O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 376

O copo de cristal tilinta levemente contra a bancada de mármore enquanto Cassandra Reimann ergue a taça de vinho branco, saboreando não apenas a bebida, mas a sensação inebriante de vitória. O sol da tarde atravessa as cortinas de linho e reflete nos móveis caros do seu apartamento de cobertura em Ribeirão Preto, um luxo que ela mesma comprou à vista. Do lado de fora, a cidade parece pequena, quase insignificante, diante do império que ela construiu em silêncio, um império sustentado por contratos milionários, cifras indecentes e a cumplicidade silenciosa de prefeitos e empresários da região de Matão.

Cassandra nunca esteve tão feliz. Tudo está dando certo. Ela está rica, independente e mais respeitada, ou temida, do que jamais foi. E, o mais doce de tudo, cada centavo que entra em sua conta é fruto da esperteza que ela aprendeu a cultivar no Grupo Schneider, onde trabalhou desde que se formou, há quase vinte anos. Um passado que, para muitos, seria motivo de saudade. Para ela, é apenas lembrança de uma guerra perdida... e que ela transformou em munição para a vitória que vive agora.

Naquela época, tudo parecia perfeitamente planejado. Desde a morte da primeira esposa de Jonathan, a doce e frágil Aira, Cassandra acreditava que a cadeira de mulher dele seria sua. Que poderia seduzi-lo, entrar em sua vida e, com tempo e paciência, herdar o Grupo Schneider. E por anos, tudo correu conforme o roteiro na sua cabeça. Ela estava sempre por perto, sempre pronta, sempre indispensável.

Mas então surgiu Marta. Marta com seu sotaque de roça, suas roupas simples, sua coragem incômoda e aquele ar de quem não devia nada a ninguém. Para Cassandra, foi uma afronta. Uma roceira sem classe, que não tinha o menor preparo para aquele mundo, ousando conquistar o que ela passou anos cultivando. Aquilo corroeu seu controle. E, quando finalmente perdeu a cabeça e encurralou Marta no banheiro, acreditando que poderia intimidá-la, não percebeu que estava cavando a própria cova profissional.

Foi demitida por justa causa. Sem direito a nada. Um tapa na cara que queimou como ácido.

Ela chorou? Chorou, mas não por muito tempo. Cassandra não é o tipo de mulher que se afoga em mágoas. Ela se reinventa. E foi exatamente o que fez. Criou sua própria empresa de RH, começando pequena, mas com uma visão agressiva. Não demorou a se lembrar de um nome que Jonathan detestava ouvir, o doutor Alan Moretti.

Alan foi mais do que receptivo. Riu quando a viu, serviu whisky caro e disse que sabia exatamente como aproveitar o talento dela para coisas “menos formais”. Em poucas semanas, ele conseguiu para Cassandra contratos com prefeituras do interior, cidades pequenas, prefeitos gananciosos e licitações manipuladas. Junto disso, trouxe algumas empreiteiras que precisavam “otimizar” custos.

Agora, Cassandra colhe os frutos dessa parceria venenosa. Dinheiro flui como um rio. Carros de luxo na garagem. Roupas importadas. Jantares caros. Ela anda com empresários influentes, prefeitos bajuladores e secretários municipais prontos para fechar negócios à mesa de um restaurante caro.

Hoje, ela está no telefone com um dos seus “clientes” mais lucrativos.

— Dois dias e estarei em São Paulo, diz, com a calma e confiança de quem sabe que tem o jogo nas mãos.

— Quero todos os ajustes prontos para assinarmos. Não vou perder tempo com burocracia.

Do outro lado, o homem concorda, nervoso. Ela sorri. Homens sempre ficam nervosos perto dela.

Quando desliga, caminha até a varanda. De lá, vê a cidade se estender aos seus pés. Toma mais um gole do vinho, sentindo o sabor adocicado escorrer pela garganta. Ela venceu. Perdeu uma guerra, mas ganhou um império próprio. Jonathan, Marta e todo o clã Schneider que se afoguem em seus dramas e tragédias. Ela tem contratos, parceiros e um fluxo constante de dinheiro público passando pelas mãos.

Mas, mesmo em meio à satisfação, Cassandra mantém a mente afiada. Sabe que alianças como as que firmou com Moretti e as prefeituras são fortes... até o dia em que deixam de ser. E ela já tem seu plano para quando isso acontecer. Um plano que garante que, se alguém cair, não será ela.

No seu mundo, as peças que incomodam sempre desaparecem. Sempre.

O vento quente da tarde agita os cabelos perfeitamente alinhados. Ela sorri para o horizonte.

O que poderia dar errado? Quem teria coragem de tocar em Cassandra Reimann agora? E, se algum dia tentarem… estarão preparados para pagar o preço?

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