O quarto agora está mergulhado em penumbra. A respiração de ambos ainda é pesada, mas começa a encontrar o ritmo da paz. O suor nos corpos, o calor que emana da pele, os corações batendo no mesmo compasso tudo ainda pulsa, mas de uma forma diferente. Mais serena. Mais íntima.
Eduardo continua abraçado a Darlene por trás, o peito colado às costas dela, o rosto escondido na curva suave de seu pescoço. Seus braços a envolvem como se ele temesse que, ao soltá-la, ela desaparecesse.
— Você está bem? — ele sussurra, beijando lentamente seu ombro.
Ela não responde de imediato. Apenas sorri, os olhos fechados, ainda sentindo o eco do prazer e o calor das palavras dele. Depois vira o rosto levemente para encará-lo, os olhos úmidos, mas não de tristeza. É gratidão. É amor em sua forma mais pura.
— Nunca estive tão bem… — ela responde, a voz baixa, embargada.
— Você me faz sentir viva, inteira.
Ele toca o rosto dela com a ponta dos dedos, como se ela fosse feita de vidro fino.
— E você me faz querer ser melhor… mais do que eu jamais imaginei. — Ele sorri, mas há emoção em seu olhar.
— Sabe aquele lugar dentro da gente que ninguém toca? Aquele cantinho escondido? Você chegou lá, Darlene. Sem pedir licença. E agora… eu não sei mais existir sem você.
Ela gira devagar até ficar de frente para ele. Seus dedos traçam os contornos do peito dele, como se estivesse memorizando cada detalhe. Os olhos marejados dela o encaram com ternura.
— Eu também não sei. Você... é meu lar. Meu silêncio quando o mundo grita. Minha calma depois da tempestade.
Eles ficam assim, olhando-se como se falassem por dentro. Como se os corpos ainda conversassem sem palavras. Então ele se inclina e beija sua testa, demoradamente, como se naquele gesto estivesse colocando todas as promessas que um dia ainda vão cumprir juntos.
— Promete que nunca vai soltar a minha mão? — ela sussurra, encostando a testa na dele.
— Nunca. Nem que o mundo tente me arrancar de você. — Ele segura a mão dela, entrelaçando os dedos. — Eu luto com tudo o que tiver para ficar. E te amar, mais e mais… todos os dias.
Ela sorri. Aquele sorriso que começa nos lábios e termina nos olhos.
E então, sem pressa, Darlene se aconchega no peito dele, desenhando círculos preguiçosos com a ponta dos dedos. Eduardo a envolve com o cobertor, como quem protege o bem mais precioso.
Do lado de fora, a noite é silenciosa. Mas entre eles, o amor canta uma melodia só deles.
E ali, entre beijos lentos, mãos entrelaçadas e promessas mudas, os dois adormecem, como quem sabe que encontrou o seu lugar no mundo.
A madrugada passa como um suspiro. Do lado de fora, a chuva começa a cair mansa, desenhando trilhas suaves na janela do quarto. Mas ali, no interior daquele mundo feito de lençóis amarrotados e promessas sussurradas, tudo é paz. Tudo é certeza.
Darlene acorda primeiro. Não se move. Permanece aninhada no peito de Eduardo, ouvindo os batimentos dele como se fossem uma canção que só ela conhece. A respiração dele é lenta, profunda. Uma das mãos ainda repousa sobre a curva da cintura dela, como se seu corpo soubesse exatamente onde é o lugar certo de estar.
Ela sorri sozinha, sentindo o calor da pele dele contra a sua. Com a ponta dos dedos, acaricia os traços do rosto que tanto ama. A barba por fazer, a linha firme da mandíbula, os cílios longos que suavizam o olhar dele quando fechado. E então, num impulso doce, beija levemente o canto da boca dele.
Eduardo se move, resmunga baixinho e sorri de olhos fechados.
— Humm... Se todo amanhecer for assim, pode chover o ano inteiro — murmura com a voz rouca de sono.
— Bom dia, meu amor — ela sussurra, encostando a testa na dele.
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