A manhã nasce com um brilho especial para Cassandra Reimann. Do alto da cobertura luxuosa onde vive, ela observa a cidade despertar, como se o mundo inteiro estivesse em sincronia com o seu dia de vitória. Hoje, não é apenas mais uma reunião de negócios, é a chance de selar o melhor contrato da sua vida, o golpe final para consolidar sua posição como uma mulher rica, respeitada e, acima de tudo, intocável.
No closet, ela escolhe cada peça com a precisão de quem monta uma armadura. Um vestido de grife que molda o corpo com perfeição. O salto Louboutin de verniz, impecável, que b**e no piso como um lembrete do poder que ela carrega. Um borrifo calculado do perfume francês que envolve o ambiente com a promessa de luxo e domínio. E, para finalizar, a bolsa Yves Saint Laurent, carregando mais do que documentos, carregando o símbolo da mulher que ela se tornou.
Cassandra se olha no espelho e sorri, triunfante. Hoje, ela não é apenas uma empresária de sucesso. Hoje, ela é uma deusa intocável, ou acredita ser, está prestes a embolsar mais uma fortuna. Sai do prédio como quem desfila, os seguranças da portaria inclinando a cabeça em respeito. O motor do seu carro importado ronca com força, e ela parte rumo à capital do estado, sentindo-se invencível.
Mas, quilômetros adiante, algo muda. Um reflexo no retrovisor chama sua atenção. Um carro preto mantém distância, mas não o suficiente para passar despercebido. Ela ignora no início, atribuindo à coincidência. Até que, nas trocas de pista, ele permanece. Sempre atrás. Sempre à espreita.
— Quem diabos é você? Murmura, apertando o volante.
O desconforto se transforma em alerta quando o veículo acelera, diminuindo a distância. Cassandra força o motor, mas o carro atrás responde na mesma medida. O jogo está claro, estão seguindo-a.
O coração dispara. Ela decide sair da rota principal e dobra em uma estrada secundária, esperando despistar. O asfalto estreito e as curvas fechadas exigem atenção, mas o carro preto não desiste. Pelo contrário, acelera ainda mais, até emparelhar e tentar forçá-la para o acostamento.
— Não vai ser hoje! Rosna, sentindo o gosto forte da adrenalina.
Cassandra pisa fundo e tenta uma manobra desesperada, cruzando para a contramão. O mundo congela por um segundo, o farol alto de uma carreta ilumina todo o interior do carro. O som ensurdecedor da buzina invade seus ouvidos.
A morte parece inevitável.
Num impulso, ela puxa o volante com força, desviando por centímetros. O carro volta para a pista principal, mas a manobra descontrolada a faz perder completamente a direção. Os pneus gritam contra o asfalto. O veículo roda uma, duas, três vezes, antes de atravessar o guard rail e despencar pela ribanceira abaixo.
O impacto é brutal. O corpo de Cassandra é violentamente projetado contra o cinto de segurança, arrancando-lhe o ar dos pulmões. O cheiro de combustível invade o carro, denso, sufocante. Uma labareda tímida surge no capô, mas rapidamente cresce, como se tivesse encontrado o que procurava.
— Não… não, não, não! Ela grita, a voz trêmula de puro terror, enquanto as mãos frenéticas tentam soltar o cinto.
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