O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 319

Ainda é madrugada quando os primeiros raios de sol começam a riscar o céu com listras tímidas de dourado. O mundo lá fora desperta devagar, mas dentro da casa de Eduardo e Mariana a movimentação já é de partida. A cozinha está aquecida pelo cheiro de café forte e pão tostado na chapa, e o relógio marca pouco depois das seis. As malas estão arrumadas, alinhadas ao lado da porta como sentinelas de uma nova jornada. Há uma calma ensaiada no ambiente, mas por trás dos olhos atentos de Eduardo pulsa algo diferente, uma inquietação silenciosa, como se o coração dele soubesse mais do que ele próprio é capaz de admitir.

— Ainda dá tempo de desistir, hein… — Mariana solta a provocação com um sorriso matreiro, os olhos faiscando enquanto morde um pedaço do pão quentinho.

— Aposto que a Darlene já tá nos braços de outro, rindo da sua cara.

Eduardo lança um olhar de canto, sem responder de imediato. Depois solta um meio sorriso, forçado, como se tentasse fingir que aquilo não mexe com ele.

— Cala a boca, Mari… — murmura, com a voz mais rouca do que pretende.

— Para de ser chata.

— Chata nada. Tô só preparando o seu psicológico — ela rebate, rindo baixinho.

— Porque se você desmaiar quando vir ela, sou eu que vou ter que dirigir de volta.

O café termina em silêncio confortável. Eduardo carrega as malas maiores para o carro, enquanto Mariana segura sua inseparável mochila rosa e a nécessaire de couro, que ela insiste em chamar de “kit de guerra”. O céu vai clareando aos poucos, revelando nuvens finas, preguiçosas, que cruzam o azul como véus transparentes.

Na porta, antes de entrar no carro, os dois se encaram por um instante. O tempo parece congelar.

— Vai dar tudo certo — Mariana diz, puxando o irmão para um abraço apertado. A voz dela é firme, mas doce. Como a de alguém que segura a si mesma para manter o outro de pé.

— Juntos, sempre — Eduardo responde, afundando o rosto no ombro dela.

— Sempre.

Quando o carro ganha a estrada, a cidade começa a sumir no retrovisor. As buzinas, os engarrafamentos, as tensões deixadas para trás. Mariana liga o som e abre os vidros. O vento invade o carro, mexe seus cabelos, e o interior se transforma em palco de cantoria e risadas. Um velho rock nacional dos anos 2000 ecoa alto pelos alto-falantes.

— Você cantava isso berrando no banheiro! — Eduardo exclama, rindo.

— E você ficava atrás da porta ouvindo! — Mariana retruca, simulando uma performance com direito a microfone invisível e rebolado exagerado.

As provocações voam soltas, intercaladas com balas jogadas e risos descompromissados. Pela primeira vez em dias, Eduardo se permite relaxar. Por alguns quilômetros, ele é só um irmão viajando com a irmã, e não o homem sufocado por memórias, mágoas e perguntas sem resposta.

Horas depois, o cenário muda. As ruas calçadas da cidade surgem no horizonte, entre casinhas antigas e comércio de portas coloridas. Um coreto no centro da praça, uma igreja branca com sua torre apontando para o céu, tudo parece igual, mas também distante. Eduardo desacelera.

— Aqui é onde quero montar a minha empresa — ele comenta, quase como um sussurro.

— Mas isso fica para depois. Agora... agora eu preciso ver ela.

Ele acelera novamente, atravessa a cidade sem parar. Pega a estrada de barro que margeia pastos e cercas, a poeira vermelha subindo atrás do carro feito um fantasma do passado.

Quando passam pelo sítio dos Maia, Eduardo apenas lança um olhar discreto ao portão de madeira.

— Você vai parar? — Mariana pergunta.

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