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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 353

O silêncio grita dentro do escritório de Jonathan.

O eco da última ligação ainda vibra em seus ouvidos, como se as palavras não quisessem deixá-lo em paz. Lentamente, ele coloca o telefone no gancho. Os dedos tremem, algo que raramente permite que alguém veja.

Mas agora não há ninguém ali, apenas ele… e os fantasmas que colecionou ao longo da vida.

Ele afasta a cadeira e se levanta, caminhando até a parede de vidro que dá vista para a cidade. A paisagem, tão viva, cheia de luzes, carros, pessoas que seguem suas rotinas, parece zombar dele. Como se o mundo não estivesse, ali dentro, desmoronando.

Apoia uma das mãos contra o vidro, aperta os olhos, respira fundo.

Porrah… quem é? Que malldição é essa que parece acompanhar cada passo seu?

Jonathan se questiona.

— Por que, Deus, por que…?

Cada vez que sente que a felicidade finalmente se aproxima, que pode segurá-la, ela escapa… arranca-se com a mesma violência de quem arranca as asas de um pássaro em pleno voo.

Aira foi arrancada da sua vida de forma brutal.

Anos depois, conheceu Marta. fez besteira e a perdeu.

Reencontrou o amor da sua vida. A mulher que o ensinou a amar novamente, que o tornou um homem melhor do que era.

Ela voltou para ele, mesmo depois de ele a ter expulso da sua vida… por sua culpa. Sua única e exclusiva culpa. Ela é a sua vida, o seu oxigênio. Ela voltou.

Por muito pouco não a perdeu para sempre.

Marta está de volta à sua vida, aos seus braços. E, junto com ela, a sua princesa… o seu pequeno milagre… a sua Lua…

Tão pequena… tão frágil… tão perfeita.

Um milagre que ele nunca soube que existia.

Por um instante… só um mísero e abençoado instante… ele acreditou que estava salvo.

Que, finalmente, Deus… ou o destino… ou qualquer entidade malldita ou bendita que governa esse mundo… havia lhe dado a chance de ser feliz.

De ter a sua família.

De ser pai.

De amar… de ser amado.

Mas a vida…

A vida nunca lhe deu nada de graça.

Ele olha para a cidade, mas não vê nada. Seus olhos estão ali, fixos, mas sua mente… sua mente está no momento exato em que sentiu seu mundo ruir.

O berro de dor.

O vazio no peito.

O grito da mulher que ele ama.

O som sufocado do seu próprio desespero.

Arrancaram o seu filho…

Seu filho.

Sem dó. Sem misericórdia. Sem sequer lhe permitir segurá-lo.

E… por Deus…

A cena parecia uma malldita reprise do passado.

Porque… não foi a primeira vez que arrancaram um pedaço dele.

Não.

Seu primeiro filho…

Aquele que sequer teve o direito de nascer.

Aquele que se foi antes de existir fora do ventre, antes de ouvir a sua voz, antes de segurar o seu dedo com aqueles dedinhos minúsculos… que ele nunca viu…

Mas que, por algum motivo, ele consegue imaginar até hoje.

Por anos, ele vestiu sua armadura fingindo que nada o tocava. Fingindo que era imune à dor, ao amor, à perda.

Se tornou pedra. Frio, racional, sem coração.

Um homem que não sentia. Que não se importava. Que não precisava de ninguém.

Mentira.

Porrah… que mentira bem contada.

A verdade?

É que, no dia em que perdeu aquela mulher e aquele filho…

O dia em que sentiu aquele vazio o rasgando…

Ele morreu também. E tudo que sobrou foi esse cadáver ambulante e muito bem vestido, bem sucedido, rico…

Mas morto por dentro.

Até Marta surgir… e trazer luz à sua vida de trevas.

Mas a vida… essa tremenda filha da putta… parece querer repetir o ciclo.

E arrancaram novamente o seu filho.

O reflexo no vidro o encara…

E ele não vê mais aquele homem poderoso, temido e respeitado.

Vê um homem quebrado.

Vê um pai… sozinho… olhando para um vazio que parece engoli-lo.

Mas… no meio desse vazio…

No meio dessa dor que o rasga, que o destrói, que o deixa ajoelhado, sangrando, implorando para o universo deixá-lo respirar…

Surge outra coisa.

Um fogo.

Um grito.

Uma voz que ruge aqui dentro:

Levanta, porrah.

Porque ele não é qualquer um.

Ele é o pai dele.

E vai até o inferno, se for preciso, para trazer o seu filho de volta.

Aperta o punho.

B**e contra o vidro.

E encara o próprio reflexo.

— Que se fodah o mundo. Que se foda quem for… — sussurra, com a voz rouca, trincada, cheia de lágrimas.

— Se eu tiver que virar o inferno de cabeça para baixo… se eu tiver que destruir cada malldito que colocou as mãos no meu filho… eu vou fazer.

Respira fundo.

Os olhos marejados se estreitam.

O coração, embora rasgado, se alinha numa única missão:

Trazer o seu filho para casa. Vivo, inteiro, nos seus braços, onde ele pertence.

— Espera por mim, Jeff… — sussurra, segurando as lágrimas, apertando os olhos.

— Papai tá indo, meu filho… e eu vou te trazer de volta. Nem que tenha que atravessar o próprio inferno.

Ele se recompõe, sabe que precisa voltar para casa… para Marta e para Lua.

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