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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 379

O inferno não começa com fogo. Começa com torta de limão.

Cici se levanta com a elegância de uma anfitriã experiente, caminha elegantemente até a cozinha e volta com a sobremesa. Coloca o prato na mesa com um sorriso maternal, como quem sabe que aquele gesto vai selar a paz entre as gerações. Mas mal sabe ela que aquele doce suave vai dar início à maior tragédia da tarde, a rebelião feminina.

— Está maravilhoso, Cici! Elogia Jessica, provando a primeira colherada.

— Isso aqui cura qualquer coisa!

A mesa se dissolve em risadas e elogios, o clima leve e familiar. Lua é revezada entre os colos com risadinhas contagiantes, e até o Don David parece levemente mais relaxado... até que Lizandra comenta:

— Islanne, que bolsa linda é essa? É nova?

Islanne sorri com a boca ainda suja de torta e levanta a bolsa como quem exibe uma arma secreta:

— Acabou de chegar de Milão. Presente meu para mim mesma. Amei, não é linda?

Marta se inclina para ver melhor.

— Olha esse acabamento. Perfeição. E combina com tudo.

— E com esse scarpin então... comenta Isadora, cruzando os braços, os olhos brilhando.

— Já quero saber de onde veio isso tudo, diz Jessica, puxando o celular.

— Vamos fazer uma wishlist coletiva.

David, que até então sorvia um café com expressão neutra, ergue uma sobrancelha.

— Wishlist coletiva?

— De bolsas, sapatos, maquiagem, Don! Responde Lizandra, beijando a bochecha dele com doçura.

— Coisas de mulheres... que se cuidam.

— Vocês vão sair para caçar ouro ou é só para me provocar? Ele resmunga, franzindo a testa.

Ravi, que já estava recostado na parede com um copo de suco, engasga de rir.

— Ih, Don... vai perder de vista todas elas para o shopping! Quer que eu compre um babador?

Derick entra bem na hora, ouve a frase e ri alto.

— Só falta o Don de cara emburrada segurando sacola rosa com glitter!

David faísca os olhos azuis.

— Eu não seguro sacola nem da CIA, seu filho da putta!

Lizandra sorri com malícia, se levanta e passa as mãos nos ombros dele, encostando a boca ao ouvido do Don.

— Eu vou sim. Porque quero continuar linda para você. E porque... mulher que se cuida, governa.

— Você já é linda, Lizandra. Já governa demais. Nem precisa de bolsa, ele retruca, derrotado.

Ela apenas lhe dá um selinho casto, alisando os cabelos dele.

— E ainda assim vou. É terapia.

Islanne se levanta também, dando um sorriso enviesado.

— Aqui tem perto tem um shopping maravilhoso!!! Com loja de marca!!! Não vou arriscar minhas unhas em liquidação.

Cátia, que já está com o celular na mão, solta:

— Já achei no GPS, está a aproximadamente vinte minutos daqui. Tem de tudo.

As mulheres começam a se organizar em um balé silencioso e perigoso. Saltos, batons, bolsas, perfume. Lua fica aos cuidados de Jonathan e de Afonso, que resolvem ficar na mansão.

David assiste a tudo com a expressão de um homem prestes a perder um império. Os olhos brilham com aquela mistura de amor, medo e ciúme. Derick cutuca Ravi.

— Vai dar certo. E eu já tô com você. Desde o dia em que você invadiu meu servidor cardíaco, sua diaba.

Risos abafados. Outra explosão de beijos.

Então a porta se abre. David entra, acompanhado de Derick.

— E AÍ?! Mulheres armadas saíram em comboio! Isso é guerra!

Islanne, sem se abalar, dá um último beijo em Ravi, ajeita o cabelo e se vira com calma.

— David, você precisa entender. Mulher bonita precisa se cuidar.

Ela se aproxima, passa por ele com um sorrisinho debochado.

— E a sua mulher é uma deusa. Vai arrasar. No shopping. Comigo.

Pisca, ri, e sai com a postura de uma rainha.

David fica olhando para a porta, ainda sem processar.

Derick encosta na mesa, rindo:

— Se você não for mais rápido, Don, vai acabar no shopping também. Carregando a sacola da Lizandra.

David resmunga, olhos azuis faiscando.

Mas no fundo... o silêncio que fica após a saída delas é ensurdecedor. E algo dentro dele o alerta.

A paz que elas exalam é quase perigosa.

Essa calmaria é real?

Será que alguém teria coragem de tentar algo, exatamente no momento em que elas estão longe dos seus maridos?

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