o acolhe, seguido pelo aroma de comida caseira que escapa da cozinha.

— Demorou, hein? — a voz de Mariana ecoa com bom humor, vindo da cozinha.

— Quase achei que ia ter que jantar sozinha.

Eduardo sorri ao ouvir a irmã. Aquela voz sempre o trouxe uma sensação de lar, mesmo nos dias em que tudo parecia ruir.

— Tive que parar no mercado para pegar um vinho. Achei que a ocasião merecia — diz, entrando na cozinha e erguendo a garrafa.

— E, olha… amanhã a gente viaja.

Mariana se vira, os olhos castanhos se acendendo num brilho animado. Está com um avental, mexendo uma travessa que exala um cheiro maravilhoso.

— Sério? Achei que ia rolar mais uns dias de indecisão…

— Já decidi. Chega. Amanhã cedo a gente parte. Vai ser surpresa para Darlene.

— Aiii, ela vai pirar! — Mariana diz, já pulando animada e dando um beijo estalado na bochecha dele.

— Tá aí um presente que vai fazer diferença.

Ele ri e se senta na cadeira da bancada, olhando tudo ao redor como se aquele pequeno mundo fosse o único lugar onde ainda consegue respirar com leveza.

— E eu vou aproveitar essa viagem também, Mari. Não só para espairecer… mas para pensar em algumas coisas com calma.

— Coisas tipo...? — ela pergunta, servindo o jantar e trazendo os pratos para a mesa.

— Tipo abrir minha própria empresa. Segurança eletrônica. Já tô fazendo umas pesquisas de mercado sobre a região… Se tudo se encaixar, quem sabe? Talvez morar por lá mesmo.

Mariana se senta e o encara com uma mistura de surpresa e empolgação.

— Você tá falando sério?

— Tô. Muito. Mas por enquanto, só você sabe disso. Não falei com ninguém. Nem com a Marta.

— Mas ela já deve estar sentindo, não é? Ela te conhece…

— Conhece. E talvez por isso mesmo tenha me deixado ir. — Eduardo suspira, mexendo no prato antes de provar a primeira garfada.

— Eu olhei nos olhos dela hoje, Mari… e vi que ela entendeu. Ela só não quis dizer.

Mariana abaixa um pouco os olhos, pensativa. Depois o encara com ternura.

— Ela vai sentir sua falta. Mas ela também sabe que você precisa cuidar de você. Você carrega todo mundo nas costas o tempo todo. E esquecer de você mesmo… cansa.

— É, e lá… talvez eu me lembre de quem sou. Sem as cobranças, sem a sombra da Cici.

O nome provoca um silêncio pesado entre os dois.

— E ela? — Mariana pergunta, baixo.

— Lembra como a gente brigava porque você sempre trapaceava?

— Eu? Trapaceava nada. Era só estratégia — Eduardo rebateu, com um sorriso malandro, lambendo a colher.

— Estratégia de esconder as cartas na manga, isso sim — ela riu.

Logo as risadas deram lugar àquela calma boa, de quem está cercado de afeto sincero. Levantaram-se para começar a preparar as malas, indo e vindo pelos cômodos com sacolas, roupas dobradas e lembranças espalhadas. Eduardo separava camisetas e equipamentos, Mariana colocava vestidos leves, chinelos e um caderno novo, onde pretendia anotar tudo da nova fase.

— Já pensou que talvez seja nossa chance de recomeçar tudo? — ela comentou, fechando a mala com um suspiro tranquilo.

— Já — ele respondeu. — E com você do meu lado, acho que dessa vez dá certo.

Mais tarde, com tudo pronto, sentaram-se no sofá da sala, a casa cheirando a esperança e a vida nova. Mariana, já mais relaxada, puxou uma manta leve, se ajeitou e deitou com a cabeça no colo de Eduardo. Ele começou a fazer um carinho suave nos cabelos dela, como fazia quando eram crianças e ela tinha medo dos trovões.

O silêncio entre eles era cheio de significado. Não precisavam de muito para entender um ao outro. Não depois de tudo que enfrentaram juntos.

— A gente sempre foi um do outro, não é? — Mariana murmura, a voz baixa e embargada.

— Sempre, Mari. E sempre vai ser assim. — Eduardo aperta levemente os ombros dela. — Se o mundo desabar lá fora, você ainda vai me ter aqui. Sempre.

— Eu também, Dudu. Por tudo. Pela dor, pela risada, pelo amor... Eu vou estar com você. Onde for.

Ele assentiu, os olhos umedecendo sem pressa.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino