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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 380

— O Don está surtando. Repetindo: surtando. Código vermelho. Confirma a escolta feminina em modo fantasma.

O caos começa com a frase mais temida por Don David Lambertini:

—Vamos ao shopping!!!

Ele está na sala de monitoramento da mansão, os olhos azuis faiscando em fúria contida, observando a tela com a imagem ao vivo das mulheres se afastando nos carros pretos. Lizandra, Marta, Islanne, Cátia, Isadora e Jessica, todas sorrindo como se estivessem indo para uma tarde de spa. Para David, aquilo é o equivalente a uma missão de risco internacional.

— Elas têm proteção! Rosna ele para Derick, que aparece mastigando uma barrinha de cereal.

—Tem a Jéssica e a Isadora. Elas são treinadas. Mais do que o suficiente. Mas se quiser, posso mandar Os Vingadores.

David não acha graça.

— Quero duas unidades discretas de escolta a distância. Sem se aproximar. Mas se qualquer coisa parecer fora do normal, quero uma resposta em menos de trinta segundos.

Derick suspira, abrindo o comunicador.

— O Don está surtando. Repetindo: surtando. Código vermelho. Confirma a escolta feminina em modo fantasma.

A falsa paz que reina na sala de guerra da mansão é apenas uma ilusão, frágil, disfarçada e perigosamente silenciosa. Tudo está no lugar, telas ligadas, sistemas em funcionamento, seguranças nas rotas externas. Mas o Don não está em paz. Nem um pouco.

David Lambertini está sentado à cabeceira da grande mesa, os dedos tamborilando de leve, em um compasso que só ele entende. O ambiente ao redor parece congelado, tenso, esperando uma ordem. Hernan entra sem fazer barulho, carregando um envelope preto com lacre dourado.

— É o relatório da Reimann, senhor. Chegou agora.

David ergue os olhos lentamente, mas não estende a mão. Apenas encara o envelope como se ele tivesse vida própria.

— Deixa aí.

Hernan obedece, apoiando o envelope na mesa, perto, mas não ao alcance imediato.

O Don não o toca.

Sua mente não está ali. Está em outro lugar.

Está… no shopping.

Ou melhor, nas mulheres no shopping.

Ele se inclina para trás, os olhos azuis fixos no teto por um breve instante. Lizandra. Marta. Islanne e Catia. Uma caravana feminina poderosa o bastante para derrubar qualquer centro comercial, acompanhada por Jessica e Isadora, armadas, discretas, mas fingindo normalidade enquanto riam como se a vida fosse feita de bolsas, sapatos e sombras de maquiagem.

David range os dentes.

— Shopping... rosna para si mesmo.

— Shopping...

Ele pega o celular, destrava com um toque e vai direto para os rastreadores. Estão todas bem. As escoltas à distância mantém a posição. Nenhuma movimentação estranha. Nenhum alarme. Tudo sob controle.

— Por enquanto… murmura, ainda com os dentes trincados.

Seus olhos deslizam pela tela até abrir o grupo secreto da segurança. Uma nova notificação brilha na tela. Ele clica, e ali está:

"Relatório preliminar: Cassandra Reimann".

Mesmo sem abrir o envelope, ele não resiste. Curioso. Impaciente. Perigoso.

Abre os arquivos digitais com um clique.

As primeiras imagens aparecem: fotos da estrada secundária, do carro completamente incendiado, do corpo. Tudo registrado com precisão quase cirúrgica. Mas ele não lê o texto. Não agora.

Ele só… vê.

Uma das imagens prende seu olhar.

É o momento em que o carro já está tomado pelas chamas. O veículo inclinado na ribanceira, o fogo saindo pelo capô e pelas laterais. E lá dentro… um vulto. Um corpo. Cassandra Reimann, contorcida, com os braços contra o vidro, tentando sair.

David não pisca.

A imagem seguinte é um vídeo, enviado diretamente pelos agentes que fizeram o levantamento. O Don dá play. O som é abafado, mas aterrorizante. Primeiro, só o estalo da lataria queimando. Depois, o grito.

Um grito agudo. Humano. Doloroso.

— SOCORRO! ALGUÉM! A voz de Cassandra grita, rasgando o momento.

David fica imóvel. Os olhos fixos na tela. O corpo dela se debate. O vestido pegando fogo. As pernas presas. A pele já destruída pelas chamas.

Ele não se move.

A cada segundo, o fogo aumenta. E então o grito final:

E, principalmente…

Ainda não sabe quem mais sabia o que ela sabia.

Porque se aquela mulher realmente morreu gritando...

E se estava esperando...

Ele caminha até o jardim e observa calado.

Jonathan e Afonso cuidando da pequena Lua, que brinca com bolhas de sabão sem saber que o avô está suando em silêncio, temendo o que a esposa pode estar comprando. Jonathan ri do desespero do pai.

—Elas vão voltar com três malas de bolsa e uma nova cabeleireira, pai. Se prepara.

Enquanto isso, no shopping, a máfia feminina comanda tudo. Cátia puxa as outras para uma loja de bolsas de grife. Marta e Islanne disputam uma it bag enquanto Lizandra já garante um par de scarpins que fazem qualquer desfile parecer modesto. As funcionárias das lojas estão em estado de euforia. Jessíca e Isadora, atentas, acompanham tudo, mas não conseguem evitar o riso.

—Vocês são nossa segurança hoje, brinca Marta. — Mas a gente que paga. Vocês merecem esse mimo por aguentar o mau humor daqueles dois.

— Dois? — Jéssica ergue uma sobrancelha.

— O Don e o Jonathan. Um ciumento e outro desconfiado. A combinação perfeita.

Risos em coro.

Depois de quatro lojas, quinze pares de sapato, 16 bolsas, vinte vestidos e alguns brincos, a comitiva feminina ruma para a praça de alimentação. Entre sucos naturais, saladas e hambúrgueres, elas discutem moda, rótulos de alimento, maquiagem e claro, homens.

— Eu disse pra ele que sou linda, mas posso melhorar, comenta Lizandra, rindo.

— E o Don?

— Disse que se eu for mais linda, vai ter que me trancar numa torre. Com senha.

— Ai, que romântico, zomba Islanne.

— O Ravi me disse que se eu comprar mais um batom nude, ele vai processar a MAC por corrupção emocional.

A festa segue até que uma vendedora simpática anuncia que uma nova loja de maquiagem acaba de inaugurar. Como negar?

Dentro da loja, elas se perdem entre paletas, iluminadores, batons, sprays fixadores. Experimentam tudo. Comparando tons de pele, efeitos matte, glow, misturinhas. Compram de tudo. E mais um pouco...

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