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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 375

O som vem limpo, cortando o ar como uma lâmina afiada.

— Estarei em São Paulo em dois dias. Quero esse contrato ajustado até lá. Nos encontramos pessoalmente para finalizar e assinar tudo.

Ravi congela por um segundo. O dedo permanece suspenso sobre o teclado, o fone colado ao ouvido. A voz de Cassandra soa despreocupada, quase entediada, como se discutisse o menu de um restaurante. Mas ela está falando sobre milhões. Sobre fraudes. Sobre movimentações ilegais com um empresário que mal esconde a ansiedade na voz. E essa ligação… é o erro que vai custar caro.

Com a precisão que só a experiência dá, Ravi aciona um protocolo silencioso de rastreamento. Dentro de segundos, um ponto vermelho pulsa no mapa digital diante dele, a localização exata do celular de Cassandra. Coordenadas. Velocidade. Direção. Tudo ali, ao alcance de um clique.

— Don, chama ele, sem tirar os olhos da tela.

— É ela. Tenho a localização em tempo real. E ela acaba de marcar um encontro presencial em São Paulo, daqui a dois dias.

David surge na sala de jogos, que virou uma espécie de quartel general. Está com a expressão calma, mas o olhar... esse brilha com algo que só os que conhecem o submundo reconhecem. Fome de encerramento. De justiça. De vingança.

— Mostra. Ele se inclina sobre o ombro de Ravi, observa a tela por alguns segundos. Depois endireita a postura e fala como quem define o fim de uma guerra.

— Envia isso agora para a equipe em Matão. Eles vão segui-la. Quero tudo monitorado. Passo a passo. E no dia da viagem, a captura será feita num trecho da pista sem câmeras. Limpo. Sem testemunhas. Rápido.

— Quer que a polícia seja envolvida? Pergunta Derick, já antecipando caminhos jurídicos.

David nega com um leve gesto de cabeça.

— Ainda não. Primeiro, precisamos do que ela sabe. A confissão. O nome dos envolvidos. O paradeiro do menino. Depois... o que vier, será bônus.

Ele se aproxima mais de Ravi, o tom ainda mais baixo:

— Ninguém da casa precisa saber. Nem Jonathan. Nem Marta. Nem os pais dele. Evitar expectativas falsas é preservar o emocional dessa família. Só falamos quando tivermos resultados. Comprovados.

Ravi assente com respeito, já digitando os dados e enviando os protocolos de rastreio para a equipe.

Menos de quinze minutos depois, a confirmação chega.

— Equipe em Matão já está na cola dela. Ravi olha para David.

— Tudo sob controle.

David respira fundo, os ombros relaxam milimetricamente.

— Ótimo. Agora é esperar. E vigiar.

O Don se afasta da tela, os passos firmes e calculados. Mas, ao sair da sala, ele deixa para trás a tensão e mergulha na calmaria rara de uma casa que começa a se curar.

No jardim dos fundos, ele escuta uma risada infantil. É Lua, brincando sozinha no cercado de brinquedos, cercada por almofadas e bichinhos de pelúcia. As mãozinhas gordinhas batem palmas enquanto ela tenta alcançar um urso cor-de-rosa. A luz da tarde banha a cena com uma suavidade quase surreal.

Derick levanta os olhos com desdém, mas sorri.

— É só porque ele tem brinquedos que eu ainda não consegui roubar.

— Diplomacia pura, brinca Ravi, sem desgrudar os olhos da tela.

David observa os dois com aprovação. Tudo se encaixa. A casa está segura. O círculo se fechando. Cassandra está com os dias contados. E cada jogador está no tabuleiro certo.

Mas enquanto ele cruza a sala para pegar um copo de água, uma sombra passa em sua mente.

Tudo parece estar sob controle... Mas desde quando as coisas com os Lambertini seguem um roteiro previsível?

E se Cassandra não estiver tão sozinha quanto pensam?

E se ela já souber que está sendo seguida e tiver armando uma emboscada?

E, pior... e se Jeff já tiver sido levado para longe, tão longe que nem mesmo o inferno consiga devolver?

O que mais Cassandra esconde?

E quem estará esperando por eles... quando as portas desse inferno finalmente se abrirem?

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