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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 346

O mundo parece mudar em um segundo.

Eduardo segura as mãos de Darlene, mas seu olhar vive escapando para a barriga de Darlene. O silêncio entre eles não é desconfortável, é intenso, elétrico, cheio de significados. Cada segundo dentro daquele quarto é como o compasso de um novo coração batendo, o começo de algo que nenhum dos dois sabe ao certo como viver, mas já estão amando com tudo o que têm.

— Darlene... — Eduardo quebra o silêncio, a voz falhando um pouco.

— A gente vai mesmo ter um filho?

Ela sorri, emocionada, os olhos ainda um pouco úmidos.

— Vamos, Eduardo. Um filho nosso. Você consegue acreditar?

— Eu tô tentando... mas minha cabeça tá igual liquidificador sem tampa — ele ri nervoso, uma mão passando pelos cabelos desalinhados.

— Eu tô tão feliz que parece que tomei um coice de boi no peito. Sabe quando você quer rir, chorar e sair correndo tudo ao mesmo tempo?

— Sei sim — ela diz, e os dois se olham com uma ternura que paralisa o tempo.

Ao chegarem na cozinha, Dona Miriam está na varanda com um pano de prato nos ombros. Ela observa os três, e pela forma como Eduardo quase tropeça de tão afobado, e Mariana ri, ela já desconfia que vem notícia grande.

— Aconteceu alguma coisa? — ela pergunta, enxugando as mãos.

— Aconteceu, sim! — Eduardo anuncia, sorrindo como um menino. — Aconteceu um milagre, Dona Miriam. Um verdadeiro milagre.

— Darlene tá... tá esperando um filho, Mariana completa, surgindo atrás deles, segurando a bolsa médica e o rosto iluminado por um sorriso sincero.

Dona Miriam leva a mão à boca, emocionada. Em segundos, já abraça Darlene com força, os olhos marejados.

— Um filho... meu Deus do céu, que bênção! Eita, essa criança vai ser amada demais.

Dentro de casa, o clima muda completamente. Eduardo anda de um lado pro outro, pega o celular, depois o solta, tenta ligar para alguém, desiste. Troca o lugar das almofadas no sofá sem perceber, até Mariana rir e interromper o furacão.

— Eduardo, pelo amor de Deus. Senta. Respira.

— Mas vocês têm noção? Eu vou ser pai! — ele diz, com a mão no peito.

— Eu nem sei trocar fralda direito, só treinei com Lua. Não sei nem fazer mamadeira.

— Começa por aí então — Darlene provoca, se jogando no sofá com uma mão já protetora sobre a barriga.

— Eu vou estudar tudo! — ele continua. — Vou assistir vídeo, ler livro, seguir perfil de pediatra na internet! Mariana, tem curso de pai de primeira viagem?

— Tem sim, e você vai fazer — ela diz, sorrindo de orelha a orelha. — Mas, antes disso, a gente vai marcar a primeira ultrassonografia. Quero ver esse bebê logo.

Darlene fecha os olhos e solta um suspiro longo. Um suspiro cheio de paz. Pela primeira vez, ela se permite imaginar o futuro com nitidez.

— Eu já consigo ver... uma menininha, correndo comigo pelo curral. Falando com os bezerros, igual eu fazia pequena. Sabe o que ela vai dizer primeiro? “Mu”.

Todos riem, e Eduardo a olha como se tivesse visto o nascer do sol pela primeira vez.

— Vai ser a cara da mãe. Teimosa, brava e linda.

— Ou a cara do pai... estabanado, mas cheio de amor.

Mariana observa os dois com ternura. Sabe que a estrada será longa, com desafios e medos, mas ali, naquele momento, há algo puro demais para ser ignorado. Amor. Um amor que cresce como lavoura depois da chuva.

Mais tarde, enquanto o dia vai escurecendo e o céu do interior ganha tons rosados, Eduardo chama Darlene para um passeio. Caminham de mãos dadas entre as árvores, o som dos grilos começando a surgir, e o ar ainda morno da tarde envolvendo os corpos.

— Ei... — ele diz baixinho, se aproximando.

— Posso entrar no seu mundinho aí?

Ela sorri de leve, mas não responde. Eduardo senta ao lado e pega sua mão com delicadeza.

— Eu sei que tem um monte de coisa passando na sua cabeça... mas antes de qualquer preocupação, quero que você saiba de uma coisa, eu tô com você. Em tudo. Em cada enjoo, em cada ultrassom, cada chutezinho dessa criatura aí dentro. Vou estar lá. Até na hora de comprar fralda às três da manhã, se for preciso.

Ela ri baixinho, ainda com os olhos marejados.

— Tô falando sério, Darlene. Eu não vou deixar você sozinha um minuto. A gente não planejou isso, é verdade, mas eu nunca senti nada tão certo na vida. Você… esse bebê… já são meu mundo.

Darlene respira fundo, como se as palavras dele empurrassem o medo para longe, mesmo que por instantes.

— Eu só não quero atrapalhar sua vida, Eduardo...

Ele franze a testa e a puxa com jeitinho, fazendo com que ela encoste a cabeça em seu peito.

— Você não atrapalha. Você soma. Você me traz paz, Darlene. Mesmo quando faz cara de brava e briga com as vacas. — Ele sorri contra os cabelos dela.

— E agora... agora você vai descansar. Eu fico aqui.

Com movimentos lentos, ele começa a fazer carinho em seus cabelos, passando os dedos com ternura. Darlene suspira, fechando os olhos devagar, o corpo finalmente cedendo ao cansaço e ao afeto. O peito de Eduardo sobe e desce com uma calma nova, como se protegê-la fosse tudo o que importasse no mundo agora.

Ali, embalados pelo silêncio da casa e pela promessa silenciosa de amor, os dois adormecem juntos, como se nada, absolutamente nada, pudesse tocá-los naquela noite.

Mas será mesmo que a tranquilidade vai durar?

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