O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 38

O som ritmado dos saltos de Marta ecoa pelo shopping lotado, mas não o bastante para sufocar a tempestade que ruge dentro dela. Seu coração deveria estar pesado, dilacerado pela frieza de Jonathan naquela manhã. No entanto, o que ela sente agora é uma combustão de orgulho e decisão. Se ele quer agir como se a noite mais intensa da vida deles não tivesse significado nada, então que fosse. Ela também saberia jogar esse jogo.

Sem olhar para trás, ela adentra uma loja de eletrônicos e escolhe um celular novo. Depois, segue para uma boutique e pega algumas roupas, sapatos e bolsas. Cada sacola que acumula é um lembrete silencioso, hoje ela pode cuidar de si mesma. Jonathan pode ter roubado sua inocência, mas não roubará a sua dignidade. O almoço na praça de alimentação tem um gosto especial, de liberdade. Pela primeira vez em muito tempo, ela não se apressa para voltar. Na verdade, decide que não voltará. Não agora.

Enquanto isso, a poucos quilômetros dali, Jonathan Schneider atravessa o dia como um campo minado. Seu humor está indigno de abrir uma guerra, um inferno declarado, e todos na empresa percebem. O ar pesa com sua presença, seus olhares gelam quem ousa cruzar seu caminho. Mônica, sua secretária, conhece bem esse lado dele e mantém-se afastada. Mas nem todos são tão prudentes.

A porta de sua sala se escancara sem aviso prévio.

— Mas que droga! — Jonathan ruge, os olhos faiscando com pura ira.

Islanne, sua irmã, apenas sorri, completamente imune à sua raiva. Com a confiança de quem sempre teve Jonathan na palma da mão, ela caminha até ele e, sem cerimônia alguma, senta-se no colo do irmão. O ar entre eles é denso, eletrificado.

— Vai me encarar assim até quando? — Ela ergue uma sobrancelha desafiadora.

Jonathan cerra os punhos, mas sua expressão se desmancha assim que sente o toque carinhoso da irmã. Ele exala um suspiro trêmulo, tão sutil que poucos perceberiam, mas Islanne percebe. Com um gesto firme, o puxa para um abraço, e Jonathan, o homem implacável e inabalável, simplesmente desaba.

Seu corpo treme. O peso do que fez, da forma como tratou Marta, o atinge como um soco.

— O que houve? — Islanne murmura, sem afrouxar o abraço.

Jonathan engole em seco.

— Eu… eu fiz merda.

— O quê dessa vez? — A voz dela carrega exasperação, mas também um toque de preocupação sincera.

Ele hesita por um segundo antes de despejar tudo, exceto um detalhe: não menciona que encontrou Marta em um estado miserável, implorando ajuda de Deus na igreja. Mas quando chega à parte em que tirou sua virgindade e depois a tratou com frieza, Islanne entra em combustão.

O tapa estala rápido e preciso contra o rosto dele.

Jonathan a encara, chocado, segurando o próprio maxilar.

— VOCÊ É UM IMBECIL! — Ela brada, tentando se desvencilhar dele, mas Jonathan a segura pelos pulsos. — Me solta, seu filho da putta, vou te estapear de novo!

— Islanne, calma…

— CALMA? — Ela se debate, furiosa. — Você tem noção do que fez?! Da importância da primeira vez para uma mulher? Seu IDIOTA!

Jonathan fecha os olhos, como se cada palavra dela o atingisse com a mesma intensidade de um golpe físico.

— Eu… eu sei. Eu não devia… — Ele tenta argumentar, mas Islanne não o deixa.

— Você não devia? Ah, que bom que se deu conta agora! Ela se entregou a você, idiota! Com todas as inseguranças, com toda a inocência, e como você retribui? Sendo um COVARDE?!

Jonathan abaixa a cabeça. Ele já se sentia um lixo antes, mas agora parece que foi enterrado debaixo de toneladas de culpa.

Islanne respira fundo, passando as mãos pelos cabelos.

— Você precisa consertar isso. AGORA.

— Eu… eu não sei como. — A voz dele sai quase em um sussurro.

— Comece pedindo desculpas, seu burro. — Ela cruza os braços. — Ou acha que ela vai ficar esperando você perceber que a perdeu?

A ideia de perdê-la causa um aperto no peito de Jonathan. Ele se levanta abruptamente.

— Onde você vai? — Islanne pergunta, desconfiada.

— Buscar Marta.

Islanne sorri de canto.

— Isso se ela quiser ser encontrada, maninho.

E, naquele momento, Jonathan percebe o que realmente teme, talvez Marta tenha decidido que ele não merece outra chance.

Jonathan sai como um louco de seu escritório, o peito arfando, o coração batendo em um ritmo frenético contra as costelas. A conversa com Islanne ecoa em sua mente como uma sentença: ele precisa consertar essa merda. Agora.

Ele agarra o telefone e disca para Eduardo enquanto desce as escadas do prédio em passos largos e impacientes.

— Me encontre no estacionamento agora! — ordena, sua voz cortante como uma lâmina.

— Sim, senhor — Eduardo responde prontamente, sem questionar.

O Gelo de Marta e a Fúria de Islanne 1

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