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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 345

O sol desponta com timidez por entre as copas das árvores no bairro tranquilo da zona sul do Rio de Janeiro. Uma brisa suave invade a casa de Vivian e Alan Moretti, carregando com ela o cheiro de jasmim que floresce no jardim. A casa respira serenidade. As paredes, que já ouviram choros de dor e gritos de frustração, agora testemunham risos, passos apressados de meias no chão de madeira, e o balbuciar doce de Vítor, o pequeno milagre que completa quase seis meses de vida.

Vivian acorda primeiro. Como sempre. Sai da cama sem fazer barulho, enrola-se no robe macio e caminha em passos leves pelo corredor. Ela passa os olhos pelo berço e sorri ao ver Vítor ainda dormindo, os bracinhos erguidos em total entrega. Beija-lhe a testa com delicadeza e sussurra:

— Meu amor...

Na cozinha, ela prepara o café com gestos automáticos e serenos. Pão na chapa, café passado na hora, frutas cortadas. Faz tudo em silêncio, mas com um amor que transborda. Como se cada tarefa fosse uma oração. Alan aparece pouco depois, os cabelos bagunçados, a camiseta amarrotada, e um sorriso ainda meio sonolento.

— Bom dia, meu amor.

Ela se aproxima, beija-lhe a bochecha e oferece uma xícara fumegante.

— Dormiu bem?

— Melhor do que mereço. — Ele sorri, pegando a caneca.

— E você? Não acordou com os resmungos do nosso pequeno?

Vivian balbucia um riso doce.

— Hoje ele foi generoso. Dormiu a noite toda. Acho que sentiu que o dia ia ser especial.

Alan a observa. O cabelo solto, o rosto ainda sem maquiagem, mas com aquele brilho que só a maternidade verdadeira confere. Vivian é uma mãezona. Daquelas que se entrega sem reservas, que conhece cada choro, cada olhar, cada gesto do filho. Desde o primeiro dia.

— Você já se deu conta de que ele vai fazer seis meses?— pergunta Alan, sentando-se à mesa.

Vivian se senta ao lado dele, os olhos se enchendo de uma ternura quase melancólica.

— Parece que foi ontem que ele chegou. Às vezes, me pego revivendo aquele momento... Hermes na porta, aquele pacotinho nos braços... e eu tremendo por dentro. Eu soube ali. Era o meu filho.

Alan segura a mão dela.

— E foi. Desde sempre.

Enquanto tomam café, ouvem o primeiro som do filho vindo do quarto. Um resmungo, seguido de um gritinho abafado. Vivian se levanta com um brilho nos olhos.

— Vou buscar nosso aniversariante do semestre.

Ela volta minutos depois com Vítor nos braços. Ele está acordado, sorridente, com os olhinhos brilhando de alegria e reconhecimento. O menininho estica os bracinhos para o pai assim que o vê, e Alan o pega com uma mistura de força e delicadeza.

— Olha só esse sorriso. Como que a gente viveu sem ele antes?

Vivian os observa com o coração cheio. Alan mudou. O homem antes fechado, afundado na culpa e no álcool, hoje é leve, presente, entregue. O casamento deles, que já caminhava para o fim, encontrou em Vítor um ponto de luz, uma razão para recomeçar.

— Eu te vejo com ele, Alan, e ainda me emociono. É como se Deus tivesse nos dado uma nova chance. De sermos pais, de sermos nós.

Ele se aproxima, encosta a testa na dela com o filho entre eles.

— Você salvou a minha vida, Vivian. E esse menino... salvou a nossa.

O dia segue com leveza. Vivian troca a roupinha de Vítor com carinho, canta enquanto veste-o com um macacão azul claro. Alan monta um tapete de brinquedos na sala. Brincam, riem, se sujam. A casa pulsa em vida.

— Ou o começo de uma nova vida.

Ficam ali, em silêncio, sentindo o peso leve de tudo o que viveram. As dores, as derrotas, mas também as vitórias silenciosas: o primeiro sorriso, a primeira noite inteira dormida, os passos de reconciliação.

Vivian é um universo de amor. Sua dedicação ao filho não tem brechas. Ela o ama com o corpo inteiro, com a alma atenta, com a paciência de quem entende que ser mãe é também se refazer todos os dias.

— Ele não nasceu do meu corpo, Alan, mas nasceu do meu amor. E eu o amarei por toda a minha vida.

Alan beija-lhe a mão, com respeito e admiração.

Naquela noite, ao deitarem, os três juntos, como uma constelação de afetos, Alan olha para o berço e pensa que, apesar de tudo, de todas as cicatrizes, ele não mudaria nada. Porque foi no caos que encontrou o amor verdadeiro. E foi na dor que aprendeu a amar.

Na penumbra, antes de dormir, ele sussurra para Vivian:

— Eu não sei o que o futuro nos reserva, mas sei que, com você e com ele, eu posso enfrentar qualquer coisa.

Ela sorri, com os olhos fechando.

— Então que venha o futuro. A gente está pronto.

Vivian observa a mudança de vida com o coração aquecido. Ver a família reunida, os laços se fortalecendo, os amores florescendo, tudo aquilo lhe traz uma paz rara, quase inalcançável nos últimos tempos. Pela primeira vez em muito tempo, ela sente que estão no caminho certo. Mas uma dúvida sutil atravessa sua mente como um sussurro no vento…

Quanto tempo essa calmaria vai durar?

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