3 meses depois
Jonathan sente o corpo queimar de dentro para fora, ainda sente o gosto dela em sua boca, consegue ouvir o som dos seus gemidos, mesmo trancado em seu escritório, os olhos fixos na tela do computador, mas a mente vaga longe.
Ele veio a evitando de todas as formas, passa direto, vira o rosto e nunca olha para a porta do quarto dela, evita ficar próximo a ela muito tempo, mas aprendeu a elogiar as refeições e isso tem feito bem a ela e a ele mesmo, ele imagina que assim evita repetir aquele oral que fez para ela, cena que ainda o castiga diariamente, quando sente o seu gosto na boca e ainda ouve os seus gemidos, o para piorar o castigo, nenhuma mulher com quem se aliviou conseguiu satisfazê-lo de verdade..
Ele a viu rindo. Rindo com Eduardo, aceitando aquele maldito convite para o cinema e para mata-lo de raiva, ontem ouviu eles combinando de passar o final de semana juntos, na casa de Eduardo. A imagem da risada dela, leve, solta, enquanto aquele homem a olhava, não com segundas intenções, mas para provoca-lo, Eduardo é um filho da putta irritante, e as provocações dele não sai de sua cabeça. Ele cerra os punhos, os nós dos dedos brancos de tanta força. Malldita seja, Marta. Malldito seja o efeito que você tem sobre mim.
Ele toma uma decisão. Se aproxima da porta e fala:
— Marta, venha até meu escritório agora.
A voz sai mais áspera do que pretendia.
Segundos depois, Marta entra no escritório com a mesma doçura de sempre. A pele brilha sob a luz do ambiente, os cabelos soltos, levemente ondulados, caindo sobre os ombros. Jonathan engole seco.
— Sim, senhor?
Ele finge folhear alguns papeis, tentando se recompor.
— Sobre o seu final de semana... — Ele observa a leve mudança no rosto dela. Sabe que ela já está esperando por isso. — Não será possível agora. Preciso que fique.
Marta pisca, surpresa.
— Mas eu já havia pedido com antecedência. Organizei tudo.
Eu...
Jonathan se inclina para frente, cruzando os braços sobre o peito.
— Preciso de você aqui, Marta. — Ele a encara, deixando claro que a decisão está tomada.
Ela suspira, mas não contesta. Apenas abaixa a cabeça e diz:
— Entendo. Está tudo bem, senhor.
Jonathan sente uma onda de alívio irracional, imaginou ela passar o final de semana na casa de Eduardo e ainda os dois no cinema, mas o sentimento é rapidamente substituído por um incômodo brutal quando Marta abre um pequeno sorriso e diz:
— Na verdade, queria conversar com o senhor sobre outra coisa...
Ele estreita os olhos.
— O que foi?
Ela respira fundo antes de soltar a bomba:
— Quero me mudar.
Silêncio.
Jonathan sente o ar lhe faltar.
— O quê? — Ele se inclina para frente, os olhos cravados nela.
— O senhor já fez tanto por mim... já consegui me organizar, como não tenho despesas, tenho um dinheiro guardado e acho que está na hora de alugar minha própria kitnet. Não quero abusar da sua bondade.
O coração dele martela dentro do peito. Marta desvia o olhar, envergonhada. Ela quer sair. Quer fugir dele, se sente rejeitada.
— Não. — A palavra sai firme, cortante.
Ela ergue os olhos, surpresa.
— Como?
— Você não vai sair dessa casa. — Jonathan se levanta, a cadeira deslizando para trás.
— Gosta de onde mora? Tem tudo o que precisa? Então qual é o problema? O salário? Quer um reajuste? Eu resolvo isso agora.
Marta arregala os olhos.
— Não é isso, senhor...
— Então o que é? — Ele se aproxima, sentindo a irritação tomar conta.
— Me diga, Marta. Por que, de repente, decidiu que precisa de um lugar só para você?
O peito dela sobe e desce com a respiração acelerada. Jonathan se inclina um pouco mais, pressionando-a com o olhar.
— Ou é porque tem alguém?
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