A porta pesada da mansão se abre, e antes mesmo que David possa pisar com firmeza no piso polido do hall, o som de risadas infantis rompe o silêncio da casa. Duas pequenas explosões de energia, às suas gêmeas, surgem correndo pelo corredor, descalças, como se o mundo inteiro coubesse naquele momento. Elas se jogam nos braços do pai com a confiança cega de quem sabe que aquele homem, que impõe medo a tantos, jamais deixará de ser o porto seguro delas.
David as recebe com um sorriso que poucos conhecem. Por dentro, ainda está em combustão. Mas por fora, elas são o alívio, o norte. Ele as envolve, cheira seus cabelos, beija suas bochechas em sincronia com a batida acelerada do próprio coração. Elas gargalham e logo saem correndo, deixando um rastro de vozes e passos agudos pelos corredores.
Lizandra, a sua esposa, observa tudo da escada. Os olhos dela não erram. Vê, sob a casca do homem que ama, a tempestade que se forma, e já está acostumada a reconhecer os sinais.
— O que foi agora, David? Ela pergunta em silêncio com o olhar, mesmo antes que ele diga qualquer coisa.
Ele apenas estende a mão. Sem uma palavra. Conduz a mulher para o quarto, tranca a porta atrás de si e, no instante seguinte, seus lábios tomam os dela com uma paixão carregada demais para ser casual.
— Fala comigo amor, ela sussurra, com os olhos ainda fechados.
— O que aconteceu?
David se afasta, encara-a nos olhos e, com a voz grave e controlada, diz:
— Um bebê foi roubado em São Paulo. Um empresário teve o filho arrancado dos braços da mulher.
Lizandra empalidece. A mãe que existe nela imediatamente toma o lugar da esposa. Ela leva a mão à boca, como se pudesse sentir a dor da outra.
— Você... pode fazer alguma coisa?
David solta um riso lento, sem humor.
— Amor... existe algo que a máfia não encontra?
— Então encontra esse bebê, ela diz, com os olhos marejados.
— Por favor. Por essa mãe. Por esse pai.
Ele a observa em silêncio por longos segundos. Depois assente, agora sabe que não tem amis volta.
— Vai se arrumar, ordena.
— Não sei quanto tempo vamos ficar fora. Mas não vou sem você.
Enquanto Lizandra desaparece no closet, ele já está no celular.
— Hernan, providencie a escolta.
— Sim, Don.
— Ligue para o piloto. Quero o jato pronto em duas horas.
— Entendido.
Em seguida, uma mensagem rápida para Derick:
Iniciando. Prepare os relatórios, te encontro em duas horas no hangar.
E outra para Darlan, o seu irmão:
Missão em São Paulo. Não me ligue. Apenas cuide de tudo na minha ausência.
Ele liga para Vittorio, o seu pai.
— Vou sair com Lizandra. Mas os meus filhos ficam. Não quero eles envolvidos em nada disso, Derick vai comigo, Darlan assume e o senhor dá suporte a ele.
— Você sabe o que está fazendo?
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