O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 342

A tensão ainda paira no ar como um perfume denso, impossível de ignorar. O silêncio entre eles não é vazio, é carregado de escolhas feitas, verdades ditas e consequências que se amontoam. A chuva tamborila contra as janelas da residência do Grupo Schneider, como se o mundo lá fora tentasse acompanhar o que acontece ali dentro.

Afonso não diz nada por um instante. Apenas passa a mão pelo rosto, como se pudesse apagar a imagem que viu minutos atrás. Seus olhos voltam a Ravi, e ali não há mais espaço para dúvidas, apenas para uma pergunta. Uma que pode mudar tudo. Até que para, fixa os olhos em Ravi novamente e diz, com voz firme:

— Então me diga agora, diante de mim e da minha filha, você pretende ficar com ela?

Islanne arregala os olhos. A pergunta não era sobre permissões. Era um desafio.

Ravi não hesita. Caminha até Afonso com passos decididos. Não como subordinado. Mas como homem. Para diante dele, e encara-o com toda a seriedade que carrega no peito.

— Eu não tenho dúvidas, Afonso. Eu amo a sua filha. E sim, pretendo ficar com ela. Mas não como um segredo. Como disse a Jonathan, eu vou me casar com ela.

As palavras ecoam com o peso de uma promessa. E também com a certeza de que, dali em diante, não há mais volta.

Cátia se senta devagar, um tanto atônita. O que era para ser apenas uma tarde de preocupações virou um terremoto de revelações. Já Afonso... Afonso encara Ravi por longos segundos. Avaliando. Pesando. Testando.

— Então vou te perguntar mais uma coisa — diz, pausadamente.

— Você é capaz de protegê-la, mesmo quando ela mesma se coloca em risco?

— Sou. — A resposta vem firme. — Mesmo que isso custe minha própria vida.

Afonso dá um leve sorriso de canto. Mas não é de aprovação, é de cansaço. Ou talvez de rendição.

— Pois então trate de começar agora.

Ele se vira para a filha:

— Você vai continuar ajudando nas investigações, Islanne. Eu entendo o seu impulso. Entendo até a sua dor. Mas, a partir de hoje, você não age mais sozinha. Você responde a mim. E a ele.

— A mim? — Ravi pergunta, surpreso.

— Você achou que podia beijar a minha filha no meio da sala e sair impune? — Afonso sorri, mas os olhos continuam duros.

— Agora aguente o peso que escolheu carregar.

Islanne cruza os braços, mas não discute. Há um traço de orgulho em seu olhar. Não pelo pai, mas por Ravi. Pela coragem dele. Pela maneira como enfrentou tudo de cabeça erguida.

Dante, que até então havia se mantido em silêncio no canto da sala, pigarreia.

— Senhor, se me permite... talvez seja melhor manter o envolvimento de Islanne e Gabriel em sigilo também. Pelo menos enquanto o círculo ainda está sendo mapeado.

Afonso acena positivamente.

— Sim. Sigilo absoluto. Exceto entre nós quatro. E Dante... cuide para que isso permaneça assim. Se alguém no Grupo descobrir que temos contato direto com um investigador... isso pode virar uma arma contra nós.

Dante concorda com a cabeça e se retira discretamente, mas não sem antes trocar um olhar com Ravi. Um olhar de aviso, agora é sério.

Silêncio de novo. Mas um silêncio diferente. Denso. Carregado de decisões.

A chuva lá fora engrossa outra vez. A cidade continua seu ritmo impassível. Mas dentro daquela sala, tudo mudou.

Islanne se aproxima de Ravi. Ele estende a mão, e ela a segura sem hesitar.

Afonso observa, calado. Em seu olhar, não há aprovação. Nem negação. Apenas a aceitação de que certos caminhos, uma vez escolhidos, não podem ser desfeitos.

— Então é isso — ele diz, baixando o tom.

— Vocês escolheram.

Cátia se levanta devagar e toca o braço do marido. Seus olhos dizem mais do que qualquer palavra. Ele entende. Respira fundo.

— Só não me façam me arrepender de confiar — ele diz por fim.

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