O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 339

O elevador espelha a tensão no rosto de Islanne enquanto sobe em silêncio até o último andar. Cada andar que se apaga no visor digital é como um passo rumo ao centro da tempestade. Ela não volta como vítima. Volta como jogadora. E dessa vez, com um trunfo chamado Gabriel.

Ao cruzar os corredores do Grupo Schneider, o salto dos seus sapatos ecoa como uma ameaça, ou um anúncio.

No setor de TI, dois jovens se entreolham ao vê-la passar com a postura firme e o olhar engatilhado. Um deles, sem hesitar, pega o telefone.

— Ela chegou — diz com a voz baixa. — Tá subindo para a presidência.

No estacionamento, Ravi ouve a notícia com um gosto amargo na garganta. Ele fecha o celular, os olhos faiscando. Islanne voltando assim? Sem avisar? Depois do que aconteceu?

— Vamos — diz, curto, para Dante. — Você vai com seu carro. Eu vou com o dela.

Ravi alcança o veículo de Islanne com facilidade. Não é a primeira vez que precisa lidar com imprudências dela. Nem a primeira vez que o medo se mistura à raiva de um jeito explosivo.

Ele faz uma ligação direta e dá partida. Dante já o acompanha de perto, os dois rumando para o prédio como se entrassem em território inimigo.

A tarde avança preguiçosa, e a cidade pulsa sob o céu nublado. A garoa fina continua a cair, engrossando aos poucos em uma chuva firme e constante, lavando as ruas com um ritmo calmo, quase indiferente ao que arde por dentro dos corações.

Ravi dirige o carro de Islanne como se fosse uma extensão da própria fúria contida. As mãos firmes no volante, os olhos azuis cravados na pista à frente, mas a mente fervendo, não com raiva dela exatamente, mas com medo. Um medo surdo, denso, que se transforma em tensão em cada músculo seu. Ao lado, no outro carro, Dante o acompanha, atento, o celular ainda na mão, monitorando tudo que pode. O rádio da central da segurança interna chia discretamente no painel, mas Ravi não ouve nada. Só consegue ver o rosto dela. Só consegue imaginar o que poderia ter acontecido.

“Ela saiu sozinha. Foi atrás de um contato, em um lugar sem segurança, sem comunicação… e ainda teve coragem de desligar o celular”, ele pensa, o maxilar travado.

Demora quase trinta minutos até chegarem ao prédio do Grupo Schneider. O trânsito na região está lento, os semáforos se arrastam como provocação. Ravi buzina, xinga em voz baixa, o corpo inteiro uma bomba prestes a explodir. Dante tenta manter a calma, mas o clima é de tempestade prestes a arrebentar.

Assim que estacionaram na garagem subterrânea, Ravi sai do carro quase atropelando o próprio casaco. Dante o segue de perto. Eles atravessam o saguão sem cumprimentar ninguém. O elevador sobe rápido, mas não o bastante para aliviar a pressão que cresce em Ravi como um trovão.

A porta do elevador da presidência desliza com um som suave, quase elegante. Mas o que entra ali é pura tensão.

Islanne atravessa o corredor em silêncio, os passos firmes e marcados. A chuva já secou parcialmente em seu casaco, mas os ombros ainda carregam o peso da decisão que tomou. Ela não pediu permissão. Não deu explicações. Apenas fez o que achou certo.

A sala presidencial está tranquila, por fora. Uma tranquilidade enganosa.

Cátia está sentada perto da ampla janela de vidro, observando a cidade cinza com a serenidade de quem espera uma resposta que não vem. Afonso repousa em uma poltrona, um jornal dobrado no colo, as pernas cruzadas e a expressão neutra. Mas seus olhos, assim que Islanne entra, se acendem. Ele a observa de forma intensa, como um pai que percebe que sua filha está tentando carregar o mundo nas costas.

— Boa tarde — diz Islanne, com a voz firme, embora levemente arranhada pelo desgaste do dia.

Ela encara os dois, se mantendo ereta, tentando sufocar as emoções que ameaçam transbordar. Começa a falar, devagar, relatando o encontro com Gabriel, os pontos que conectam o caso de Jeff, a forma como ele agora está oficialmente envolvido na investigação e o que isso representa para o avanço real da busca.

A cada frase, a respiração de Cátia parece prender um pouco mais. Já Afonso apenas ouve, com atenção silenciosa e olhar profundo.

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