O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 370

Se alguém ainda ousasse acreditar que mafiosos não dominam tecnologia, bastaria cruzar o saguão silencioso da ala leste da mansão Schneider e encarar a porta trancada da antiga sala de jogos. Ali, onde antes ecoavam gargalhadas sobre mesas de pôquer e sinuca, onde o uísque circulava entre apostas e derrotas, o espaço agora pulsa com uma vibração diferente algo entre o apocalipse digital e uma operação militar clandestina.

As luzes estão apagadas, mas os monitores acesos são como olhos luminosos, atentos, quase vivos, escaneando tudo ao redor. Cabos e dispositivos se espalham como serpentes metálicas por cada canto da sala. Nada ali lembra o lazer. É guerra. É vigilância. É rastreamento. A própria estrutura parece ter se rendido a um novo propósito: caçar fantasmas vivos e apagá-los.

Sentados lado a lado, dois hackers loiros de olhos azuis, Ravi e Derick, operam como se seus cérebros estivessem interligados por ondas invisíveis. Eles não precisam falar muito, os códigos falam por eles. Ambos possuem certificações oficiais, formações acadêmicas impecáveis, passagens por empresas de segurança cibernética que fariam o governo suar frio. Mas isso foi antes. Antes de entenderem que a justiça no papel é cega demais... e lenta demais.

Agora, são agentes do caos. E seu campo de batalha é invisível.

— Tripla camada ativada, informa Ravi, enquanto alinha as torres de firewall como muralhas virtuais. Seus olhos não piscam.

— Espelhamento em nuvem criptografada com backup fantasma rodando no servidor secundário, devolve Derick, criando um IP mascarado com tantas camadas que nem a NSA ousaria decifrar.

— Isso aqui tá parecendo o inferno de um banqueiro suíço, provoca Ravi, com um sorrisinho sarcástico, vasculhando dados financeiros de uma prefeitura corrupta em tempo real.

— Ou o céu de um espião russo, completa Derick, digitando frenético. Seus dedos deslizam sobre o teclado como se tivessem sede.

— Engraçado... a gente se evitando há anos, e agora dividindo senha e teclado.

— O destino tem dessas ironias, Ravi dá de ombros, mas o olhar é firme. — Ou talvez o Don seja só um estrategista filho da ´putta dos infernos.

Eles riem. Uma risada baixa, inesperada, mas verdadeira. Por um breve instante, parecem dois adolescentes desafiando o mundo com conhecimento proibido. Mas não se enganem. Eles não querem dinheiro. Nem poder. Querem justiça. Querem o nome de Jeff fora da lista de desaparecidos. Querem respostas. E sangue, se necessário.

Enquanto os dedos dos dois digitam códigos que podem derrubar sistemas inteiros, na outra ala da mansão, Don David comanda o campo de batalha físico.

O antigo escritório, com suas prateleiras de couro, mapas antigos e armas decorativas, virou um centro de operações silencioso. Hernan, sempre ao lado, segura um tablet tático, onde mapas de GPS, rotas e clínicas suspeitas se projetam em tempo real. Cada ponto vermelho é um possível esconderijo. Cada linha azul, uma rota de fuga. Cada nome sublinhado, um possível traidor.

— Dividam-se em três frentes, comanda Don David, a voz baixa, mas cortante como lâmina.

Os homens diante dele, soldados leais vestidos de preto, apenas assentem.

— A primeira equipe cobre Matão. Vão pelas estradas secundárias, evitem rotas principais. A segunda, clínicas e hospitais licenciados na região de Ribeirão. Busquem qualquer evidência, qualquer alteração antiga e recente nas fichas de pacientes.

Ele faz uma pausa, observando as telas. Os olhos se estreitam.

— A terceira equipe permanece aqui, na mansão. Guarda total da propriedade e das pessoas que nela residem. Isso inclui monitoramento 24h de ligações, e-mails, redes sociais. A rede de contatos da tal Cassandra deve ser vasculhada até os ossos. Ex-maridos, ex-funcionários, primos de segundo grau e até o maldito cachorro, se for preciso. Tudo passa por Ravi e Derick.

— E se for necessário interrogatório? Pergunta um dos soldados.

O silêncio cai como pedra. David levanta os olhos. Um frio percorre o ar.

— Se houver resistência... vocês saberão o que fazer. Mas só se for absolutamente necessário. Nossa assinatura é a eficiência silenciosa. Nada de alardes. Nem traços. Nem cadáveres inúteis.

Os soldados se dispersam como sombras treinadas. Hernan ajusta o zoom no mapa e sussurra:

— E se encontrarmos Cassandra?

— Ela não é o fim do caminho, David murmura. — É só o início.

No bunker digital, Ravi e Derick continuam sua dança.

— Ei, lembra quando a gente se conheceu naquela competição de segurança em Brasília? Ravi pergunta, sem desviar os olhos da tela.

— Lembro. Você roubou meu lugar no pódio com aquele código imbecil de reversão binária.

— Imbecil, mas funcional. E você quase derrubou a rede inteira da faculdade federal, só por vingança.

— Quase, não. Eu derrubei.

Eles riem de novo. Derick j**a uma embalagem de energético para o outro, que pega no ar.

— Se a gente sobreviver a essa missão, eu topo criar aquela empresa de cibersegurança que você sugeriu, diz Ravi, depois de um gole.

— Se a gente sobreviver, eu te dou metade da minha parte.

— Metade?

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